Críticas
30 Anos de Curtindo a Vida Adoidado

O Cinema e Pipoca faz uma bela e justa homenagem a um dos filmes mais reprisados na Sessão da Tarde, um dos que mais soube dialogar com a juventude da década de 80 e 90 e um dos mais divertidos de todos os tempos. Nos 30 anos de Curtindo a Vida Adoidado, notamos que o filme dirigido por John Hughes fez e continua fazendo história. E se você, assim como Ferris, já deu aquela matada de aula para ficar de bobeira, vai curtir este texto.
Caso queria saber mais sobre a filmografia do genial diretor John Hughes, veja este link que escrevemos há algum tempo atrás.
30 anos de Curtindo a Vida Adoidado | O Filme
Por Adriano de Morais
Se você não conhece nada sobre as obras de Jonh Hughes, essa é a oportunidade da sua vida. O diretor é o responsável por dezenas de clássicos dos anos 80, que marcaram uma geração inteira e continua influenciando diretores até hoje.
Mas seu melhor e mais famoso filme foi ‘Curtindo a Vida Adoidado’, que tem como título original ‘Ferris Bueller’s Day Off’ (O Dia de Folga de Ferris Bueller, na tradução literal). Foi lançado dia 11 de junho de 1986 nos Estados Unidos, completando, hoje, 30 anos – aqui no Brasil estreou em 19 de dezembro de 1986.
O roteiro fala, basicamente, sobre um jovem que não está afim de ir para a escola e quer aproveitar um dia de liberdade. De quebra, acaba levando sua namorada e seu melhor amigo juntos, não sem antes mentir para a escola e seus familiares, dizendo que está doente.
Um dos grandes diferenciais é a quebra da quarta parede, que você deve ter visto e se habituado mais recentemente em ‘Deadpool’ (que homenageia Ferris), mas é uma ferramenta antiga no cinema.
O jovem acaba dando dicas de como ludibriar os seus pais e não ir para a escola. Eu nunca testei os métodos utilizados por Ferris, mas lembro de quando via a vinheta da Sessão da Tarde anunciando que o filme ia passar, sempre dava um jeito de matar aula e assistí-lo.
Os personagens são icônicos, com destaque, é claro, para Ferris Bueller (Matthew Broderick), mas também para Cameron (Alan Ruck) e o diretor Rooney (Jeffrey Jones) e muitas cenas marcantes, a primeira que posso citar é quando o protagonista canta ‘Twisten and Shout’, dos Beatles, numa espécie de desfile ao ar livre (a sequência é muito maneira). A segunda cena é quando Ferris corre para casa, pois seus pais não podem descobrir sua ausência e, por último, a da Ferrari do pai do Cameron, caindo e levando desespero para os personagens e para quem assiste.
A trilha sonora de Curtindo a Vida Adoidado é simplesmente um primor, com destaque para a já citada ‘Twisten and Shout’ e ‘Oh Yeah!’ (que já tocou em diversos filmes dos anos 80… muitos mesmo).
‘Curtindo a Vida Adoidado’ tem diversas curiosidades, mas vou deixar para meu amigo Alessandro Oliveira, falar sobre elas.
Chick, Ckick Chicka.
30 anos de Curtindo a Vida Adoidado | Curiosidades
Por Alessandro Oliveira
Olá seres que curtem a vida adoidado da internet, tudo bem com vocês? Hoje não falarei de vídeos games, não não. Hoje estou aqui para celebrar os 30 anos de um dos filmes que mais influenciaram os jovens no mundo inteiro a fazerem algo simples, mas que muda o sentido de tudo, ou seja, curtir a vida como Ferris Buller e aproveitar as pequenas coisas (como já dizia Talahasse em Zumbilândia ).
Então vamos às 7 maiores curiosidades de Curtindo a Vida Adoidado. (Lembrando a todos que poderão existir spoilers e caso você não tenha visto o filme, pular da Terra é uma opção!)
1 – Ferrari ? Que Ferrari ?
O pai de Cameron tem uma Ferrari, e a equipe de produção não conseguiu alugar uma italiana legítima para as filmagens, o que fazer então? Os magos foram envocados e réplicas de fibras de vidro foram feitas (três delas pra ser mais exato), uma para takes externos e duas para os takes da garagem e, infelizmente, uma ‘veio a falecer’ depois de atravessar a vidraça e cair do segundo andar, uma fatalidade.
