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Entrevistamos Rebeca Zadra, dubladora da Ranger Aço Ninja Branca

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rebeca zadra

Se você tem por volta de 25 a 30 anos, pegou a febre de Power Rangers na Rede Globo, correto!? Rebeca Zadra, dubladora da Ranger Aço Ninja Branca em Power Rangers Ninja Steel e nossa entrevistada de hoje. Então, também era fã e questiona: “existe alguém que não era fã de Power Rangers na infância?! (risos)”.

Esses e outros assuntos foram abordados neste incrível bate papo com ela. Confira na íntegra a entrevista:

Cinema e Pipoca: Quero, primeiramente, parabenizar seu trabalho e vamos para as perguntas.

Rebeca Zadra: Bom, primeiramente quero muito agradecer suas palavras e seu convite!

Cinema e Pipoca: Vamos começar com uma pergunta difícil: filmes, séries, games ou novelas, qual você prefere dublar?

Rebeca Zadra: Ah, eu acredito que cada tipo de trabalho tem sua emoção específica. Em novelas e séries, por serem vários episódios, o trabalho normalmente dura mais tempo, então você se envolve com a história, começa a torcer pelos personagens. Isso é muito gostoso de acompanhar. Acontece o mesmo no filme. Mas a história se desenvolve mais rápido, então a gente fica menos tempo com essa expectativa (rsrs). Já os games… eu sou suspeita demais! Adoro jogar, então confesso que poder ter minha voz nos games que eu jogo, é uma emoção única!

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Rebeca Zadra, dubladora da Ranger Aço Ninja Branca

Cinema e Pipoca: Hayley Foster, a Ranger Aço Ninja Branca de Power Rangers Ninja Steel é a personagem pela qual você é mais conhecida? Como surgiu o convite e como foi o processo de escolha?

Rebeca Zadra: Já que toquei na expressão “emoção única”, tenho que dizer que é sensacional estar, literalmente, em Power Rangers, que é uma série que assisto desde criança. A escolha para as personagens, nesse caso, foi feita através de teste. O diretor da série seleciona, normalmente, três dubladores que se encaixam nos perfis e envia para o cliente (nesse caso, o Cartoon Network). Então, entre essas vozes, o cliente escolhe qual a mais adequada para cada personagem. 

Com certeza, fazer parte do elenco de dubladores de Power Rangers me trouxe um reconhecimento muito positivo, que só acrescentou ao carinho que eu já vinha recebendo por alguns trabalhos como os Kindred, do jogo League of Legends, a Ferra do Mortal Kombat, a Gilly de Game of Thrones, a Emilia de Sou Luna, entre outros.

Cinema e Pipoca: Você era fã de Power Rangers? Quando era criança, queria ser o Ranger de qual cor?

Rebeca Zadra: Existe alguém que não era fã de Power Rangers na infância?! (risos). Passei minha infância no interior, em uma época que era muito comum as crianças brincarem na rua (foi incrível!). Lembro que a gente se dividia entre mocinhos e vilões. Confesso que eu não ligava pra ser algum Ranger de cor específica, o que valia mesmo era a diversão e a correria pela rua. Era divertido até quando eu tinha que ficar no time dos monstros!

Cinema e Pipoca: A nova temporada de Power Rangers Ninja Steel não será dublada por vocês. Portanto, qual é o sentimento e por que isso ocorreu?

Rebeca Zadra: Pra ser sincera ainda não sabemos exatamente porque ocorreu essa mudança de 100% do elenco. Isso não é muito comum. Apenas nos casos onde a série é trocada de estúdio e acaba indo para outra cidade e então, por questões de logística, fica inviável manter o elenco. Nesse caso, por estarmos no meio da gravação, acredito que seria bem legal consultar os dubladores antigos e ver quem tem interesse e disponibilidade para dar continuidade ao trabalho. Nenhum de nós do elenco foi consultado.

Acredito que todos estão bem tristes com essa troca e, com certeza, se disponibilizariam para se manterem no elenco. Realmente não sabemos o que aconteceu, nem quem está dublando a nova temporada. Estamos na torcida para que os novos dubladores façam um trabalho com o mesmo carinho que todos nós vínhamos fazendo. 

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Rebeca Zadra, dubladora da Ranger Aço Ninja Branca

Cinema e Pipoca: Você dublou Saoirse Ronan em Brooklyn para a Rede Telecine. Por que ocorre esta redublagem em alguns filmes nesta transição entre cinema e TV ou streamging?

Rebeca Zadra: Essa mudança às vezes ocorre quando o mesmo produto está sendo veiculado por dois distribuidores. Pode acontecer de cada distribuidor mandar pra um estúdio diferente. Aí, cada diretor escala conforme o que ele acredita ser adequado e como, muitas vezes, tudo isso acontece ao mesmo tempo, os elencos acabam ficando diferentes.

Cinema e Pipoca: Qual o personagem mais fácil e o mais difícil que você já dublou?

