DRÁCULA DE BRAM STOKER

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Independentemente da fidelidade em relação ao texto original, é sempre bom sairmos do marasmo das adaptações dos vampiros do século XXI, com seus trejeitos femininos, lotados de pó branco na cara e purpurina pelo corpo todo (ou vocês acham que o brilho de Edward vem ‘de dentro dele’?). Francis Ford Coppola vinha de dois projetos que poderiam ter ido muito melhores nas bilheterias e ‘Drácula de Bram Stoker’ chegou para salvar sua pele e dar aos cinéfilos outra obra de auto valor.

A recriação dos ambientes e o clima soturno nos faz lembrar bastante de outra produção de época: ‘A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça’ de Tim Burton, que chegou aos cinemas 7 anos depois e tem óbvias referências desta película. Coppola usa a sombra muitíssimo bem e constrói um amálgama de suspense, dando a impressão de que o mal é tão evidente que até o reflexo de Drácula é extremamente ofensivo e assustador.

Um dos únicos adendos dentre todos os 120 minutos de longa é a presença canastrona de Keanu Reeves, que com aquele cabelinho escorrido e a cara de insosso, poderia muito bem ter ficado de fora e também a pesada maquiagem em Gary Oldman, mas toda essa ‘alegoria carnavalesca’ não tira seu brilho na atuação.

Após defender ferrenhamente a igreja em suas batalhas e mesmo assim ter sua noiva enganada e morta, o Conde renuncia a Deus e jura saciar sua fome de vingança com sangue, daí vem a maldição de ser condenado à sede eterna. Quatro séculos depois, Jonathan Harker parte para a mansão do Conde Drácula para vender dez terrenos na área de Londres. Mas é feito prisioneiro pelo Conde, que descobriu que a noiva de Harker é a encarnação de sua amada.

As passagens de um take para outro variam muito e dão uma personalidade fílmica intrigante, juntamente com os cinco minutos iniciais, que são de uma beleza gráfica de encher os olhos. O diretor vai do real ao surreal tão delicadamente que deixa os espectadores inertes. ‘Drácula de Bram Stoker’ é místico e pode ter diversos tipos de leitura, mas é, acima de tudo, um suspense exemplar que já não se encontra hoje em dia nos cinemas.

Título Original: Dracula
Ano Lançamento: 1992 (EUA)
Dir: Francis Ford Coppola
Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Cary Elwes, Bill Campbell

ORÇAMENTO: 40 milhões de dólares

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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