Filmes da fase 2 da Marvel: o que achamos?

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Os filmes da fase 2 da Marvel marcou um novo momento na consolidação de seu universo cinematográfico. Após o sucesso estrondoso de Os Vingadores (2012), a expectativa para os próximos passos era altíssima. A dúvida pairava no ar: como manter a qualidade, surpreender os fãs e, ao mesmo tempo, expandir a narrativa de forma coesa?

Composta por seis filmes lançados entre 2013 e 2015, essa fase serviu como ponte entre a construção dos heróis e os conflitos internos que desembocariam em Guerra Civil e Guerra Infinita. A Marvel não apenas respondeu à altura, como também ousou, apresentando novos personagens, tonalidades diferentes e aprofundando dilemas humanos.

Filmes da fase 2 da Marvel

Homem de Ferro 3 (2013)

Filmes da fase 2 da Marvel
Filmes da fase 2 da Marvel

O projeto abriu essa nova etapa com uma abordagem mais íntima e pessoal. Dirigido por Shane Black, o filme trouxe um Tony Stark mais vulnerável, lidando com crises de ansiedade e os traumas deixados pela batalha de Nova York. Ao despir o herói de sua armadura — no sentido literal e figurado —, o longa humaniza o bilionário e apresenta uma faceta pouco explorada até então.

Robert Downey Jr. sustenta o filme com sua habitual energia cativante, mesmo com um roteiro que dividiu opiniões. A subversão do vilão Mandarim, interpretado por Ben Kingsley, causou controvérsia entre os fãs, mas também trouxe frescor e ousadia. Guy Pearce complementa o elenco como o verdadeiro antagonista. Não é melhor que os dois anteriores e tem muitos exageros… não sei se, atualmente, os fãs sentem um carinho por ele.

Thor – O Mundo Sombrio (2013)

Logo em seguida veio Thor – O Mundo Sombrio (2013), uma sequência que expandiu significativamente o universo cósmico da Marvel. Sob a direção de Alan Taylor, que substituiu Kenneth Branagh, mergulha ainda mais em Asgard e nos Nove Reinos. A estética é mais sombria e madura, e a mitologia nórdica é aprofundada, especialmente com a introdução dos elfos negros e do vilão Malekith, interpretado por Christopher Eccleston.

Embora o vilão não tenha o desenvolvimento desejado, o destaque vai para Loki, vivido por Tom Hiddleston, que mais uma vez rouba a cena com seu carisma ambíguo. Chris Hemsworth entrega um Thor mais centrado e maduro, e o visual de Asgard é um deleite. No entanto, o humor terráqueo de personagens como Darcy e Erik Selvig destoa do restante da narrativa. Ainda assim, o filme tem importância estrutural, pois introduz uma das Joias do Infinito — o Éter — e prepara o terreno para eventos futuros.

Capitão América: O Soldado Invernal (2014)

Filmes da fase 2 da Marvel
Filmes da fase 2 da Marvel

Capitão América: O Soldado Invernal (2014) é, para muitos críticos e fãs, o melhor filme solo da Fase 2 — senão de todo o MCU até aquele momento. Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo, o longa se destaca por sua abordagem mais realista, inspirada em thrillers de espionagem dos anos 1970. Steve Rogers, interpretado por Chris Evans, continua tentando se adaptar ao século XXI, mas se vê no meio de uma conspiração envolvendo a própria S.H.I.E.L.D., que foi infiltrada pela Hydra.

Há a introdução do Falcão (Anthony Mackie), traz Robert Redford em um papel surpreendente e apresenta o Soldado Invernal (Sebastian Stan), revelando-se como Bucky Barnes, o antigo amigo de Steve. As cenas de ação são brutais e intensas, e a tensão política torna o roteiro denso, ainda que acessível. A queda da S.H.I.E.L.D. tem consequências que reverberam em todo o universo Marvel, e mais uma vez, a cena pós-créditos dá um gostinho do que está por vir: os gêmeos Pietro e Wanda Maximoff.

Guardiões da Galáxia (2014)

Com Guardiões da Galáxia (2014), a Marvel deu seu salto mais ousado até então. Dirigido por James Gunn, apresenta um grupo praticamente desconhecido do grande público — Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldaña), Rocket, Groot e Drax — e os insere em uma aventura espacial repleta de referências à cultura pop e com um senso de humor irreverente. A mistura improvável de comédia, ação e coração funcionou surpreendentemente bem.

