Cartas de Iwo Jima, mais uma pérola de Eastwood
Mais incrível que o próprio filme é perceber o amor de Clint Eastwood (Sobre Meninos e Lobos), de 71 anos, pela sétima arte. Nós, meros espectadores, vamos ao cinema sem medo. Pois em suas produções são encontrados roteiros bem amarrados, bem como dramas convincentes e um tratamento artístico visto em poucos longas atuais.
Cartas de Iwo Jima é a visão da 2ª Guerra Mundial pelos japoneses. Ou seja, são os mesmos acontecimentos de A Conquista da Honra, mas de um outro ângulo. Podemos presenciar Ken Watanabe (Memórias de uma Gueixa) muito à vontade, interpretando com coração e alma. Além disso, há outros nomes de peso envolvidos no trabalho, como Paul Haggis (Crash – No Limite) e Steven Spielberg (Munique), que dão credibilidade ainda maior a obra.
Há um equilíbrio grande quando ao patriotismo desenfreado. Tudo porque Eastwood decidiu tomar um rumo diferente do convencional. Então, transformou as mais de duas horas de projeção numa história repleta de desespero, entrega e veracidade.
Ao mesmo tempo, a fotografia envelhecida, os diálogos em japonês e a dramaticidade imposta, fazem Cartas de Iwo Jima ser uma aula histórica e cinematográfica do mais alto nível.
Inteligente, realista, detalhista. Enfim, Clint continua sendo, simplesmente, Clint e para nós, isto já é mais que o suficiente.
1 comentário