Crime da 113 Sul chega ao Globoplay: confira
A série documental Crime da 113 Sul, que estreia no Globoplay no dia 22 de fevereiro, se propõe a investigar mais profundamente os eventos de um crime famoso, apresentando depoimentos inéditos e revelações que jogam luz sobre as lacunas da investigação policial.
Em 28 de agosto de 2009, no luxuoso apartamento localizado na quadra 113 da Asa Sul, em Brasília, três pessoas foram brutalmente assassinadas, com mais de 70 facadas. As vítimas foram o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho Villela e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva. Villela, que havia defendido o ex-presidente Fernando Collor no processo de impeachment, uma figura proeminente nos bastidores jurídicos da capital. O caso ficou marcado pela complexidade da investigação e, após anos de apurações, continua gerando dúvidas sobre a verdadeira autoria do crime.
Episódios de Crime da 113 Sul
Em quatro episódios, a equipe de jornalistas da TV Globo de Brasília revisita mais de 16 mil páginas do processo, entrevistando testemunhas, advogados, delegados e promotores envolvidos no caso, além de alguns dos condenados. A filha do casal, Adriana Villela, acusada de ser a mandante do assassinato, é uma das entrevistadas e, pela primeira vez, oferece sua versão dos acontecimentos, apresentando argumentos que podem alterar a percepção pública sobre sua suposta participação.
Segundo Luiz Avila, diretor de Jornalismo da TV Globo em Brasília e diretor do documentário, o foco em Crime da 113 Sul não é apenas recontar o crime ou investigar a polícia, mas realizar uma nova investigação, destacando as descobertas feitas ao longo da apuração.
Em 2010, dois suspeitos, Leonardo Campos Alves e Paulo Cardoso Santana, ex-porteiro e sobrinho do prédio onde ocorreram os assassinatos, confessaram o crime. Inicialmente, alegaram que a motivação seria um roubo, mas depois mudaram seus depoimentos, afirmando que o assassinato havia sido encomendado por Adriana Villela. As mudanças nas versões deram margem a dúvidas sobre a veracidade das confissões, o que levou os jornalistas a realizar uma investigação mais profunda, entrevistando novas fontes e revisando os detalhes da investigação original.
Polêmicas na história de Crime da 113 Sul
O caso também foi marcado por polêmicas durante o processo investigativo, incluindo alegações de tortura por parte de investigadores e o uso controverso de uma vidente que indicou suspeitos. A delegada responsável pelo caso, Martha Vargas, chegou a prender pessoas sem relação com o crime, com base nas informações fornecidas pela vidente.
A série documental busca dar voz a todos os envolvidos, promovendo um diálogo entre a acusação e a defesa. Segundo o roteirista Reynaldo Turollo Jr., a transformação do documentário aconteceu à medida que novas descobertas surgiram durante a apuração, revelando falhas no trabalho da polícia e gerando ainda mais incertezas sobre o desfecho do caso.
Um dos condenados, Paulo, afirmou à ONG Innocence Project que Francisco Mairlon, outro réu, é inocente e que sua incriminação foi forjada, dando esperança de novas reviravoltas no caso. O julgamento de Adriana Villela, que aguarda o resultado de seu recurso no Superior Tribunal de Justiça, está previsto para começar em 11 de março deste ano, e a série documenta essa fase crucial da investigação.
