Polícia Federal – A Lei é para Todos | Diretor fala sobre o projeto

Da esq para direita Antonio Calloni diretor Marcelo Antunez atriz Beth Zalcmann ator Ary Fontoura

Polícia Federal – A Lei é para Todos, que tem estreia prevista para dezembro deste ano, é um daqueles filmes que promete mexer com o público brasileiro, principalmente porque fala sobre política, corrupção e investigação, ou seja, toca em feridas abertas por aqui. A Polícia Federal ajudou neste processo, como comenta o próprio diretor Marcelo Antunez, “eles nos concederam entrevistas e nos deram acesso facilitado a informações que já estão disponíveis ao público. As informações que usamos são de domínio público, porém difíceis de “garimpar”.” Veja a entrevista na íntegra logo abaixo:

Cinema e Pipoca: Conte-nos um pouco sobre sua carreira até chegar a ‘Polícia Federal – A Lei é para Todos’.

Marcelo Antunez: Comecei minha carreira dirigindo inúmeros filmes publicitários e clipes musicais na década de 90 para as principais agências de publicidade e gravadoras. Já tinha alguns projetos para longa-metragem, mas o dia a dia não me deixava desenvolvê-los. Em 2003 conheci Roberto Santucci, um grande parceiro e amigo que me colocou de vez no cinema. Começamos a desenvolver roteiros para cinema juntos. Queríamos muito fazer cinema mas não fazíamos parte de nenhuma “panela”. Ele já havia dirigido “Bellini e a Esfinge” e estava determinado a fazer outro filme. Em 2005 partimos para fazer um filme independente chamado “Alucinados“, vencedor de alguns festivais nacionais e internacionais, mas sem interesse dos distribuidores aqui no Brasil. Fizemos tudo até a finalização na garra. Até exibir o filme usando nossos equipamentos fizemos, por não ter cópia em 35mm do filme. Em 2013 fiz “Até que a Sorte nos Separe 2” como “diretor assistente”. Em 2014, “Candidato Honesto“, também como “diretor assistente”. Em 2015, fui diretor de “Qualquer Gato Vira-Lata 2”, dividindo com Roberto. Depois dividimos direção também em “Suburbano Sortudo” e “Até que a Sorte nos Separe 3”. Ao final de 2016, o produtor de “A Lei para Todos”, Tomislav, estava à procura de um diretor e Roberto Santucci me indicou.

CP: Mexer em um tema tão recente e que ainda está na memória de toda a população brasileira deve ser algo complexo. Houve muitos problemas para tirar o projeto do papel?

MA: Muitas dificuldades. Pesquisar e reunir informações que o público ainda não sabia e que tivesse relevância para a dramaturgia foi a primeira dificuldade. A quantidade de informações, estabelecer o limite entre a ficção e a realidade e a composição dos personagens foram fatores complicadores. Desenvolver os protagonistas sem colocá-los como “heróis”, mas conquistar a identificação com o público é uma tarefa dificílima.

CP: Utilizarão os nomes reais ou os personagens terão nomes fictícios?

MA: Os personagens criados terão nomes fictícios. No caso dos personagens reais, manteremos seus nomes.

Polícia Federal - A Lei é para Todos
Foto: Divulgação – Ary Fontoura e Antonio Calloni

CP: A Polícia Federal trabalhou ao lado de vocês para tornar a história ainda mais próxima da realidade? E quanto tempo duraram as pesquisas para o roteiro?

MA: É preciso deixar claro se trata de uma parceria. Não trabalharam conosco. Eles nos concederam entrevistas e nos deram acesso facilitado a informações que já estão disponíveis ao público. As informações que usamos são de domínio público, porém difíceis de “garimpar”. O acesso direto facilitou muito nossa pesquisa, além de dar um “molho especial” de histórias paralelas dos bastidores.

CP: Como foi o processo de escolha de elenco e houve algum tipo de preparação para eles entrarem em seus papeis?

MA: Houve muita conversa, muita pesquisa e visitas à superintendência de Curitiba para conhecer os delegados e agentes por trás da Lava Jato. Alguns atores tiveram curso de procedimentos policiais e instrução de tiro para garantir a fidedignidade das ações.

CP: Apesar de ser um tanto diferente em seu roteiro, como separar as óbvias referências a ‘Tropa de Elite’?

MA: Considero “Tropa de Elite” quase um filme de ação. O meu filme é um thriller investigativo. A Lava Jato é uma investigação de escritório, de inteligência, de análise, não é moldada a tiros.

CP: ‘Polícia Federal’ terá 2 filmes, mais um seriado para o Netflix e 3 livros. O Brasil não está acostumado a lançar projetos em mídias diferentes, portanto, você acha que o público recepcionará bem este novo estilo?

MA: Não sabemos. A Lava Jato é uma história cinematográfica, interessante, cheia de reviravoltas. Além disso, é uma história que mexe diariamente com a cultura e política do Brasil. Acreditamos que a população tem interesse em se informar e discutir cada vez mais sobre o tema. O mais importante é o debate, para que possamos avançar no processo democrático e amadurecermos como cidadãos. Acho que as obras literárias e audiovisuais nos ajudam nesse aprendizado.

CP: Tem algum outro projeto para o futuro? Poderia nos falar a respeito?

MA: Tenho dois projetos para série de TV, um ainda sobre esse universo da corrupção e tráfico de influências, e outro sobre mistério e crime no mundo moderno. Há também outros dois projetos de cinema, um de época e outro de ficção em um futuro próximo. Alguns já estão encaminhados e busco parceiros para os demais.

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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