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ESTÁ NO WATTPAD – ‘REQUIÉM’

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RéqueimCapa

O thriller de suspense “Réquiem”, do autor Alexandre Rofer, foi um dos primeiros bons livros que encontrei disponível no aplicativo para smartphone Wattpad. Além da ótima escrita de Rofer, a história nos apresenta personagens bem construídos e um enredo envolvente.

“Réquiem” conta a história da psiquiatra forense Clara Nogueira, uma profissional talentosa, com uma vida pessoal um tanto conturbada. Sua vida fica ainda mais intensa e perturbadora depois de seu primeiro contato com Lázaro, um sádico serial killer que inicia um jogo psicológico com a jovem profissional. Logo nas primeiras visitas com o novo recluso do manicômio prisional, ela percebe que pode haver ainda uma última vítima, não descoberta pelos investigadores e provavelmente morta já há algum tempo. É com essa premissa que a história se desenrola e vamos nos envolvendo com os personagens de Rofer.

Apesar das semelhanças de enredo com a série Hannibal, o autor afirma que bebeu de outras fontes de inspiração, como “Constantine”, “Spawn”, algumas trilhas sonoras e, principalmente, uma imagem de sua adolescência.
“Por incrível que pareça, Hannibal não teve absolutamente nada a ver com a criação de Réquiem, apesar de eu reconhecer as semelhanças e até mesmo me assustar com elas”, disse.

“A semente para essa história surgiu, na verdade, de uma imagem que vi quando tinha uns 15 anos, em uma contracapa de revista. Não me lembro ao certo que tipo de revista era. A imagem retratava uma espécie de anjo que parecia um bebê com asas, encarando um sujeito com aspecto meio demoníaco, meio ogro, muito maior do que ele. Os dois pareciam a ponto de ‘sair na porrada’. Aquilo me marcou e, por algum motivo, fiquei martelando na cabeça a imagem e, aos poucos, surgiu a vontade de escrever sobre um caçador de demônios. Réquiem nasceu daí, e evoluiu somadas a outras referências, como Constantine – tanto a HQ quanto o filme – e Spawn”, afirmou.

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Não é só a escrita e a narrativa que diferenciam Réquiem de muitos outros títulos disponíveis no Wattpad. Há algo que os autores tupiniquins desse aplicativo pecam de forma recorrente: geralmente, não há Brasil nos livros dos brasileiros. A história de Clara e Lázaro, ao contrário, tem a particularidade de ser um suspense com pitadas fantásticas e que se passa em terras tupiniquins, com nomes e sobrenomes brasileiros, feita para o leitor de nosso país.

“Réquiem” tem, hoje, quase 20 mil visualizações e aproximadamente 95 comentários de leitores publicados na obra, através do aplicativo Wattpad.

Rofer não esconde a sua pretensão de ter seus livros – além de Réquiem, escreveu também “A Janela da Alma” ou “Depois do Fim” – publicados por alguma editora. Se depender da qualidade de sua escrita, certamente conseguirá.
Simpático, Alexandre Rofer bateu um papo comigo sobre sua obra. Confira a entrevista completa.

ENTREVISTA

Cinema & Pipoca – Olá, Alexandre. Muito obrigado por ter aceitado nosso convite.
Alexandre Rofer – Olá, Danilo. Eu que agradeço pelo contato e também pela iniciativa. Empreitadas como essa são muito bacanas para “autores indie” como os muitos que temos no Wattpad, que “publicam” de graça simplesmente pelo prazer de compartilhar histórias.

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CP – Há quanto tempo você está no Wattpad e qual sua opinião a respeito desta rede social?
AR – Estou na plataforma há pouco mais de um ano e meio. Tenho por esta rede social um apreço imenso. Escrevo desde muito novo e ser lido sempre foi um desafio. O Wattpad é uma alternativa para sujeitos como eu, anônimos, que não tem nenhuma exposição na mídia que possa atrair leitores para as obras. O compartilhamento de histórias e criações do Wattpad é fantástico nesse sentido. São todas as facilidades de uma rede social, não muito diferentes das presentes nas redes com as quais estamos acostumados a lidar, só que com um quê todo especial: tudo gira em torno da dinâmica de ler e contar histórias.

