Para um diretor que já havia feito projetos como Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, Filhos da Esperança e Gravidade, Roma, de Alfonso Cuarón, é tão íntimo e inspirador que prova não só sua evolução como também sua coragem ao sair do esquemão mainstream e contar uma história em preto e branco e com uma novata no cinema como protagonista.
Se existe uma aura extremamente intimista por aqui, é fácil entender os motivos. Este novo projeto da Netflix é baseado na infância de Cuarón, filmado no bairro onde cresceu e tendo na figura de Cleo (vivida com maestria por Yalitza Aparicio) uma mulher forte e lutadora e fundamental em sua criação.
E toda esta questão poética começa na fotografia, passando pelo enquadramentos (alguns um pouco mais longos do que deveriam ser), indo para a reconstrução de época (e uma sequência chocante com estudantes é prova disso) até chegar ao ápice, onde temos duas cenas fortes e que mexeram demais comigo.
Roma, de Alfonso Cuarón tem dez indicações ao Oscar e merece cada uma, pois há tempos não presenciava tanto amor nas telas. Por fim, temos que dar os devidos méritos à Netflix, pois foi ela quem bancou um projeto que, com toda a certeza, teria sérias dificuldades se fosse apresentado às grandes produtoras hollywoodianas.
Sinopse de Roma:
Vemos uma família que vive no bairro de Colonia Roma, no México, em 1970. Cleo é uma jovem que trabalha lá e se transforma, mesmo de maneira silenciosa, no centro daquela casa. Mas vários acontecimentos fazem com que mudanças sejam sentidas.
Título Original: Roma
Ano Lançamento: 2018 (Estados Unidos/México)
Dir: Alfonso Cuarón
Elenco: Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Fernando Grediaga, Jorge Antonio Guerrero, Marco Graf, Daniela Demesa
ORÇAMENTO: 15 Milhões de Dólares
NOTA: 8,0
INDICAÇÕES AO OSCAR: Melhor Filme / Melhor Roteiro Original / Melhor Atriz / Melhor Direção / Melhor Atriz Coadjuvante / Melhor Filme Estrangeiro / Melhor Design de Produção / Melhor Fotografia / Melhor Mixagem de Som / Melhor Edição de Som