2 – Romance Adoidado
Os atores Lyman Ward e Cindy Pikett que interpretam os pais de Ferris, se casaram (olha que fofo!) após as filmagens. Houve boatos de que houve outro romance, entre a atriz que interpreta Jean Buller (irmã de Ferris) e Charlie Sheen.
3 – Charlie Sheen , interpreta, Charlie Sheen
O ator Charlie Sheen (hoje conhecido pelas maluquices e por ser portador do vírus HIV), antes era conhecido por ser um excelente comediante. O ator faz uma ponta como um delinquente drogado e galanteador, que paquera a irmã de Ferris e no fim das contas acaba vendo que também teve um dia adoidado.
4 – Coincidência “Animal”
Na cena do desfile (ou parada) há um letreiro em um cinema que anuncia o filme Godzilla 85 e treze anos depoi,s o ator Mathew Broderick viria interpretar um cientista em… Godzilla de 1998, coincidência ou destino?
5 – Ctrl + C e Ctrl + V
Alguns momentos do filme tiveram uma certa colagem de edição para impactar mais na exibição, pequenas coisas como: os chutes que Jean dá no diretor (apenas um chute foi filmado e ela executou três belos soccer kicks no pobre e infernal diretor). Outro momento é o beijo de Ferris em sua amada, que foi filmado apenas um selinho e no filme, vemos um belo e cinematográfico beijo.
6 – O Mestre já sabia desde o princípio
O gênio John Hughes escreveu o roteiro em uma semana, o filme teria duas horas e quarenta e dois minutos e ele já havia pensado em Mathew Broderick para interpretar Ferris Esse Hughes foi um gênio!
7 – Um sucesso sem igual
O filme até hoje é um sucesso sem igual, e reflexo disso são as bandas Save Ferris e Rooney, que são homenagens a campanha de proteção à Ferris Buller e uma menção ao vilão, o diretor da escola Rooney.
Existe até uma teoria de que Ferris não exista que ele seja uma personalidade de Cameron que sofre distúrbios pelo abandono do pai e cria essa personalidade libertadora, faz sentido? Claro que faz, mas não há nada que comprove a veracidade desse fato. Um abraço moreno e curta a vida porque “você nunca sabe quando haverá outro sábado de Sol como esse de hoje”.
30 anos de Curtindo a Vida Adoidado | O Seriado
Por Éder de Oliveira
O sucesso de ‘Curtindo a Vida Adoidado’ no cinema em 1986 (que fechou o caixa com uma bilheteria de 70 milhões de dólares, contra um orçamento de 6 milhões), mexeu com os produtores e um seriado foi lançado quatro anos depois, intitulada ‘Ferris Bueller’.
O diretor John Hughes sempre foi contra o programa, por achar que seria muito difícil criar diálogos que quebrassem a quarta barreira toda a semana. E, pelo visto, ele não estava errado, pois mesmo com boa audiência nos primeiros episódios, a falta de interesse logo tomou conta do público.
John Masius foi o criador, tendo como diretores Bill Bixby, Seteve Dubin, Victor Lobl e Bethany Rooney. No elenco Charlie Schalatter, no papel que havia sido de Matthew Broderick, Brandon Douglas como Cameron, Richard Riehle como o Diretor Rooney e uma novíssima Jennifer Aniston vivendo a irmã de Ferris, Jeannie.
Os títulos dos 13 episódios foram:
1- “Piloto” (agosto de 1990)
2- “Behind Every Dirtbag” (setembro de 1990)
3- “Custodian Of the People” (setembro de 1990)
4- “Without You I’m Nothing” (outubro de 1990)
5- “Between a Rock and Rooney’s Place” (outubro de 1990)
6- “A Dog and His Boy” (outubro de 1990)
7- “Ferris Bueller Can’t Win” (outubro de 1990)
8- “Sloan Again, Naturally” (novembro de 1990)
9- “Scenes From a Grandma” (novembro de 1990)
10- “Stand-In Deliver” (novembro de 1990)
11- “Baby You Can’t Drive My Car” (dezembro de 1990)
12- “Grace Under Pressure” (dezembro de 1990)
13- “A Night In the Life” (agosto de 1991)
30 anos de Curtindo a Vida Adoidado | Pontos Turísticos
Por Jonathan Pádua
Em 1986 nascia esse que vos escreve e era lançado o filme Curtindo a Vida Adoidado. Eis que o filme se tornou um dos meus preferidos e depois, quando comecei a me interessar por viagens, coloquei a cidade de Chicago na minha lista de destinos, pois é lá que o filme se passa.