CP – Ao contrário de grande parte dos outros livros do Wattpad escrito por brasileiros, “Réquiem” é uma história que se passa no Brasil e que contém personagens com nomes não estrangeiros. Isso é algo pensado? Qual a importância dessa “brasilidade” na sua história?
AR – Sim, é algo pensado. Ou melhor, não diria nesses termos, porque faz parecer que meu ímpeto inicial teria sido escrever personagens “gringos”, paisagens estrangeiras, e deliberadamente eu tenha optado por não fazê-lo. Não foi o caso. A escrita “abrasileirada” é muito natural para mim. Faz mais sentido, enquanto escritor mesmo, que eu retrate realidades que me são familiares. A não ser que eu esteja criando um universo completamente novo (como uma aventura em Marte, por exemplo), não me sinto bem em ambientar histórias em Nova Iorque ou Londres quando nunca estive pessoalmente lá. O mesmo vale para personagens. É mais natural para mim retratar sentimentos e realidades que conheço. Aliás, é sobre eles que quero escrever. Nada impede que, um dia, eu visite Bangkok, e queira ambientar uma trama lá, mas temo que os personagens serão, sempre, bem brasileiros.
A fantasia ambientada em realidades brasileiras é um tipo de escrita relativamente novo e, por isso mesmo, muito desafiador. As pessoas não estão acostumadas a ler sobre seres fantásticos se digladiando Brasil afora e escrever sobre isso de uma forma que seja sedutora é um teste para mim, o que muito me agrada. Enfim, (…) a “brasilidade” em Réquiem e em todas as minhas outras histórias é fundamental. É o que faz delas histórias minhas. É o que me ajuda a me identificar com o que estou escrevendo, o que acaba por tornar todo o processo mais prazeroso, satisfatório. A graça está em “pintar” o texto com tons que me são familiares.

CP – Por se tratar de uma história onde os personagens principais são um serial killer perigoso e uma psiquiatra que se envolve psicologicamente com ele, o livro lembra – até certo ponto – a série Hannibal. Essa realmente foi uma fonte de inspiração? Quais fontes te inspiraram ao escrever Réquiem?
AR – Nunca li os livros da série. Vi os filmes, no entanto, e os acho excelentes. Meu favorito é “O Silêncio dos Inocentes”.
A semente para essa história surgiu, na verdade, de uma imagem que vi quando tinha uns 15 anos, em uma contracapa de revista. Não me lembro que tipo de revista era. Provavelmente uma propaganda de game em uma revista em quadrinhos, já que na adolescência, era leitor ávido de quadrinhos – ainda guardo títulos de Homem-Aranha e Spawn em minhas gavetas. A imagem retratava uma espécie de anjo que parecia um bebê com asas, encarando um sujeito com aspecto meio demoníaco, meio ogro, muito maior do que ele. Os dois pareciam a ponto de “sair na porrada”. Aquilo me marcou e, por algum motivo, fiquei martelando na cabeça a imagem e, aos poucos, surgiu a vontade de escrever sobre um caçador de demônios. Réquiem nasceu daí. O personagem principal era para ser um caçador de demônios. Não sabia, na época, se ele seria um ser humano comum dotado de uma consciência privilegiada, ou um super humano com poderes fantásticos. Mas sabia que queria escrever sobre demônios, ou sobre alguém os caçando. O conceito evoluiu a partir daí.
Se tivesse que dizer mais alguma fonte de inspiração, além daquela figura na contracapa da revista, acho que diria “Constantine” (tanto o quadrinho, “Hellblazer”, quanto o filme estrelado por Keanu Reeves – mas não a série de TV!). Não estou falando da trama, e sim da ambientação, do clima do personagem e do universo de “Constantine”. Me inspirou para imergir na atmosfera que queria para escrever Réquiem. Se me apontassem uma arma na cabeça, eu diria que Spawn também foi uma inspiração. As semelhanças entre o anti-herói criado por Todd McFarlane e o Lázaro de Réquiem são perceptíveis para quem é fã do quadrinho, principalmente no que diz respeito às motivações dos dois. Também tenho uma mania por trilhas sonoras. Certas trilhas sonoras originais de filmes, aquelas que são só instrumentais, também me inspiram para escrever. De acordo com a história que me proponho a escrever, escolho uma ou duas trilhas para me ajudarem a entrar no clima. A trilha original do filme de “Constantine” ajudou bastante, assim como as dos três filmes do “Batman” dirigidos pelo Christopher Nolan! Por incrível que pareça, Hannibal não teve absolutamente nada a ver com a criação de Réquiem, apesar de eu reconhecer as semelhanças e até mesmo me assustar com elas.

CP – Como você vê a participação intensa dos leitores, comentando e opinando enquanto sua obra ainda está em processo de construção?
AR – Acho o máximo. Realmente não pensei que fosse acontecer nada do tipo quando postei os primeiros capítulos. Você escreve algo que parece legal para você e, de repente, outras pessoas também se identificam com aquilo. A partir daí, o texto não pertence mais só a mim. Pertence a todos que acompanham, votam, comentam, exprimem suas opiniões sobre personagens e trechos da história. Apesar de o livro não ter sido ainda todo postado, o retorno tem sido incrível até agora. A participação dos leitores é o que dá vida à história.

