Assim como ocorreu com Projeto 94, Um Banquete para Deuses Mortos foi uma grata surpresa da literatura fantástica nacional, principalmente porque o autor Gleyzer Wendrew teve a coragem de utilizar uma temática tão recorrente quanto a dos vampiro (subgênero que poderia ser muito perigoso e cheio de armadilhas), mas inserir um olhar próprio para todos os clichês que o cercam, criando um universo rico onde os humanos vêem estas criaturas como deuses.
Tirando as devidas proporções, a narrativa lembra em certos momentos a de Eduardo Spohr em A Batalha do Apocalipse, por conta de seu teor épico e cenários grandiosos, vide toda elaboração da alta cúpula, mandamentos pré-estabelecidos e rituais como a Cabala. Aliás, você sente toda dor, desespero e tensão nas passagens a respeito deste ritual, que faz com que humanos ganhem a imortalidade e a sede de sangue.
Um Banquete para Deuses Mortos é bem organizado, e mesmo as diversas idas e vindas no tempo são bem inseridas. Outra coisa importante a se dizer é que esta inversão de valores, onde Drácula se vê sozinho no mundo e vira uma espécie de capacho dos humanos e toda a discussão sobre divindade e sua real importância na sociedade moderna é extremamente bem vinda.
Na entrevista de Gleyzer para o site Mais QI Nerds, perguntado se haveriam continuações, ele respondeu que “ele é único. Não se trata de uma saga, nem nada disso”, mas cá entre nós, após finalizar esta leitura, fica aquela vontade de conferirmos novas intrigas e disputas pelo poder de Nakir, Helea, Enákia, Nosferatu, Vanda, Asmodeus e toda casta vampírica.
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Sinopse de Um Banquete para Deuses Mortos:
Autor: Gleyzer Wendrew
Nº de Páginas: 180
Preço atual: R$ 7,99 (no Kindle)