Ainda não consegui visita-la, mas caso você tenha essa oportunidade, confira os lugares que você não pode deixar de fora:
– Art Institute of Chicago
É nesse museu que Ferris Bueller, Cameron Frye e Sloane Peterson aparecem em várias cenas muito legais em sequência.
– Edifício Willis Tower
Quem não se lembra dos 3 apoiados no vidro e Cameron achando que viu a Ferrari do pai lá embaixo?
– Estádio de beisebol Wrigley Field
A casa dos Chicago Cubs! É la que o Ferris pega uma bola de beisebol depois de um rebatedor fazer um home run.
– Dearborn Street
É nessa rua que acontece a parada alemã “Von Steuben Day Parade” e é durante a parada que Ferris faz a famosa cena cantando a música “Twist and Shout” do Beatles.
E para você, bora comemorar os 30 anos de Curtindo a Vida Adoidado revendo este clássico?!
Críticas
O Exorcista | Resenha | Vale a pena assistir?

O Exorcista completou, em 2025, 52 anos de seu lançamento e, por conta do mês do Halloween, não tinha como não assisti-lo. Esse é um daqueles projetos que revejo de tempos em tempos e, ainda assim, consigo notar novos detalhes que enriquecem a história, os personagens e este universo tirado do livro de William Peter Blatty (que também assina o roteiro) e transposto impecavelmente por William Friedkin.
O tom soturno das locações, da fotografia e da psique de Regan e companhia, se deteriora mais e mais com o passar do tempo. A garota e Chris MacNeil (Linda Blair e Ellen Burstyn, respectivamente), vivem o luto da separação – uma é a filha que o pai, praticamente, abandonou e a outra é uma mãe que precisa fazer de tudo para dar o melhor para a menina, sendo uma estrela de Hollywood.
Portanto, este, assim como tantos outros terrores, tem camadas que vão além dos sustos e também pode ser considerado um drama potente. Numa outra linha narrativa, temos o padre Karras, vivido por Jason Miller, que está com a fé abalada e, mais para frente, o padre Merrin, na pele de Max von Sydow. O elenco é absurdo e genial!
Possessão, efeitos práticos e a criação de uma obra prima chamada O Exorcista
Muitos se lembram de Regan girando a cabeça sob o corpo ou fazendo um ato profano com o crucifixo. Mas essas mais de duas horas de projeção têm muito mais! E todos os pontos são necessários para construir o enredo e esse horror da possessão. Há ceticismo e descrença num primeiro momento. A ciência vem primeiro, para averiguar se havia doenças mentais e os próprios médicos têm dificuldades em dar este caminho do exorcismo.
E na hora dos efeitos práticos, tudo é feito com maestria pelo genial e maluco Friedkin, que chegou a extremos para tirar boas atuações – como na cena em que Burstyn é ‘arremessada’ e bate as costas na parede, aquilo não era atuação e ela, de fato, se lesionou seriamente.
Quanto aos prêmios, recebeu indicações ao Oscar – foi o primeiro longa de terror a ser indicado a Melhor Filme, além de faturar Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Esteve no BAFTA, na categoria de Melhor Som e faturou 4 estatuetas no Globo de Ouro: Melhor Filme – Drama, Diretor, Atriz Coadjuvante para Linda Blair e Roteiro.
Apesar das diversas lendas urbanas (9 pessoas que participaram do projeto morreram, seja por conta de quedas, doenças e assaltos), o que precisamos avaliar é que O Exorcista jamais seria produzido, nesses moldes, hoje em dia. Estávamos em uma Hollywood onde os idealizadores tinham a última palavra e não os estúdios. Sorte a nossa em colocarmos as mãos nessa obra prima inesquecível e atemporal.
Onde assistir O Exorcista?
