Curta Metragem
ENTREVISTA COM O DIRETOR DO CURTA ‘A NOITE E O SILÊNCIO’

Entrevistamos o diretor do fanfilm sobre o super-herói Batman, ‘A Noite e o Silêncio’. Segue o bate papo logo abaixo.
Cinema e Pipoca: Muito obrigado pela atenção pessoal. Vamos lá para as perguntas.
Thiago Sena: Nós que agradecemos a oportunidade de falar do nosso projeto.
C&P: Como surgiu a ideia do fanfilm ‘A Noite e o Silêncio’?
TS: A ideia foi visionária. Veja, no Ceará e no Brasil de modo geral, filmes de super-heróis e fantasia não sou produzidos ou, se produzidos, não são difundidos. É muito difícil encontrar um filme do gênero no país. Então, em uma disciplina do curso de Cinema e audiovisual da Universidade Federal do Ceará, o diretor, Thiago Sena, resolve criar uma história do Batman em forma de fanfilm. No início foi difícil, pois houve quem criticasse por ser um filme de herói, mas ele encontrou pessoas que acreditaram no projeto e trabalharam duro para que ele fosse desenvolvido. Essas pessoas criaram um grupo chamado Casa na Árvore, que tem o lema simples, mas que abrange toda a ideia da equipe: “Cinema entre amigos”. Inclusive, estamos criando um manifesto, o qual, por hora, encontra-se assim:
“A Casa na Árvore é, antes de tudo, um grupo de amigos. Amigos que trabalham bem juntos, se divertem juntos, brigam juntos, se inspiram juntos. A Casa na Árvore é um lar para aqueles que acreditam na magia do cinema possível. Respeitamos todas as formas de cinema e reconhecemos a arte em todos os seus gêneros. Uma produtora? Uma empresa? Um coletivo de artistas? Tudo isso e mais um pouco. Acima de tudo, um espaço com liberdade pra se sonhar. Dito isto, pode entrar. Fique à vontade.”
C&P: Para criarem o roteiro, tiraram mais inspirações nas HQs de Batman, nos filmes (e quais deles seriam ou é uma junção de todos?) ou nos seriados?
TS: O roteiro do filme é algo bem diversificado, não adaptamos um quadrinho específico. Escolhemos o vilão chamado Silêncio. Os quadrinhos que inspiraram o roteiro foram O Cavaleiro das Trevas e Batman Ano Um, do Frank Miller. Nos filmes, buscamos inspiração na Gotham de Tim Burton, mas o que mais influencia o roteiro e consequentemente o curta-metragem são os filmes noir (gênero de filme policial e investigativo que surgiu na Hollywood no período das grandes guerras), acreditamos que o gênero noir junto ao ambiente de Gotham city fazem do “A Noite e o Silencio” um filme possível de ser feito.
C&P: É sua primeira direção ou tiveram outros trabalhos antes deste?
TS: É o segundo trabalho do Thiago Sena na direção, o primeiro foi o curta experimental The Violoncellist: Uma releitura de Modigliani. Além desse, trabalhou como assistente de direção nos curtas de ficção Despertador (dir George Henrique) e Quando você crescer (dir Paulo Mateus) e no documentário sobre futebol de base no Ceará Arrancada (dir Thiago Barbosa). Também foi Diretor de fotografia no curta-metragem de terror chamado Breu. Com exceção do The Violoncellist: Uma releitura de Modigliani, todos os outros devem correr festival esse ano de 2015.
C&P: Como foi a escolha da equipe e do elenco para o curta metragem?
TS: A escolha do elenco se deu por meio de um casting organizado pelo preparador Thiago Vieira, no teste várias situações que estavam no roteiro foram postas para os atores e atrizes, na hora, eles improvisaram. O resultado do teste de elenco foi tão positivo que tivemos que refazer certas partes do roteiro para incluir certos personagens que ganharam vida no casting.
C&P: Quais as principais dificuldades para tirarem esta ideia do papel?
TS: A principal dificuldade é a financeira. Estipulamos um valor mínimo de 1200 reais para custear transporte, alimentação e segurança da equipe e do elenco (pois todas as cenas serão filmadas à noite). Criamos uma conta no Vakinhas (site de cunho colaborativo http://migre.me/oaHiE ) para que pessoas físicas que simpatizem com nosso projeto possam doar. Além disso, estamos tentando parceria com lojas de comics e qualquer empresa que esteja disposta a nos ajudar, seja com patrocínio ou apoio.
Temos até dia 5 de fevereiro para conseguir, se não atrasaremos a pré-produção. Contudo, tenho certeza que os fãs do Batman e do cinema cearense irão nos ajudar a realizar esse projeto. Quem se interessar pode entrar em contato conosco através do nosso email: nightandsilencemovie@gmail.com ou falar inbox por meio de nossa fanpage https://www.facebook.com/anoiteeosilencio?fref=ts
C&P: Houve algum contato com a DC para apresentarem o roteiro para eles?
TS: Não houve contato com DC, na verdade quem detém os direitos dos personagens da DC comics é a Time Warner, grupo da Warner Bros Studios. Contudo, sabemos que eles não impedem que sejam produzidos fanfilms, desde que não haja lucro da nossa parte, em outras palavras: Podemos produzir e divulgar o filme, mas não podemos cobrar ingresso ou vendê-lo. Além é claro de ser uma produção universitária, todas as exibições do filme serão gratuitas e abertas ao público e decorrido um ano depois da gravação, colocaremos no YouTube em modo público.
C&P: Pensa em direcionar roteiros para longas metragens também? Além disso, tem outros projetos para um futuro próximo? Se sim, poderia nos falar um pouco sobre eles?
TS: Sim, como diretor e roteirista, eu penso em longas também. No futuro próximo meu principal trabalho vai ser ajudar os outros colaboradores do Casa na Árvore a desenvolverem seus projetos. Porém, meu próximo filme deverá ser pré-produzido em Dezembro desse ano para ser gravado ano que vem, sobre a história não posso revelar muito, mas adianto que será uma espécie de western e road movie.
Eder, mais uma vez, obrigado pela a oportunidade. Envio também, em anexo, uma foto oficial da equipe e o pequeno teaser que fizemos.
Link do teaser: https://www.youtube.com/watch?v=CsO2UJpoFyA
Abraços grande e pode contar conosco também.
Críticas
Ass, curta metragem de Michiel Blanchart