Rebeca Zadra: É difícil dizer, porque o que mede a dificuldade de um trabalho é um conjunto de coisas como a personalidade da personagem, interpretação do ator e, muitas vezes, o próprio humor que eu estou no dia é capaz de influenciar e dificultar minha visão sobre como executar o trabalho. Posso dizer algumas das personagens que mais me diverti fazendo e, por isso, o trabalho acabou parecendo mais fácil. A Ferra do MK com certeza é uma personagem que não foi muito fácil, mas me diverti tanto que o trabalho ficou gostoso e leve. Gosto muito também de uma personagem que chama Mila, do desenho Flash e os Ronks, do Disney Channel. O desenho é muito fofo e a direção do Vagner Fagundes é incrível. É um trabalho que me diverti do início ao fim e tenho muito carinho. 

Sobre personagens difíceis, fiz uma recentemente na série Valor, que por questões técnicas tive dificuldades. É uma atriz que tem pouca articulação e uma expressão muito forte no olhar. Era sempre necessário cortar texto, passar a intenção correta em pouquíssimas palavras e mesmo em tão pouco, conseguir interpretar tão intensamente quanto o olhar que ela transmitia. Pra mim essa combinação foi um desafio e se não fosse o cuidado da direção da Alessandra Araújo, sem dúvidas eu teria o dobro de dificuldades. 

Cinema e Pipoca: Você empresta a voz para Kindred (Ovelha) de League of Legends também. Acredita que os fãs do jogo são mais apaixonados de todos estes programas que você já dublou? É reconhecida pelos fãs?

Rebeca Zadra: Sem dúvidas os fãs de games são muito ligados às vozes dos personagens. Eles estão sempre atualizados sobre as novidades do mercado e sobre quem deu a voz a qual personagem. Mas acredito que independente de ser fã de games, de séries, de desenhos, ou outro tipo de produto, existe uma galera muito legal, carinhosa e atenciosa, que é fã mesmo de dublagem!

Eles são sempre os primeiros a mandar mensagens, elogiar os trabalhos, estão com a gente praticamente o tempo todo, agindo através das redes sociais. Alguns tem páginas sobre dublagem e fazem um trabalho incrível, mantendo tudo atualizado! 

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Rebeca Zadra, dubladora da Ranger Aço Ninja Branca

Cinema e Pipoca: O público já não reclama tanto ao assistir um filme dublado. Acredita que os espectadores compreenderam melhor o trabalho de vocês?

Rebeca Zadra: Eu acredito que o que temos hoje é um respeito sobre as escolhas de cada um. A variedade de programação atualmente é infinita e em quase 100% do que é exibido, é possível escolher se você quer assistir dublado ou no áudio original.

A dublagem não é apenas uma questão de gosto. Ela também tem uma função social, para que pessoas que tenham qualquer tipo de dificuldade de leitura (ou de compreensão do idioma original) possam ter acesso àquele conteúdo que está sendo exibido. E mais do que respeitar uma opinião pessoal, é respeitar também as limitações de cada um.

E não é raro os casos onde a dublagem agrega tanto ao produto, que sua versão brasileira acaba ficando até mesmo melhor que o original. Vivemos em um país muito grande, rico em diversidade. Eu acho lindo que hoje tenhamos opções para agradar a todos.

Agradecemos muito toda a atenção de Rebeca Zadra, dubladora da Ranger Aço Ninja Branca, para nós do Cinema e Pipoca!

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Editor CP

ENTREVISTA E TOP CP – 7 FILMES RECENTES TIRADOS DE LIVROS INFANTIS

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Hoje, dia 02 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro Infantil. O gosto pela leitora começa desde cedo e vale a pena os pais incentivarem sempre seus filhos e lerem juntos as mais variadas obras. Além da lista de filmes, que dá nome à postagem, segue uma entrevista com Christian David, autor de livros juvenis como ‘A Menina que Sonhava com os Pés’

– ONDE VIVEM OS MONSTROS (2009)

ONDE VIVEM OS MONSTROS 2009


Baseado no livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’ é um filme que deve ser redescoberto o quanto antes. Há muito simbolismo para pontuar o rito de passagem da criança para a adolescência, sem contar a forma delicada com que o roteiro nos mostra a solidão e ao mesmo tempo, os subterfúgios criados pela mente da criança. Pequeno grande filme.

Saiba mais da lista e a entrevista especial sobre o Dia Mundial do Livro Infantil
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Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa, que estreia hoje (19), no Globoplay

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Entrevista com Rosane Svartman

A partir de hoje (19), os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de Vicky e a Musa, com a estreia da primeira parte da temporada. Por isso, essa entrevista com Rosane Svartman (criadora e escritora do programa) é mais do que bem vinda!

Com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu. Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, conceitua Rosane.

No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.

Antes da entrevista com Rosane Svartman, vamos conferir a sinopse e o elenco da série!

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Sinopse de Vicky e a Musa

O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky (Cecília Chancez), uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência.

Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.

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Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos.

O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.

Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo.

Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.

Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem. Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil.

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Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra. Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.

É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.

O elenco da série

O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV. Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Então, sem mais delongas, vamos para a entrevista com Rosane Svartman.

Entrevista com Rosane Svartman

Como descreve a série ‘Vicky e a Musa’ e os elementos que funcionam como fio condutor da história?