Sinopse de O Exorcista:
No início, vemos um padre no Iraque, desenterrando algo no meio da areia. Nos Estados Unidos, uma atriz percebe mudanças no comportamento da filha. Diversos exames são feitos, mas os diagnósticos nunca são precisos, até que numa noite, a cama de Regan começa balançar sozinha e outros móveis saem do lugar. Daí a descobrirem a inevitável possessão é questão de minutos e um padre é chamado e aceita fazer o exorcismo da menina.
Nota: ★★★★★
Título Original: The Exorcist
Ano Lançamento: 1973 (EUA)
Dir.: William Friedkin
Elenco: Max von Sydow, Jason Miller, Ellen Burstyn, Linda Blair, Lee J. Cob,William O´Malley
Curiosidades de O Exorcista
- O ator Jason Miller, que interpretou o Padre Karras, teve uma discussão acalorada com o diretor. Isso porque Friedkin teria disparado uma arma perto de seu ouvido para obter uma reação autêntica.
- No primeiro dia de ensaio da sequência do exorcismo, a maneira como Linda Blair proferia o diálogo obsceno perturbou tanto Max von Sydow, intérprete do Padre Merrin, que ele chegou a esquecer suas falas.
- Devido às ameaças de morte contra Linda Blair por fanáticos religiosos que acreditavam que o filme “glorificava Satanás”, a Warner Bros. manteve guarda-costas protegendo-a por seis meses após o lançamento do filme.
- A voz do demônio foi feita por Mercedes McCambridge. Ela insistiu em engolir ovos crus e fumar compulsivamente para alterar suas vocalizações. Além disso, queria beber uísque para distorcer a voz, mas como estava abandonando a sobriedade, exigiu que seu padre estivesse presente para aconselhá-la durante o processo de gravação. A pedido de Friedkin, ela também foi amarrada a uma cadeira com pedaços de um lençol rasgado para obter um som mais realista do demônio lutando contra as restrições.
- A atriz Ellen Burstyn, que fez Chris MacNeil, sofreu uma lesão permanente na coluna durante as filmagens da cena em que é atirada ao chão pela filha possuída, fraturando o cóccix.
- O vômito que Regan atira em Padre Karras é, na verdade, sopa grossa de ervilha.
- O set do quarto de Regan era resfriado com quatro aparelhos de ar condicionado, e as temperaturas chegavam a ficar em -1°C. Estava tão frio que a transpiração congelava em alguns membros do elenco e da equipe.
- Para fazer Max von Sydow parecer muito mais velho do que seus 44 anos na época, o maquiador Dick Smith aplicava látex líquido e, ao secar, esticava a pele do ator. Este procedimento de maquiagem durava três horas diariamente e causava grande desconforto no ator.
- O local da escavação arqueológica visto no início do filme é o sítio real da antiga Nínive, em Hatra, Iraque. Friedkin teve que levar uma equipe totalmente britânica, pois os EUA não tinham relações diplomáticas com o Iraque na época.
- Mercedes McCambridge teve que processar a Warner Bros. para receber crédito como a voz do demônio. Friedkin disse que ela originalmente não queria crédito, afirmando que desejava que o público acreditasse que a voz era de Regan, mas mudou de ideia após o lançamento.
- O teaser trailer original, que consistia quase apenas em imagens do demônio de rosto branco piscando rapidamente na escuridão, foi banido em muitos cinemas por ser considerado “muito assustador”.
- A contorcionista Ann Miles foi contratada para realizar a famosa cena da “caminhada de aranha” na escada. Friedkin a excluiu antes do lançamento de 1973 por achar que era “demais” e porque era difícil esconder os fios na época. Ele a adicionou de volta na versão estendida de 2000, com os fios removidos digitalmente.
- Vasiliki Maliaros (a mãe de Padre Karras) nunca havia atuado em um filme antes. Ela foi descoberta em um restaurante grego. Friedkin e o autor William Peter Blatty acharam que ela se parecia muito com a mãe de ambos.
- O estúdio queria Marlon Brando para o papel de Padre Karras ou Padre Merrin, mas o diretor vetou, alegando que com Brando o filme se tornaria um “filme de Brando”.
- Jack Nicholson também foi cotado para o papel de Padre Karras. Contudo, Friedkin achou que Nicholson era muito “não-santo” para interpretar um padre.
- Linda Blair recebeu sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante antes que se soubesse amplamente que Mercedes McCambridge havia fornecido a voz do demônio. A controvérsia sobre Blair receber crédito pelo trabalho de outra atriz prejudicou suas chances de ganhar o prêmio.
