Alfonso Cuarón já havia provado que tinha um talento absurdo no drama ‘E Sua Mãe Também’, de 2001. Agradou os faz xiitas do bruxinho em ‘Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban’, de 2004 e calcou um degrau a mais em sua filmografia com o pós-apocalíptico ‘Filhos da Esperança’, de 2006.
Qual seria seu próximo passo? Aperfeiçoar ainda mais a parte técnica. E foi o que ele fez em ‘Gravidade’, excelente ficção que tem um fotografia impecável, efeitos especiais feitos para o 3D e ângulos inusitados. Quando acontece o acidente e a personagem de Sandra Bullock (linda e com um corpo escultural) sai vagando pelo espaço, o espectador sente a mesma vertigem, medo e mal estar dela.
Escutei muitos comentários a respeito do roteiro, dizendo que era raso e pouco detalhado, mas existe um aprofundamento excelente sobre temas como renascimento – há uma cena que fica evidente –, solidão e desespero. Cuarón e todos os profissionais envolvidos conseguiram a proeza de construir um clímax que dura os noventa minutos de projeção e ainda dão a oportunidade a George Clooney (’Tudo pelo Poder’) de ser um coadjuvante de luxo, que tem todas as chances de ser indicado ao Oscar.
Dois astronautas estão do lado de fora da estação espacial e são comunicados que destroços de um satélite russo vão de encontro a eles. A estação vai pelos ares e os dois ficam vagando pelo espaço, procurando uma forma de sobreviver, por mais remota que seja.
Complexo, bem acabado, com diversas referências a filmes como ‘2001 – Uma Odisséia no Espaço’, por exemplo, e com uma edição e mixagem de som primorosas, ‘Gravidade’ é, sem duvida alguma o filme mais tenso e angustiante do ano e mesmo que peque por inserir uma trilha sonora onde não era necessário, ‘Gravidade’ cumpre seu papel e desde já pode ser considerado uma obra prima do cinema moderno.
Título Original: Gravity
Ano Lançamento: 2013 (Estados Unidos)
Dir: Alfonso Cuarón
Elenco: Sandra Bullock, George Clooney, Basher Savage, Ed Harris, Orto Ignatiussen
ORÇAMENTO: 80 Milhões de Dólares
NOTA: 10,0