Histórias de pessoas pobres e marginalizadas que conseguem, de alguma forma, vencer os obstáculos e transformar a própria vida em algo melhor, já renderam ótimas produções e também filmes medíocres.
Talvez a fórmula já esteja gasta, mas o fato é que os membros da Academia veneram este tipo de roteiro e só assim para compreender ‘Um Sonho Possível’ na categoria principal do Oscar 2010.
A película está longe de ser péssima, mas é tudo tão ensaiadinho e pontuado, que a naturalidade foge de vista. O jovem estreante Quinton Aaron carrega as outras atuações nas costas e deixa Sandra Bullock (‘Miss Simpatia’) no chinelo – ela, aliás não merecia a estatueta de Melhor Atriz em hipótese alguma -, seu Michael Oher tem carisma e mescla muitíssimo bem sequências mais densas e outras mais sutis.
A Leigh Anne Touhy de Bullock é uma megera que passou a vida toda apontando o dedo para os necessitados, mas que, de uma hora para outra, teve seus conceitos absolutamente mudados. Isso incomoda, pois o diretor e roteirista John Lee Hancock faz uma salada de situações e dramas pessoais e não dá boa dinâmica, nem tempo para sua obra ganhar força.
A primeira imagem é o de uma promotora investigando algo na vida de Michael Oher. Daí, voltamos dois anos, período onde Oher foi aceito na escola Wingate, não sem antes os professores e diretores criarem certa resistência pelo novato. Até que numa noite, uma mulher vê o jovem perambulando pelas ruas frias. Ela é Leigh Anne e o leva para casa. Dali em diante começará uma relação forte de mãe e filho.
É literalmente difícil entender o porque de insistirem neste irrisório sonho americano, mas para o bem ou para o mal, a produção arrecadou mais de 200 milhões nos Estados Unidos e alavancou de vez a carreira da eterna ‘aprendiz de comediante’ Sandra Bullock, que foi a primeira protagonista feminina a faturar toda essa grana num único filme. Parabéns para ela!
Título Original: The Blind Side
Ano Lançamento: 2009 (EUA)
Dir.: John Lee Hancock
Elenco: Sandra Bullock, Tim McGraw, Quinton Aaron, Jae Head, Lily Collins, Kathy Bates
ORÇAMENTO: 29 Milhões de Dólares
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