- Em seu lançamento inicial, O Exorcista afetou o público de forma tão intensa que, em muitos cinemas, paramédicos foram chamados para atender pessoas que desmaiaram e outras que entraram em histeria.
- Paul Bateson, que participa de uma cena onde um cateter é inserido na garganta de Regan, era um técnico de raio-x do NYU Medical Center. Em 1979, ele foi condenado pelo assassinato de um crítico de cinema e foi um suspeito nos chamados “assassinatos da sacola”.
- A cena em que o Padre Merrin sai do táxi e para em frente à residência MacNeil banhado em um brilho misterioso foi inspirada na série de pinturas “O Império das Luzes” (L’Empire des lumières) de René Magritte.
- De acordo com o autor William Peter Blatty, a Warner Bros. queria mudar o título do filme depois de uma pesquisa que constatou que nenhum dos participantes sabia o que era um exorcista.
Críticas
Tron – Ares | Resenha | Vale a pena assistir?

Tron – Ares, o terceiro capítulo da franquia iniciada em 1982, surge como uma continuação que poucos clamavam, mas que, ainda assim, promete atualizar a mitologia digital de seu universo para uma nova era. Dirigido por Joachim Rønning (Kon-Tiki e Malévola – Dona do Mal), tenta encontrar um equilíbrio entre nostalgia, espetáculo visual e discussões contemporâneas sobre inteligência artificial — mas se perde entre ideias genéricas e um roteiro superficial.
Desde Tron, que foi inovador ao introduzir conceitos digitais e computação gráfica numa era onde isso era pouco usual, passando por Tron – O Legado (2010), que elevou esse aspecto ao som de Daft Punk e uma estética eletrônica deslumbrante, tudo era uma grande ode a este universo. Agora, em Tron – Ares a proposta é expandi-lo: pela primeira vez, os programas — ou inteligências artificiais — saem do mundo digital para o mundo real.
Os prós: visual, trilha e Jared Leto em Tron – Ares
Não há como negar: o filme é bonito de ver. A fotografia noturna, contrasta as luzes néon em tons laranja com sombras densas e cria uma ambientação elegante e coerente com os filmes anteriores. A estética do universo digital permanece como um dos principais atrativos da franquia, e aqui ela é levada a outro patamar com efeitos visuais mais refinados e cenas de ação impactantes — especialmente aquelas envolvendo as já icônicas motos de luz.
A trilha sonora, desta vez comandada por Trent Reznor e Atticus Ross (vencedores do Oscar por A Rede Social), é outro ponto alto. Embora não alcance o impacto quase mítico da trilha de O Legado, composta pelo Daft Punk, a dupla entrega composições com batidas pesadas – me senti dentro de uma have.
Nas atuações, Jared Leto se destaca como Ares, o programa que cruza para o mundo real em busca de longevidade e propósito. Embora suas atuações por vezes dividam o público, aqui ele encontra um bom equilíbrio entre intensidade e estranheza, dando ao personagem uma presença enigmática e quase espiritual. Jodie Turner-Smith também oferece uma performance sólida, trazendo força e sutileza em suas interações com Leto.
Os contras: roteiro vazio e personagens desperdiçados
Apesar dos pontos positivos, o roteiro é raso, previsível e parece escrito por inteligência artificial — sem trocadilhos. Há boas ideias jogadas aqui e ali, como a discussão sobre ética em IA, o surgimento da consciência digital ou o valor da vida humana diante de entidades programadas, mas nada disso é desenvolvido com a devida profundidade. Tudo soa genérico, como se o filme tivesse medo de se comprometer com qualquer reflexão mais complexa.
O resultado é que não há grandes reviravoltas, surpresas ou sequer um senso de urgência genuína. Sabemos exatamente para onde tudo vai desde os primeiros minutos.
O elenco de apoio, que inclui nomes como Evan Peters, Gillian Anderson, Cameron Monaghan e Sarah Desjardins (Yellowjackets), é subutilizado. Peters, que já mostrou carisma e versatilidade em produções como X-Men – Dias de um Futuro Esquecido, aparece aqui como um vilãozinho afetado e sem ameaças reais. Gillian Anderson (Arquivo X) é relegada a uma figura burocrática. Cameron Monaghan e Desjardins mal têm tempo de tela o suficiente para justificar sua presença.