A trilha sonora nostálgica, composta por clássicos dos anos 70 e 80, tornou-se um fenômeno à parte. Rocket e Groot, dois personagens digitais, conquistaram o público com sua química e carisma. Apesar de seguir alguns clichês — como o grupo que inicialmente se detesta, mas acaba se tornando uma família —, o longa se destaca pela identidade visual e por dar vida ao universo cósmico da Marvel. Além disso, ele aprofunda a mitologia das Joias do Infinito, introduzindo a Joia do Poder e ampliando a presença de Thanos.

Vingadores: A Era de Ultron (2015)

Filmes da fase 2 da Marvel
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Joss Whedon retorna na direção e tenta equilibrar uma quantidade ainda maior de personagens e subtramas. A criação de Ultron por Tony Stark e Bruce Banner, com a intenção de proteger o planeta, leva a um desastre global iminente. O vilão, dublado por James Spader, é carismático, filosófico e assustador, embora em alguns momentos perca sua ameaça por causa do excesso de piadas.

A ação é grandiosa — o confronto entre Hulk e a Hulkbuster é um dos pontos altos — e novos personagens entram em cena: os irmãos Maximoff (Wanda e Pietro) e o Visão, interpretado por Paul Bettany, que traz um ar de divindade e contemplação ao grupo. O filme prepara o terreno para conflitos futuros, especialmente ao mostrar as divergências ideológicas entre Tony Stark e Steve Rogers, e deixa um rastro de consequências tanto no grupo quanto no planeta.

Homem-Formiga (2015)

Encerrando a Fase 2, Homem-Formiga (2015) aposta num tom menor e mais pessoal. Longe do escopo cósmico ou das guerras globais, o filme se passa praticamente todo em escala microscópica — literalmente. Originalmente idealizado por Edgar Wright, o projeto acabou dirigido por Peyton Reed após divergências criativas. Ainda assim, muito da identidade criativa de Wright permanece, especialmente no ritmo e nas cenas de ação. Paul Rudd dá vida a Scott Lang, um ex-presidiário com bom coração que assume o manto de herói para proteger sua filha e se redimir.

Michael Douglas interpreta Hank Pym, o Homem-Formiga original, e Evangeline Lilly aparece como Hope Van Dyne, futura Vespa. O filme se destaca pelo uso criativo do poder de encolhimento, criando cenas visualmente impressionantes e divertidas. O humor é eficaz, com destaque para Michael Peña e suas hilárias narrações em estilo “telefone sem fio”. Com um tom mais leve, Homem-Formiga termina a Fase 2 com charme e promete um novo núcleo de histórias para a Fase 3.

Filmes da fase 2 da Marvel: expansão e experimentação

No geral, a Fase 2 da Marvel Studios representou amadurecimento, expansão e experimentação. O estúdio mostra coragem ao apostar em heróis menos conhecidos e em gêneros variados — do thriller político ao épico cósmico, passando pela comédia de assalto. Mesmo os filmes que receberam críticas mistas, como Thor: O Mundo Sombrio ou Homem de Ferro 3, contribuem minimamente em relação a alguns elementos valiosos para a continuidade da saga.

A presença constante de cenas pós-créditos se tornou uma marca registrada, criando expectativas e fidelizando o público. As conexões entre os longas começam a formar um quebra-cabeça de proporções épicas, que culminará em Guerra Infinita. A escolha de diretores com visões distintas — dos irmãos Russo a James Gunn — mostra que o estúdio está disposto a diversificar o tom, sem perder a identidade.

A Fase 2 também aprofunda os conflitos internos dos heróis. Tony Stark enfrenta seus demônios psicológicos, Thor lida com traições familiares e responsabilidades cósmicas, Steve Rogers luta contra a corrupção da organização em que acredita, e até um ladrão como Scott Lang é redimido. Há uma constante busca por identidade, redenção e propósito. Esses elementos aproximam os personagens do público, tornando-os mais humanos — mesmo os que são de outros planetas.

Com altos e baixos naturais, a Marvel manteve sua coesão, ampliou seus horizontes e mostrou que estava apenas começando a desenhar algo muito maior. E foi exatamente esse cuidado com cada peça do tabuleiro que permitiu que, nos anos seguintes, o estúdio entregasse alguns dos maiores eventos cinematográficos da história do entretenimento.

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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