SOS – Mulheres ao Mar | Vale a pena assistir?
Não é novidade para ninguém que as comédias nacionais, especialmente aquelas feitas com o selo indireto da Rede Globo, continuam funcionando bem nas bilheterias brasileiras e em 2014 isso não era diferente. É um tipo de produção que aposta em um formato reconhecível: tramas leves, cenários ensolarados, astros televisivos e um humor que tenta agradar ao máximo número de espectadores — mesmo que para isso precise abrir mão da originalidade ou de qualquer subtexto mais sofisticado.
SOS Mulheres ao Mar, dirigido por Cris D’Amato, é mais um produto dessa fórmula. E como tal, cumpre modestamente seu papel: fazer rir (nem sempre), distrair (às vezes) e entregar uma historinha romântica que funcione como passatempo descompromissado.
O maior problema é que o roteiro parece incapaz de decidir se quer ser uma comédia romântica clássica, uma aventura feminina ou uma sátira dos relacionamentos modernos. Em vez disso, o filme se contenta em reproduzir uma série de situações – quase como sketches – e soluções fáceis. Giovanna Antonelli vai bem como protagonista mas.
Coadjuvantes vão bem em SOS – Mulheres ao Mar
Os coadjuvantes – e aqui vale destacar com louvor Fabíula Nascimento e Thalita Carauta – salvam boa parte da experiência. Fabíula imprime carisma e força à irmã liberal e divertida de Adriana, enquanto Thalita, com seu humor peculiar, consegue arrancar risadas genuínas.
Outro ponto que chama atenção, ainda que superficial, são as locações. O cruzeiro e os destinos europeus (principalmente Veneza) dão a SOS – Mulheres ao Mar um ar de sofisticação turística que agrada aos olhos e valoriza a fotografia. Mesmo que sejam utilizados como pano de fundo para cenas pouco inspiradas, não há como negar que visualmente o filme entrega mais do que muitos de seus congêneres nacionais.
Apesar de flertar com temas que poderiam render uma abordagem mais ousada — como o fato de Adriana legendar filmes pornôs no início da história —, o roteiro logo recua. O tema sexualidade pretende seguir um diálogo “moderno”, mas termina sendo apenas conservadora.
Na reta final, porém, o filme acerta alguns pequenos passos. O romance entre Adriana e André traz momentos mais suaves e sinceros, ainda que não fuja do básico. Gianecchini é simpático e cumpre bem o papel de galã salvador, ajudando o filme a fechar com um pouco mais de leveza e empatia.
Em resumo, SOS – Mulheres ao Mar aposta na fórmula, mas oferece pouco além do trivial. O roteiro segue uma linha que se apoia em piadas fáceis e situações forçadas. Por outro lado, a protagonista e os coadjuvantes funcionam bem, as paisagens são bonitas e há uma honestidade em sua proposta de entretenimento leve. Para quem não exige muito além de uma distração rápida, o filme cumpre sua missão — e isso, no cenário de comédias comerciais brasileiras, já é mais do que se pode dizer de muitos outros títulos.
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- O filme está no Prime Video
Sinopse de SOS – Mulheres ao Mar
A trama acompanha Adriana, uma mulher recém-divorciada que, inconformada com a separação, decide embarcar em um cruzeiro luxuoso rumo à Europa na tentativa desesperada de reconquistar o ex-marido, Eduardo, que está viajando com a nova namorada, a estilista Beatriz. Ao lado da irmã Luiza e da empregada Dialinda, Adriana parte para uma jornada que mistura romance, confusões e descobertas pessoais — ou pelo menos é isso que o roteiro tenta fazer.
Nota: ★★½
Título Original: SOS – Mulheres ao Mar
Ano Lançamento: 2014 (Brasil)
Dir.: Cris d’Amato
Elenco: Giovanna Antonelli, Thalita Carauta, Fabíula Nascimento, Emanuelle Araújo, Marcello Airoldi, Reynaldo Gianecchini
Curiosidades de SOS – Mulheres ao Mar
- As cenas de cruzeiro foram filmadas em alto-mar e em locações reais na Itália, como o porto de Civitavecchia, próximo a Roma.
- O orçamento do filme foi de R$ 5.5 milhões
- Apesar do cenário europeu, algumas falas que deveriam ser em italiano foram gravadas em espanhol com sotaque, criando confusões hilárias entre os atores e a produção.
- SOS – Mulheres ao Mar contou com os atores Sergio Múñiz e Carmine Signorelli, dando um toque autêntico europeu às cenas gravadas fora do Brasil.
- O filme arrecadou cerca de US$ 9,1 milhões.
- O filme foi escrito por três roteiristas experientes: Sylvio Gonçalves, Marcelo Saback e Rodrigo Nogueira — todos com passagem por grandes produções da Globo.
- O longa fez tanto sucesso que ganhou uma continuação, S.O.S. Mulheres ao Mar 2, lançada em 2015, com boa parte do elenco original.
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