Essa falta de desenvolvimento prejudica diretamente o envolvimento do espectador. Não sentimos medo pela vida dos personagens, não nos importamos com suas perdas ou conquistas. Há uma ausência geral de emoção, como se tudo estivesse sendo conduzido no “modo automático”, ironicamente apropriado para um filme sobre inteligências artificiais.
Entre o passado e o futuro (mas sem alma)
Há momentos de nostalgia, mas até eles soam um pouco forçados. São piscadelas (até Jeff Bridges dá as caras) que não se conectam com o enredo de forma orgânica, apenas fazem lembrar que, em algum momento, esse universo foi mais fascinante e inovador do que é agora.
Tron – Ares termina com um gancho para uma sequência, mas deixa a sensação incômoda de que estamos assistindo a um ciclo que se repete, como um looping eterno. A franquia parece mais interessada em manter-se viva por inércia do que por alguma necessidade narrativa.
Onde assistir Tron – Ares?
Sinopse de Tron – Ares
Diversas ameaças que estavam no mundo digital atravessam as barreiras e chegam para o mundo ‘real’. Portanto, Ares, um programa de computador, quebra completamente a distinção entre o real e digital e começa a se perguntar e a pensar ‘fora da caixa’.
Nota: ★★★
Título Original: TRON: Ares
Ano Lançamento: 2025 (EUA)
Dir.: Joachim Rønning
Elenco: Jared Leto, Greta Lee, Evan Peters, Jeff Bridges, Cameron Monaghan, Sarah Desjardins, Gillian Anderson, Jodie Turner-Smith
Curiosidades de Tron – Ares
- O filme foi orçado em US$ 180 milhões
- Em 29 de abril de 2024, a Disney anunciou oficialmente o retorno de Jeff Bridges, tornando-o o único ator a participar dos três filmes da franquia.
- Durante toda a gravação de Tron – Ares, Jared Leto permaneceu em personagem como Ares. Ele não falava com ninguém, a menos que fosse necessário, e exigia que todos o chamassem de “Ares”.
- Jeff Bridges foi o único que ignorou a exigência de Leto. Segundo ele, como seu personagem Kevin Flynn é o criador da Grade (Grid), ele está acima de Ares e pode chamá-lo como quiser.
- Tron – Ares é o primeiro filme da série sem a presença de Bruce Boxleitner como TRON/Alan Bradley.
- Tron – Ares é o primeiro filme da franquia com classificação PG-13. Os dois anteriores eram classificados como PG.
- A Disney pediu que os compositores Trent Reznor e Atticus Ross fossem creditados como Nine Inch Nails na trilha sonora.
- A nova classificação PG-13 reflete um tom mais sombrio e maduro para Tron – Ares, em comparação com os anteriores, que tinham um apelo mais leve e familiar.
- A ausência de Alan Bradley pode indicar uma mudança significativa na narrativa, com novos personagens dominando o mundo digital da Grade.
- Apesar das mudanças no elenco e tom, o retorno de Jeff Bridges e a presença de Jared Leto como vilão geraram grande expectativa entre os fãs antigos e novos.
Críticas
Um Lobisomem Americano em Londres | Resenha | Vale a pena assistir?

Um Lobisomem Americano em Londres completará, em 2026, 45 anos de seu lançamento e continua tão inovador e atual quanto naquela época. Mas falaremos disso em breve. Antes, preciso citar que arrecadou mais de US$ 30 milhões nas bilheterias, contra US$ 6 milhões de seu orçamento e ganhou uma sequência 16 anos depois, intitulada Um Lobisomem Americano em Paris.
Essa era uma daquelas heresias cinéfilas, pois nunca havia assistido, mesmo sabendo de sua relevância, principalmente no que diz respeito a efeitos práticos/especiais. O diretor John Landis havia trabalhado em grandes marcas, como: Direct TV, Taco Bell, Coca Cola, Pepsi, Kellogg’s e Disney e, por isso, compreendemos sua expertise em fazer tanto com tão pouco – o homem foi forjado pelos comerciais de TV, pelos prazos apertados e, claro, por orçamentos que, muitas vezes, eram menores do que queria.
