Críticas
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – A LENDA DO SANTUÁRIO
Numa tarde qualquer, quando eu ainda era o pequenino Éder, peguei meu controle remoto e comecei a zapear pelos canais da minha TV de 14 polegadas. Parei, então, na Rede Manchete e me deparei com um desenho animado lotado de lutas grandiosas, personagens cativantes e uma mitologia inacreditável.
Depois de muito tempo, bem depois da Rede Manchete falir, revi todos os 114 episódios clássicos de Cavaleiros do Zodíaco e notei alguns furos, repetições de movimentos nas lutas e muitas outras coisinhas que somente a idade vai te fazendo perceber – mesmo assim, sou apaixonado pelo desenho.
Ao ficar sabendo da animação e ver o belo trailer de ‘Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário’ me empolguei, pois toda aquela nostalgia estaria diante dos meus olhos novamente. Porém, ao subirem os créditos minha decepção era grande, primeiramente por conta da modificação físicas e de atitude dos personagens – aqueles não são Seiya, Shun, Hyoga,Shiryu e Ikki que conheci –, depois pelo roteiro apressado e ainda por alguns diálogos ‘vergonha alheia’ da dublagem nacional (com certeza existe palavra melhor que Tiozão para inserir no texto não é?), mas pelo menos, o cuidado ao trazer boa parte dos dubladores originais prova o respeito pelos fãs.
Saori Kido descobre que é a reencarnação de Atena, mas é acusada pelos Cavaleiros de Ouro de ser uma impostora. Após tomar uma flechada no peito, ela e os Cavaleiros de Bronze deverão subir as doze casas e enfrentar o poderoso Mestre, antes que seja tarde demais.
As lutas são lindas e a ideia de colocar o Santuário em um plano fora da Terra é boa, mas pontos como a cantoria grotesca de Máscara da Morte ou a falta de motivação pessoal de cada um dos cavaleiros, desagradará os fãs antigos – talvez agrade essa nova geração. Masami Kurumada e companhia precisarão elevar o sétimo sentido para nos presentear com algo melhor da próxima vez.
Título Original: Seinto Seiya: Legend of Sanctuary
Ano Lançamento: 2014 (Japão)
Dir: Kei’ichi Sato
Elenco: Kaito Ishikawa, Kenji Akabane, Kensho Ono, Kenji Nojima, Nobuhiko Okamoto, Go Inoue, Rikiya Koyama, Shinji Kawada
ORÇAMENTO: 4 Milhões de Ienes ou 35 Milhões de Dólares
NOTA: 4,0
Críticas
Miami Vice | Resenha | Vale a pena assistir?
Quase 20 anos após o lançamento de Miami Vice, resolvi assisti-lo novamente para saber se seguia tão bom e visceral quanto lembrava. A obra foi inspirada no seriado de mesmo nome, que fez um sucesso inacreditável na década de 1980, criando tendências estéticas e deixando um legado para o gênero da ação. E, apesar disso, a obra não tinha vergonha de ser canastrona e cafona.
Corta para 2006, quando Jamie Foxx já havia convencido o excelente diretor Michael Mann de dar uma nova vida aos agentes Sonny Crockett e Ricardo Tubbs. Foxx, ao lado de Colin Farrell, se complementam como protagonistas, deixando as camisetas coloridas de lado e criando um clima de tensão desde os primeiros minutos.
Eles se infiltram num cartel que conta com bandidos da pior espécie. Mas antes, o diretor orquestrar um tiroteio que nos remete ao seu maior clássico: Fogo contra Fogo, onde o espectador sente o peso de cada tiro. Contudo, com a chegada de Isabella, interpretada por Gong Li, a breguice surge, e é totalmente compreensível, mas há um foco muito grande entre ela e Crockett, o que não seria necessário e diminuiria o corte final, deixando o longa mais fluido.
