Permanecer no alto panteão e relevante, numa indústria onde bons roteiros dramáticos praticamente sumiram, é uma proeza para uns poucos gênios. Dentre eles, Richard Linklarter, Stephen Frears ou Clint Eastwood.
Este último, criou ícones do western ao longo da carreira, heróis durões e com poucos diálogos. Porém, foi no auge da maturidade que nos presenteou com obras primas dignas de serem lembradas por qualquer cinéfilo. E em Menina de Ouro, faz Hilary Swank (P. S. – Eu Te Amo) retomar às suas boas interpretações.
Maggie Fitzgerald é uma personagem que mistura inocência, seriedade e força. Além disso, o diretor privilegia a experiência do magistral Morgan Freeman (Seven – Os Sete Crimes Capitais) e vai para a frente das câmeras, viver um treinador desiludido e sem novas perspectivas para o futuro.
Ele é inteligente ao cobrir o roteiro de alegrias e conquistas no primeiro ato, para depois jogar um balde de água fria. Como se dissesse: “nossa existência é completamente insignificante neste mundo”. Para destruir ainda mais os corações alheios, usa uma fotografia escura, o que aumenta o pesar destas pouco mais de duas horas.
As sequências no ringue de Menina de Ouro valem cada segundo. Os coadjuvantes irradiam veracidade, numa das películas mais contundentes e tristes dos últimos anos. Assim como Sobre Meninos e Lobos, os espectadores precisarão se recuperar do baque. Um soco no estômago, com o perdão do trocadilho.
Observação: venceu os Oscares nas categorias Filme, Diretor, Atriz e Ator Coadjuvante.
NOTA: 10,0
ORÇAMENTO: 30 Milhões de Dólares