Mesmo com o péssimo filme estrelado por Jason Momoa, é bom sabermos que o personagem Conan é muito mais denso e importante para a cultura pop do que a maioria imagina.
Criado em 1932 pelo escritor Robert E. Howard, o herói teve seus primeiros contos publicados na revista Weird Tales – sim, Howard pode ser considerado um dos pais do gênero fantasia.
O escritor colocava nas páginas coisas que via em seu dia a dia, como corrupção e desordem.
Como precisava escrever muito para pagar as contas, resolveu criar uma ambientação própria para seu personagem e o inseriu na fictícia Era Hiboriana.
Howard misturou inúmeras referências históricas e culturais (do Império Romano, passando pela Grécia antiga até chegar na Dinastia Chinesa), para deixar o universo mais rico em detalhes.
Entre os anos 70, a Marvel trouxe duas excelentes HQs do personagem, intituladas ‘Savage Sword of Conan’ e ‘Conan the Barbarian’.
Passado este período, as vendas das HQS do herói foram caindo gradativamente. Mas foi em 1982 com o filme CONAN, O BÁRBARO, estrelado por ARNOLD SCHWARZENEGGER, que seu destaque voltou a aumentar ainda mais.
Dirigido por JOHN MILIUS, era para ser uma aventura juvenil, mas o corte final têm muita violência e cenas de nudez.
Com o sucesso, nada mais justo e normal em Hollywood que uma continuação e ela veio em 1984 com CONAN, O DESTRUIDOR, dirigido por RICHARD FLEISCHER. Este sim com um tom ‘aventuresco’, sem sangue ou violência, deixou os fãs realmente descontentes.
Em 1992, chega às telinhas o desenho animado CONAN, THE ADVENTURER, que novamente tira os traços ‘bárbaros’ do herói e cria uma espécie de ‘He-Man’ de segunda categoria. Teve vida longa e durou 64 episódios.
No ano em que CONAN, THE ADVENTURER foi cancelado, surgiu CONAN AND THE YOUNG WARRIORS, que é uma continuação das aventuras anteriores.
A grande – e descabível – mudança foi inserir três crianças, para serem uma espécie de aprendizes bárbaras. O desenho durou nada menos que 13 episódios e, obviamente, não caiu nas graças do público.
Outra decepção para os fãs, veio no ano de 1997, na forma de um seriado chamado CONAN, THE ADVENTURER e estrelado por RALF MÖLLER. E mesmo tentando conectar certos episódios com os filmes lançados para o cinema, deixou muito a desejar, usando uma construção igual aos seriados de ‘Hércules’ e ‘Xena – A Princesa Guerreira’, com isso a atração durou apenas uma temporada.
Já em 2011, nas mãos da produtora Nu Image/Millenium Films, eis que o brucutu JASON MOMOA veste a tanga, empunha a espada e transforma-se no novo Conan. Qual a surpresa em percebermos que o roteiro é um grande caça-níquel e que a violência, mesmo que bem estilizada, não faz jus a toda a atmosfera criada por Robert E. Howard.
Com o lançamento da refilmagem de CONAN – O BÁRBARO nos cinemas, veio também a edição nacional do livro de mesmo nome, com as histórias A HORA DO DRAGÃO (único romance escrito por Howard), OS PROFETAS DO CÍRCULO NEGRO, AS NEGRAS NOITES DE ZAMBOULA e ALÉM DO RIO NEGRO, lançado pela editora Generale, com direito a papel de excelente qualidade e fotos das filmagens.
E aí, será que os fãs do Cimério ainda conseguirão ver um produto de qualidade do herói? Difícil saber, mas para aqueles que sentem saudades, sempre poderão reler as histórias em quadrinhos e rever o primeiro filme…