Miami Vice não é um filme para qualquer um e, por isso, fracassou
A Universal Pictures foi corajosa em investir US$ 200 milhões na marca – contando com o marketing. Isso porque quase ninguém lembrava de Miami Vice e seria necessário que os fãs, por exemplo, de 24 Horas e Identidade Bourne comprassem esse barulho e fossem ao cinemas… não foi o que ocorreu e, com uma receita mundial de menos de US$ 170 milhões, amargou um belo fracasso.
No entanto, há de se questionar, hoje em dia, se não precisamos de mais obras como essa. Não se arrisca mais. Não se tenta renovar ou inovar. Ao invés de embalar o filme com trilhas sonoras da década de 1980, a montagem por aqui busca pela versão eletrônica de Numb, ao invés de tramas rasas, o espectador é jogado para dentro de uma investigação com narcotraficantes e nazistas.
As diversas locações e Miami sendo retratada, não com sol e praia, mas como uma cidade noturna e de clima pesado, só expõe o quanto Miami Vice precisa ser redescoberto. Assim como em décadas passadas, há exageros e excentricidades que não cabem atualmente – como o mullet e o bigode de Colin Farrell – mas de resto, é irretocável.
Onde assistir Miami Vice?
Sinopse de Miami Vice:
Ricardo Tubbs e Sonny Crockett, agentes federais, participam de uma operação infiltrada que envolve o transporte de drogas para o sul da Flórida, com o objetivo de identificar os responsáveis por uma série de três assassinatos. Durante a missão, Crockett acaba se envolvendo com Isabella, uma cubana de ascendência oriental e esposa de um influente traficante de armas e drogas, o que complica ainda mais seus sentimentos e sua cobertura.
Nota: ★★★★
Título Original: Miami Vice
Ano Lançamento: 2006 (EUA | Alemanha | Paraguai | Uruguai)
Dir.: Michael Mann
Elenco: Colin Farrell, Jamie Foxx, Gong Li, Naomie Harris, Ciarán Hinds, Justin Theroux, Barry Shabaka Henley, Luis Tosar
Curiosidades de Miami Vice
- Quando o filme ainda estava em desenvolvimento, Michael Mann perguntou a Don Johnson quem ele escolheria para interpretar Sonny Crockett; Johnson sugeriu Colin Farrell.
- Jamie Foxx foi quem sugeriu a ideia de Miami Vice para Michael Mann durante uma festa do lançamento de Ali (2001).
- Colin Farrell afirmou à Total Film que não gostou tanto do resultado, considerando “estilo demais e conteúdo de menos”.
- No início, o Ferrari F430 de Sonny aparece soltando chamas azuis pelo escapamento — e isso não é efeito especial, o carro realmente é capaz disso.
- Edward James Olmos foi convidado a reprisar o papel de Castillo, mas recusou.
- A produção chamou atenção em Hollywood quando o orçamento saiu do controle devido a reescritas do roteiro e mudanças de locação.
- Vários membros da equipe criticaram as decisões de Michael Mann, como alterações repentinas de roteiro e filmagens em locais considerados perigosos, a ponto de gangues serem contratadas como segurança.
- Durante as filmagens em Ciudad del Este, Paraguai, Michael Mann comprou um DVD falsificado de Colateral, outro de seus filmes, por apenas US$ 2.
- As gravações em Miami ocorreram durante a temporada de furacões e uma tempestade quebrou as janelas de um prédio, quase atingindo os atores e danificando o Ferrari usado na cena.
- Segundo informações, Jamie Foxx exigiu jato particular e se recusou a filmar cenas em barcos ou aviões.
- Ele também abandonou as filmagens na República Dominicana após tiros serem disparados perto do set, o que obrigou Michael Mann a mudar o final, que seria filmado no Uruguai.
- Naomie Harris filmava Miami Vice durante a semana e voava aos finais de semana para gravar suas cenas como Tia Dalma em Piratas do Caribe – O Baú da Morte.
- Jan Hammer, compositor da trilha da série original, foi convidado para criar uma nova abordagem musical, mas recusou.
- No início, Tubbs menciona Sal Magluta, que na vida real é um dos famosos “Cocaine Cowboys” de Miami e está preso por lavagem de dinheiro.