  • Rosane: ‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia. Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky (Cecilia Chancez) tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor. É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte.

De que forma o gênero musical influencia na escrita da obra?

  • Rosane: Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo. Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa.

O Teatro Parnasus é um dos principais cenários da série. Qual é a importância desse lugar para a trama?

  • Rosane: O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras.

E a última questão da entrevista com Rosane Svartman é: o que o público pode esperar de ‘Vicky e a Musa?

  • Rosane: Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas.

E então, o que achou dessa Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa?

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Entrevista com Ivo Lopes Araújo, diretor de fotografia do longa “Casa Vazia”

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casa vazia Ivo Lopes Araujo credito arquivo pessoal

O Cinema e Pipoca recebeu um material exclusivo, com uma entrevista com Ivo Lopes Araújo, um dos mais aclamados diretores de fotografia da atualidade no país. O cearense ajustou o foco e enquadrou as cenas de recentes sucessos do cinema brasileiro, como GirimunhoTatuagemGreta. Também integrou a equipe do internacionalmente premiado Bacurau

O mais novo trabalho do fotógrafo é o longa-metragem Casa Vazia, que chega aos cinemas neste fim de semana em São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Natal, Palmas e no Rio de Janeiro. Por esse filme, Ivo conquistou um Troféu Redentor, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2021, e um Kikito, no Festival de Gramado no ano passado.  

Rodada em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai), a produção aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais.

Dirigido por Giovani Borba e definido como um neo-western pela revista Variety, o filme explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância.

Entrevista com Ivo Lopes Araújo
Cartaz Casa Vazia

Confira a entrevista com Ivo Lopes Araújo, sobre o longa Casa Vazia

Casa Vazia foi sua estreia em um filme rodado no pampa gaúcho. Como foi essa experiência?

Ivo: Foi a primeira vez que eu filmei nos pampas gaúchos. Foi incrível porque tem uma luz muito suave. Então durava horas do dia aquela luz suave. Tudo fica muito colorido. Os contrastes ficam certinhos, é uma paisagem incrível mesmo. Mas acho que a paisagem é usada a serviço do filme. E aí tem um trabalho que eu acho que é coletivo. Pra mim, foi um privilégio estar filmando nesse lugar, nessa época, e pra contar essa história. Tudo estava casando muito bem.

Como foi transpor para a tela a imensidão dos campos e essa sensação de vazio que permeia toda a trama? 

Ivo: É impressionante como a natureza é forte na imagem. Ela traz tantas sensações. Acho que é nosso inconsciente, nossa memória ancestral que faz com que a gente se relacione com aquilo num lugar muito poderoso. É impressionante como, dependendo da história que se cria, da trama, você pode ter uma sensação de plenitude com a natureza, de solidão. Então, ela amplifica o gesto humano e o que a dramaturgia tá contando. No caso desse personagem silencioso e desse vazio que o filme cria, a natureza é usada para expandir isso, levar para um lugar maior. E funciona muito bem. O que poderia ser uma paisagem bucólica, se torna uma paisagem quase opressora pela sensação de solidão e de vazio que o personagem tá vivendo. É bem interessante o uso da natureza para tornar esse sentimento maior.

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casa vazia Credito Panda Filmes
Crédito: Panda Filmes

Você conquistou um Troféu Redentor e um Kikito com Casa Vazia. Em diversas cenas, a fotografia parece ser a única personagem que dialoga com o protagonista. Essa foi a sua intenção?

Ivo: É bem importante entender que o trabalho de composição da imagem do filme e a forma como ela ajuda na dramaturgia não é um trabalho só do fotógrafo. É um trabalho do diretor de arte, a escolha das locações, o figurino que o ator tá usando numa uma paisagem verde, o próprio ator, a entrega dele, o diretor que tá arquitetando tudo isso. Fico muito lisonjeado com os prêmios de fotografia. Mas é muito importante expandir e entender como essa paisagem natural e essas imagens se tornam poderosas.

É o trabalho de uma equipe toda, a equipe de fotografia, que tá ali junto iluminando, pensando os movimentos, trabalhando o foco, fazendo a imagem se constituir fisicamente mesmo. Não só os elementos de conceito, mas a mão na massa. A câmera estar no lugar certo, os movimentos de câmara, os travellings. Tem um trabalho de botar a mão na massa e materializar a imagem. E que o fotógrafo também não faz sozinho.

E quais são os seus próximos projetos?

Ivo: Tem um filme que foi rodado ano passado na África entre Mauritânia e Guiné Bissau, dirigido por um realizador português, Pedro Pinho. Amanhã será outro dia é um filme enorme, nunca tinha participado de uma produção tão grande. Foram vinte semanas de filmagem, um roteiro muito grande e uma história muito interessante.

Eu tô bem curioso e ansioso pra ver esse filme pronto e na tela. Tô agora em fase de finalização e colorização do filme dirigido pela Clarissa Campolina e pelo Sérgio Borges, que se chama Fera na Selva. Também foi um grande prazer trabalhar de novo com esses realizadores.

E então, o que achou dessa entrevista com Ivo Lopes Araújo? Comente com a gente em nossas redes sociais!

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