CP – Além de autor, você também lê livros no Wattpad? Se sim, qual você indica?
AR – Hoje, admito que não uso a plataforma tanto para ler quanto a utilizo para escrever. Mas indico todos os textos de uma autora chamada Roberta Grassi. Escrevo fantasia, mas acabo, muitas vezes, lendo outros estilos. Acho sensacional o que essa autora escreve. Recomendo.

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CP – Quais outros livros você já tem publicado, no Wattpad ou fora dele?
AR – No Wattpad, tenho diversos contos publicados. Há também poemas e crônicas disponibilizados no meu perfil. Quanto a textos mais extensos, tenho um livro pronto, um texto de horror urbano e fantástico, que não foi postado no Wattpad, mas no qual acredito muito, sem publicação, intitulado “A Janela da Alma”. Há outra história, uma fantasia pós apocalíptica, concebida em forma de série – em 2 volumes – da qual disponibilizei alguns trechos no Wattpad, intitulada “Depois do Fim” e que ainda não foi concluída completamente. Quanto a textos publicados por editoras, participei da antologia “Daemonicus”, da Editora Literata e também da antologia “A Morte do Outro Lado da Luneta”, da Editora Multifoco. O plano é ver “Réquiem”, “A Janela da Alma” ou “Depois do Fim” publicados por uma editora séria. Uma coisa é certa: não vou parar de escrever.

SOBRE O AUTOR
Alexandre Rofer é um carioca de 29 anos. Graduado em Direito, atualmente trabalha como servidor público do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Divide seu tempo entre leituras acadêmicas e leituras de ficção, esta última, sua “verdadeira paixão”. Ele pode ser encontrado no Wattpad pelo link http://www.wattpad.com/user/AlexandreRofer.

SOBRE O WATTPAD
A rede social Wattpad possibilita ao internauta compartilhar suas próprias histórias literárias na web em uma plataforma interessante e fácil de usar. Gratuita, o internauta pode fazer o cadastro no próprio site, ou vincular com sua conta do Facebook. Leia mais sobre o aplicativo na coluna Está no Wattpad.
Este é um espaço dedicado a ajudar você a encontrar boas histórias nessa plataforma. Quem sabe seu próprio livro não terá uma matéria exclusiva no Cinema e Pipoca? Para isso, basta entrar em contato comigo pelo próprio Wattpad, através da conta Danilo Pessoa.

Editor CP

ENTREVISTA E TOP CP – 7 FILMES RECENTES TIRADOS DE LIVROS INFANTIS

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Hoje, dia 02 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro Infantil. O gosto pela leitora começa desde cedo e vale a pena os pais incentivarem sempre seus filhos e lerem juntos as mais variadas obras. Além da lista de filmes, que dá nome à postagem, segue uma entrevista com Christian David, autor de livros juvenis como ‘A Menina que Sonhava com os Pés’

– ONDE VIVEM OS MONSTROS (2009)

ONDE VIVEM OS MONSTROS 2009


Baseado no livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’ é um filme que deve ser redescoberto o quanto antes. Há muito simbolismo para pontuar o rito de passagem da criança para a adolescência, sem contar a forma delicada com que o roteiro nos mostra a solidão e ao mesmo tempo, os subterfúgios criados pela mente da criança. Pequeno grande filme.

Saiba mais da lista e a entrevista especial sobre o Dia Mundial do Livro Infantil
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Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa, que estreia hoje (19), no Globoplay

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Entrevista com Rosane Svartman

A partir de hoje (19), os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de Vicky e a Musa, com a estreia da primeira parte da temporada. Por isso, essa entrevista com Rosane Svartman (criadora e escritora do programa) é mais do que bem vinda!

Com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu. Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, conceitua Rosane.

No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.

Antes da entrevista com Rosane Svartman, vamos conferir a sinopse e o elenco da série!

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Sinopse de Vicky e a Musa

O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky (Cecília Chancez), uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência.

Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.

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Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos.

O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.

Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo.

Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.

Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem. Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil.

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Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra. Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.

É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.

O elenco da série

O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV. Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Então, sem mais delongas, vamos para a entrevista com Rosane Svartman.

Entrevista com Rosane Svartman

Como descreve a série ‘Vicky e a Musa’ e os elementos que funcionam como fio condutor da história?

  • Rosane: ‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia. Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky (Cecilia Chancez) tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor. É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte.

De que forma o gênero musical influencia na escrita da obra?

  • Rosane: Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo. Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa.

O Teatro Parnasus é um dos principais cenários da série. Qual é a importância desse lugar para a trama?

  • Rosane: O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras.

E a última questão da entrevista com Rosane Svartman é: o que o público pode esperar de ‘Vicky e a Musa?