- As cenas da casa da tia de Isabella foram gravadas em Atlântida, no Uruguai; a cena externa do banco em Genebra também foi filmada no país, em Montevidéu.
- Antes do tiroteio final, toca a versão de “In the Air Tonight” da banda Nonpoint; a música de Phil Collins marcou presença na série original.
- Colin Farrell é 11 anos mais jovem que Gong Li, sua parceira romântica no filme.
- A mansão à beira-mar usada no final ficava em Delray Beach foi demolida após as filmagens.
- O marketing do filme variou: na Europa, Colin Farrell recebeu o crédito principal; nos EUA, Jamie Foxx teve prioridade.
- Miami Vice foi um dos primeiros blockbusters gravados completamente em formato digital.
Críticas
O Agente Secreto | Resenha | Vale a pena assistir?
O mais novo capítulo da filmografia de Kleber Mendonça Filho está entre nós, dessa vez juntando-se ao aclamadíssimo Wagner Moura para um filme que quebra expectativas e promete para a temporada de premiações, inclusive colocando o ator brasileiro como um dos favoritos ao Oscar. Mas O Agente Secreto é tudo isso mesmo?
Quebra de expectativa gigante em O Agente Secreto
Hoje em dia é difícil você não esbarrar em material promocional para um filme antes de vê-lo propriamente. Com este eu dei meu máximo para ficar longe de trailers e sinopses, mas não há como fugir do título e do cartaz dele, que são, de certa forma, enigmáticos, já que vendo eles, a sua expectativa é ir ao cinema para ver o Wagner Moura como… um James Bond brasileiro?
A primeira expectativa é quebrada quando você se depara com um filme, não de ação, carrões e relógios explosivos, mas um drama de época sobre um cidadão comum fugindo de seu passado no período de Ditadura Militar no Brasil.
Então, vale a pena assistir a O Agente Secreto? Em suma, resposta não é direta, mas realmente depende. Ele não é um filme que deve agradar ao grande público como é um blockbuster. Com suas duas horas de quarenta de duração, certamente perderá grande parte de seu apelo pelo ritmo mais ralentado e contemplativo. Mas se, como para mim, você for fisgado pela história e conseguir entender os subtextos que Kleber Mendonça Filho apresenta, terá uma grande chance de gostar muito.
Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho. Uma dupla e tanto.
Tirando do caminho de cara, sim, Wagner Moura é espetacular em seu papel como “Marcelo”. Sua atuação não é daquelas que você se emociona, ou vê uma grande entrega em cena dramática, mas é uma performance em que você acredita, se identifica. Eu acreditei que aquele homem existia e acreditei nos seus ideais, e Wagner me fez conhecer ele quase por inteiro, somente o vivendo.
Kleber Mendonça também dá aula na direção e roteiro do longa. A montagem e fotografia são espetaculares. Eu pessoalmente não vivi na década de 70, mas nem por um segundo deixei de acreditar na veracidade do período histórico.
Mendonça usa do plano de fundo da Ditadura Militar para criar um ambiente ao mesmo tempo aterrorizante e familiar. A sensação é que há sempre perigo por perto, mas a familiaridade com o ambiente brasileiro dissipa esse sentimento até um ponto de achá-lo quase normal. A tensão em O Agente Secreto é construída com maestria, desde literalmente a primeira cena. O clima tenso é parte essencial de sua premissa, que põe os personagens constantemente em situações assim.
O grande ouro do filme, além de suas atuações, é a sua ambientação. É tudo muito crível, não parece uma história roteirizada, mas sim apenas uma janela ligando nós à vida daquelas pessoas. A Ditadura nunca é evidenciada ou comentada abertamente, mas nós sabemos que está ali, à espreita, como um tubarão pronto para atacar a sua presa.
Ritmo lento e contemplativo, o inimigo do grande público.
Quando pensamos em planos e cenas, é tudo como de costume dos filmes de Mendonça, tudo muito contemplativo, cada coisa com seu tempo de tela sem pressa para conclusão.
