ENTREVISTA SOBRE MANGUE NEGRO
Logo após os bate papos com o pessoal da COALA FILMES, bem como com TIAGO BELOTTI, diretor de A CAPITAL DOS MORTOS, tivemos o prazer de fazer uma entrevista sobre MANGUE NEGRO, com RODRIGO ARAGÃO.
Portanto, há comentários sobre as dificuldades de se ‘fazer terror’ no Brasil, seus projetos futuros e muito mais.
ENTREVISTA SOBRE MANGUE NEGRO
CINEMA E PIPOCA: Quais as principais dificuldades de se fazer um filme do gênero no país?
RODRIGO ARAGÃO: Todas! (risos). Eu não sei bem como é fazer cinema “oficial” no Brasil, pois só fiz terror independente. Não temos nenhum apoio de leis, governo, prefeitura ou empresa, a grande maioria delas, infelizmente, vê o gênero com maus olhos, e ainda tem os pseudo-intelectuais que gostam de falar mal sem ter a menor noção do que é fazer um projeto como este, muito menos do que é passar 10 horas dentro de um mangue poluído com uma câmera na mão.
O MANGUE NEGRO é um filme que eu, como fã de terror, sempre quis ver sendo feito no Brasil, com elementos dos divertidos filmes splaitter dos anos 80, com muito da cultura regional capixaba. O resultado final é uma obra apaixonada feita de fã para fãs, por isto quem gosta curte muito, quem não gosta odeia.
CP: Esta transposição entre curtas e longas-metragens foi difícil? Qual a maior diferença entre elas?
RA: O tamanho do pepino!
Na verdade sempre quis fazer longas, a minha única experiência com curta foi “o Chupa Cabras” que vai virar um longa este ano chamado “A noite do Chupacabras”, os vídeos “Peixe Podre 1 e 2”, são mais uma brincadeira entre amigos. Acho que a coisa mais difícil do longa é manter a concentração de toda a equipe durante tanto tempo, o MANGUE NEGRO levou 3 anos para ficar pronto, o próximo deve levar 2 anos, espero um dia, chegar no padrão de Mazzaropi e fazer um longa por ano. Este é meu sonho.
CP: A idéia de criar um roteiro sobre zumbis dentro de um mangue, veio de onde?
RA: O mangue sempre foi o fundo do quintal de minha casa, na minha infância tomávamos banho e brincávamos em suas raízes, sempre com muito cuidado por causa de animais como caramuru, aranhas saltadeiras ou caranguejos preguiçosos, imaginar monstros ou zumbis saindo da lama foi uma coisa natural.
CP: Quais suas maiores influência no gênero?
RA: As produções dos anos 80 foram as que mais marcaram minha vida, O Lobisomem Americano em Londres, A Hora do Espanto, A Noite do Arrepio, Evil Dead, A Volta dos Mortos Vivos, Força Sinistra, Enigma de Outro Mundo, A Casa do Espanto. Todas essas maravilhas foram muito importantes para mim.
CP: Recebeu propostas de alguma empresa, para lançá-lo comercialmente em DVD?
RA: Sim, o MANGUE NEGRO esta sendo lançado pela Imperi Filmes, através do selo Dark Side. Apesar de um atraso, os DVDs devem estar nas Lojas Americanas dia 05/04, em edição dupla, super bem tratada e cheia de extras. Estou muito orgulhoso disso, afinal sei que poucas produções Brasileiras tem edições assim.
CP: Já tem planos para novas produções?
RA: Sim! “A Noite do Chupacabras”, será filmado de maio a agosto deste ano, nas montanhas do ES. Portanto, teremos belíssimas paisagens, um roteiro repleto de ação e cenas sangrentas, efeitos especiais mais elaborados e equipamento de alta definição. Todo o elenco do ‘MANGUE’ e novas caras como o ator Joel Caetano (recurso zero SP) e Peter Baiestorf. Há grande animação com a produção, pois estamos no caminho certo, fazendo cinema de gênero autossustentável no Brasil.
Meu amigo, estou as ordens para qualquer coisa que precisar,
Grande abraço
Rodrigo Aragão.
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