OS DESCONECTADOS

‘Babel’, ‘Crash – No Limite’, ‘360’, ‘Amores Brutos’, ’21 Gramas’ e tantos outros títulos – uns melhores que os outros – tentam aproximar espectador e personagens de uma maneira bastante visceral, como se o mundo todo estivesse interligado por ações que, por vezes, podem nos levar ao caos completo.

‘Os Desconectados’ foi a acertada tentativa do diretor Henry Alex Rubin (do excelente ‘Murderball – Paixão e Glória’) de falar sobre esta nova era em que vivemos conectados não só com a Internet, mas também com nossos próprios afazeres do dia a dia, nos transformando em pessoas individualistas, em pais ausentes, em filhos problemáticos.

Todos os atores, e até Jason Bateman, normalmente visto em comédias, conseguem uma química perfeita e somem em seus personagens. O roteiro é amarrado e sem grandes inovações, mas Rubin acredita tanto neste projeto que coloca seu coração e sua alma para engrandecê-lo.

Um casal expõe, sem querer, sua vida íntima e agora correm perigo por conta disso, uma senhora descobre que seu filho é humilhado na escola por conta de um vídeo que está na Internet, um advogado não consegue mais dialogar com a família, pois não consegue parar de utilizar o celular e, por último, uma jornalista descobre a história de um adolescente que se expunha pela webcam.

‘Os Desconectados’ é um drama que passou totalmente despercebido por aqui, por isso, vale resgatá-lo no Netflix ou nas últimas vídeo locadoras existentes no país, já que é raro hoje em dia, encontrar um produto tão contundente e que converse tão bem conosco, mesclando com precisão direção de atores, tempo no corte final e densidade na fotografia e na trilha sonora. Pequena grande obra.

Título Original: Disconnect
Ano de Lançamento: 2012 (Estados Unidos)
Dir: Henry Alex Rubin
Elenco: Jason Batema, Hope Davis, Frank Grillo, Michael Nyqvist, Paula Patton, Andrea Riseborough, Alexander Skarsgård, Max Thieriot

ORÇAMENTO: 10 Milhões de Dólares
NOTA: 9,0

Por Éder de Oliveira