Ele escolhei a dupla David Naughton e Griffin Dunne para viver os viajantes David Kessler e Jack Goodman, respectivamente. Ambos são americanos numa terra desconhecida, ou seja, Londres, mas são sumariamente expulsos de um bar – as diferenças culturais, muitas vezes, são levadas até as últimas consequências, mas mal sabiam eles que isso resultaria num terror sem igual.
As atuações e o tom cômico de Um Lobisomem Americano em Londres
E qual o problema de diretores que vêm de comerciais de TV? Muitas vezes pecam no comando dramático. A dupla Naughton e Dunne (debaixo de uma belíssima maquiagem, que se deteriora com o passar dos minutos), apesar de terem seus momentos para brilhar, não entregam tanto quanto poderiam e, por exemplo, a paixão entre David Kessler e a enfermeira Alex Price não convence por ser apressada.
Em contrapartida, não esperava o tom cômico, como na passagem onde Kessler, nu dentro de um zoológico, rouba as bexigas de um garotinho para tampar suas partes íntimas. É algo sutil, mas inserido perfeitamente por Landis que tem em sua filmografia Os Irmãos Cara de Pau (1980) e Um Príncipe em Nova York (1988).
Agora, sim: vamos falar dos efeitos e maquiagem de Um Lobisomem Americano em Londres
Depois que os créditos subiram, fiquei pensando sobre quais os filmes atuais conseguem ser melhores, nos quesitos efeitos práticos/especiais e maquiagem de Um Lobisomem Americano em Londres. A resposta: poucos. A primeira transformação do protagonista no monstro é feito às claras – o responsável Rick Baker não usa a escuridão para ‘maquiar’ os defeitos.
As mãos aumentando, a mandíbula indo para frente, os ossos da coluna e as orelhas ficando protuberantes. É um deleite não só para os fãs de terror, mas para os cinéfilos de um modo geral. Há sangue, há espaço para homenagens aos clássicos – um monstro matando pessoas dentro de uma sala de cinema é muito metalinguístico – e toda a violência apresentada provam que, apesar dos pequenos deslizes, é uma obra prima que deve ser vista e revista.
Onde assistir Um Lobisomem Americano em Londres
Sinopse de Um Lobisomem Americano em Londres
Numa viagem à Inglaterra, dois amigos americanos são atacados por uma criatura. Um deles sobrevive, mas enfrenta as consequências sobrenaturais desse ataque.
Nota: ★★★★
Título Original: An American Werewolf in London
Ano Lançamento: 1981 (Estados Unidos | Reino Unido)
Dir: John Landis
Elenco: David Naughton, Jenny Agutter, Griffin Dunne, David Schofield, John Woodvine, Lila Kaye, Brian Glover, Anne-Marie Davies, Frank Oz
Curiosidades de Um Lobisomem Americano em Londres
1- A falta de reconhecimento por O Homem Elefante (1980) levou o Oscar a criar a categoria de Melhor Maquiagem, em 1981. Rick Baker foi o primeiro vencedor com Um Lobisomem Americano em Londres.
2- David Naughton correu nu de verdade no Zoológico de Londres e, só depois, descobriu que o local estava aberto ao público – os “figurantes” eram visitantes reais!
3- Naughton foi escolhido por John Landis após um comercial do Dr. Pepper, mas perdeu o contrato com a marca após as cenas de nudez no longa.
4- Rick Baker trabalhou por meses na cena de transformação. Para sua surpresa, Landis usou apenas 7 segundos do material — mas foi o suficiente para impressionar o público.
5- Landis teve a ideia do roteiro após ver um funeral cigano durante as filmagens na Iugoslávia, onde o corpo era enterrado cercado de alho para não ressuscitar.
6- O ator Griffin Dunne quase ficou de fora por falta de permissão de trabalho. Landis ameaçou mudar o título e o local do filme para Paris se ele não fosse aprovado.
7- Apesar do tom cômico, Landis quis que a violência fosse crua e realista, inspirando-se no terror dos anos 1940, onde o lobisomem era retratado como uma vítima trágica.
8- O visual do lobisomem foi baseado em Bosco, o cachorro de Rick Baker, um keeshond.
9- Na sequência do pesadelo, Rick Baker faz uma participação como um dos lobisomens nazistas — ele é o que corta a garganta de David.
10- Landis escolheu Londres por ser o “berço do terror”, lar de Jack – o Estripador, Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Mas também quis mostrar a Londres real dos anos 1980.
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