Denis Villeneuve é um diretor que busca levar uma realidade cruel aos seus filmes, fazendo com que o espectador se sinta mal ao sair daquela sessão. Sai para dirigir a busca de redenção e vingança de um pai como foi visto no ótimo ‘Os Suspeitos’ e entra a guerra contra o tráfico de drogas neste ‘Sicario – Terra de Ninguém’.
Cercado de atores de alto calibre como Josh Brolin e o camaleônico Benicio Del Toro, além da competente Emily Blunt, que vai aprendendo, juntamente com o espectador, quais as artimanhas que deverá aprender para ser inserida naquele mundo e quais as ideias utópicas que deverá deixar de lado, Villeneuve prova, novamente, que conhece do achado.
A estética de ‘Sicario – Terra de Ninguém’ lembra muito a de ‘Traffic’, com sua fotografia quente e suja e suas locações decadentes. Ninguém aqui é totalmente bom ou mal, moral ou imoral, trazendo o roteiro de Taylor Sheridan mais próximo à realidade. Conforme o filme vai passando, o espectador terá a sensação de estar fadigado e tão soado quanto os protagonistas.
Após um incidente traumatizante com policiais que trabalhavam ao seu lado, a agente do FBI Kate Macy, decide aceitar o convite e entrar numa ação para desbaratar o principal líder do cartel de drogas no México. Mas suas questões morais serão colocadas a prova durante este teste.
O segundo ato é arrastadíssimo e bateu até um certo sono, mas quando as cenas de ação aparecem não dá para ficar inerte, pois você torcerá para a protagonista e entenderá que aquele universo é bem mais amplo do que qualquer filme ou emissora de televisão poderá mostrar. Vemos o tráfico, a corrupção e as mortes dentro do México e Estados Unidos, mas é facilmente inserido no dia a dia que qualquer região de nosso país, e isso, é o mais triste de tudo.
Título Original: Sicario
Ano Lançamento: 2015 (Estados Unidos)
Dir: Denis Villeneuve
Vozes: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro, Jon Bernthal, Dylan Kenin, Victor Garber, Daniel Kaluuya, Jeffrey Donovan
ORÇAMENTO: 32 Milhões de Dólares
NOTA: 7,5
Por Éder de Oliveira