  • Rosane: Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas.

E então, o que achou dessa Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa?

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Entrevista com Ivo Lopes Araújo, diretor de fotografia do longa “Casa Vazia”

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casa vazia Ivo Lopes Araujo credito arquivo pessoal

O Cinema e Pipoca recebeu um material exclusivo, com uma entrevista com Ivo Lopes Araújo, um dos mais aclamados diretores de fotografia da atualidade no país. O cearense ajustou o foco e enquadrou as cenas de recentes sucessos do cinema brasileiro, como GirimunhoTatuagemGreta. Também integrou a equipe do internacionalmente premiado Bacurau

O mais novo trabalho do fotógrafo é o longa-metragem Casa Vazia, que chega aos cinemas neste fim de semana em São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Natal, Palmas e no Rio de Janeiro. Por esse filme, Ivo conquistou um Troféu Redentor, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2021, e um Kikito, no Festival de Gramado no ano passado.  

Rodada em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai), a produção aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais.

Dirigido por Giovani Borba e definido como um neo-western pela revista Variety, o filme explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância.

Entrevista com Ivo Lopes Araújo
Cartaz Casa Vazia

Confira a entrevista com Ivo Lopes Araújo, sobre o longa Casa Vazia

Casa Vazia foi sua estreia em um filme rodado no pampa gaúcho. Como foi essa experiência?

Ivo: Foi a primeira vez que eu filmei nos pampas gaúchos. Foi incrível porque tem uma luz muito suave. Então durava horas do dia aquela luz suave. Tudo fica muito colorido. Os contrastes ficam certinhos, é uma paisagem incrível mesmo. Mas acho que a paisagem é usada a serviço do filme. E aí tem um trabalho que eu acho que é coletivo. Pra mim, foi um privilégio estar filmando nesse lugar, nessa época, e pra contar essa história. Tudo estava casando muito bem.

Como foi transpor para a tela a imensidão dos campos e essa sensação de vazio que permeia toda a trama? 

Ivo: É impressionante como a natureza é forte na imagem. Ela traz tantas sensações. Acho que é nosso inconsciente, nossa memória ancestral que faz com que a gente se relacione com aquilo num lugar muito poderoso. É impressionante como, dependendo da história que se cria, da trama, você pode ter uma sensação de plenitude com a natureza, de solidão. Então, ela amplifica o gesto humano e o que a dramaturgia tá contando. No caso desse personagem silencioso e desse vazio que o filme cria, a natureza é usada para expandir isso, levar para um lugar maior. E funciona muito bem. O que poderia ser uma paisagem bucólica, se torna uma paisagem quase opressora pela sensação de solidão e de vazio que o personagem tá vivendo. É bem interessante o uso da natureza para tornar esse sentimento maior.

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casa vazia Credito Panda Filmes
Crédito: Panda Filmes

Você conquistou um Troféu Redentor e um Kikito com Casa Vazia. Em diversas cenas, a fotografia parece ser a única personagem que dialoga com o protagonista. Essa foi a sua intenção?

Ivo: É bem importante entender que o trabalho de composição da imagem do filme e a forma como ela ajuda na dramaturgia não é um trabalho só do fotógrafo. É um trabalho do diretor de arte, a escolha das locações, o figurino que o ator tá usando numa uma paisagem verde, o próprio ator, a entrega dele, o diretor que tá arquitetando tudo isso. Fico muito lisonjeado com os prêmios de fotografia. Mas é muito importante expandir e entender como essa paisagem natural e essas imagens se tornam poderosas.

É o trabalho de uma equipe toda, a equipe de fotografia, que tá ali junto iluminando, pensando os movimentos, trabalhando o foco, fazendo a imagem se constituir fisicamente mesmo. Não só os elementos de conceito, mas a mão na massa. A câmera estar no lugar certo, os movimentos de câmara, os travellings. Tem um trabalho de botar a mão na massa e materializar a imagem. E que o fotógrafo também não faz sozinho.

E quais são os seus próximos projetos?

Ivo: Tem um filme que foi rodado ano passado na África entre Mauritânia e Guiné Bissau, dirigido por um realizador português, Pedro Pinho. Amanhã será outro dia é um filme enorme, nunca tinha participado de uma produção tão grande. Foram vinte semanas de filmagem, um roteiro muito grande e uma história muito interessante.

Eu tô bem curioso e ansioso pra ver esse filme pronto e na tela. Tô agora em fase de finalização e colorização do filme dirigido pela Clarissa Campolina e pelo Sérgio Borges, que se chama Fera na Selva. Também foi um grande prazer trabalhar de novo com esses realizadores.

E então, o que achou dessa entrevista com Ivo Lopes Araújo? Comente com a gente em nossas redes sociais!

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