Ass é um curta metragem belga, dirigido por Michiel Blanchart e que está no catálogo da nossa parceira Filmicca. Resolvi assisti-lo sem saber absolutamente nada e nem ler a sinopse, ou seja, é um tipo de experimento interessante e, consequentemente, arriscado. Mas, neste caso, o risco valeu a pena quando os créditos finais subiram.
Com 15 minutos de duração, não dá para definir o filme em apenas um gênero. Há um pouco de tensão, um humor sutil em pequenas ações dos personagens e, ao mesmo tempo, uma discussão sobre descobertas, desejos e sexualidade. Vale ressaltar que precisarei pontuar determinadas passagens e, por isso, leves spoilers serão dados (mas nada que estrague as surpresas). Dito isso, vamos lá!
Leves spoilers de Ass, um curta metragem surpreendente
Há uma sacada esperta da montagem lá pelos 8 minutos, quando vemos uma briga entre os protagonistas. Em seguida, num telejornal, o âncora diz que o Papa renunciou por ter visto a tal imagem e que “neste dia, Deus está morto. Tal boca, coloca em dúvida a própria ideia de um ser divino“. Destroçar essa masculinidade tóxica que ainda existe, começando pelas religiões, é representativo e um soco no estômago.
Mas não para por aí. Já que a desconstrução precisa vir de dentro para fora. E será que os amigos se manterão bem consigo mesmo e com os outros? Ass é um curta metragem que nos faz pensar e chega em 2023 atualíssimo. Para não dizer que tudo é perfeito, o elenco formado por Antonin Compère, Emil Stengele e Théophile Mou, é bom, mas parecem um pouco ‘engessados’ e, às vezes, quase soletram suas frases. Nada que tenha me tirado da imersão
Sinopse de Ass
As noites excessivas, o bom ambiente e a camaradagem reinam no apartamento de Gill, Rémi, Alwin e Patrick. Eles achavam que sua amizade viril era infalível… Mas Patrick esconde um segredo inquietante. Um segredo que poderia perturbar o equilíbrio do grupo e o mundo inteiro.
Nota Cinema e Pipoca: ★★★½
Título Original: Cul
Ano Lançamento: 2019 (Bélgica)
Dir: Michiel Blanchart
Elenco: Antonin Compère, Emil Stengele e Théophile Roux
Críticas
O Lápis e a Borracha, divertido curta-metragem

O Lápis e a Borracha é um curta metragem divertido que está no streaming da Filmicca. Lançado em 1960, tem cerca de 9 minutos e nos apresenta esses objetos como protagonistas antropomorfizados, numa animação que não fica devendo em nada para muitas lançadas atualmente. Além disso, os adultos podem apresentá-la para os pequenos sem medo.
A trilha sonora, apesar de repetitiva, se molda bem com àquilo que é proposto. A transição de ‘cenários’ vai tornando aquele ambiente cada vez mais rico e o espectador compreende onde o diretor húngaro György Várnai, falecido em 1991, deseja chegar. Dialoga-se sobre as diferenças e a aceitação perante os demais membros da sociedade.
Quais os riscos disso a curto, médio e longo prazo? Você poderá se ferir e fazer o mesmo com aqueles que ama. Enfim, apesar de parecer clichê, devemos lembrar que é um projeto voltado para o público infantil. Contudo, é louvável notar que haviam mentes criativas que já tinham o trabalho de conscientização, mesmo em períodos tão longínquos.
Com o passar do tempo, o lápis e a borracha ficam gastos e ‘envelhecidos’. Ou seja, dar valor na vida é um dos plotes principais por aqui. Generoso, conciso e muito simpático!
Sinopse de O Lápis e a Borracha
Por ser um filme de animação que reflete sobre o processo de fazer um desenho animado, os personagens-título são as duas ferramentas básicas dos animadores: o lápis e a borracha. Como Dom Quixote e Sancho Pança, os dois conquistam as folhas em branco.
Nota Cinema e Pipoca: ★★★
Título Original: A ceruza és a radír
Ano Lançamento: 1960 (Hungria)
Dir: György Várnai
Curta Metragem
Anima, curta metragem da Netflix

Anima, curta metragem da Netflix, não é só lotado de psicodelias visuais como também mantém o espectador atento a cada detalhe e coreografia. É verdade que não é um projeto que vai agradar todo mundo, mas se estiver disposto a algo diferentão e fora dos padrões hollywoodianos, confira!
O melhor de tudo e cabendo como um selo de qualidade, é que a direção ficou a cargo de Paul Thomas Anderson (de Sangue Negro e Magnólia) e a interpretação nas mãos do vocalista da banda Radiohead, Thom Yorke e dos dançarinos Gala Moody e Dajana Roncione. (mais…)
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