O ritmo lento e contemplativo pessoalmente não foi um problema. Foram raras as vezes em que eu achei que uma cena estava estendida de forma a se tornar fútil. O problema é que a impaciência do grande público pode afastar grande parte das pessoas da história, por terem a falsa impressão de que nada de relevante acontece, no caso de uma desconexão com a história.
O roteiro não me agradou de início, mas conforme a narrativa avança, se percebe que ela é contada na medida certa, apresentando os personagens aos poucos e na hora que a história pede, de forma que ficam claras suas motivações e ações com o passar das cenas. Os recursos de flashback e flashfoward também são muito bem usados, sem deixar confuso demais a ponto de você não saber em que tempo a cena se passa, mas também não necessitando de contextualização não natural o tempo todo (como grandes letreiros contando o ano atual da cena, por exemplo).
Além de Wagner Moura, o elenco de apoio não fica para trás. Dou destaque para Tânia Maria, que faz uma carismática Dona Sebastiana. Além dela, Robério Diógenes como Delegado Euclides e a atuação minuciosa, mas extremamente efetiva de Carlos Francisco, como Seu Alexandre, são a cereja no bolo de O Agente Secreto.
Acho que meu grande problema com o filme foi seu núcleo do ‘presente’, que parece em momentos desinteressante e inútil. Esta desconexão minha com esse núcleo quase atrapalhou o final (onde há uma proposital quebra de ritmo), mas de novo ele é completamente carregado pelo subtexto e por Wagner Moura.
E aí, vai dar Oscar?
Quanto à temporada de premiações, não tenho como prever o futuro, mas acho que pelo recebimento de filme nos festivais, a grande campanha para Wagner Moura e a oficialização do longa como representante brasileiro da temporada, me vejo otimista para algumas indicações ao Oscar. O que pode atrapalhar nessa trajetória é a grande identificação do filme com a sociedade brasileira, o que talvez afaste os públicos estrangeiros que não vivem esse dia a dia.
As indicações para melhor filme estrangeiro e melhor ator de Wagner são quase certas, com grandes chances de vitória em ambas, ficando a depender da qualidade (e publicidade) de seus concorrentes. Arriscaria indicações também para melhor filme, melhor montagem, e talvez melhor som, que não seriam absurdas. Veremos como tudo isso se desenrola com a temporada logo aí.
Considerações finais
Em resumo, O Agente Secreto é muito competente em sua proposta. Sua narrativa lenta e as vezes levada ao extremo, pode sim afastar espectadores mais impacientes, mas acredito que Mendonça não o fez visando agradar o grande público. É um thriller tenso e muito alegórico, que usa de uma história fictícia para retratar um período histórico que, como ela, também era tenso e, de certa forma, alegórico. É um prato cheio para os amantes de cinema e história brasileira, que justifica o seu grande recebimento no Brasil e no resto do mundo.
Onde assistir a O Agente Secreto
O filme está disponível em todas as redes de cinema do Brasil.
Sinopse de O Agente Secreto
Em 1977, Marcelo decide fugir de seu passado misterioso se mudando de São Paulo para Recife com a intenção de recomeçar sua vida. Ao chegar na capital pernambucana em plena semana do Carnaval, percebe que atraiu para si todo o caos do qual ele sempre quis fugir. Inesperadamente, a cidade que ele acreditou que o acolheria ficou longe de ser o seu refúgio.
Nota: ★★★★½
Título Original: O Agente Secreto
Ano de Lançamento: 2025 (Brasil)
Diretor: Kleber Mendonça Filho
Elenco: Wagner Moura, Carlos Francisco, Alice Carvalho, Hermila Guedes, Tânia Maria, Roberto Diógenes, Roney Vilela, Gabriel Leone e Maria Fernanda Cândido
Curiosidades sobre O Agente Secreto
- O Agente Secreto marcou o retorno de Wagner Moura para o cinema nacional após 12 anos atuando apenas em produções internacionais. Ele descreveu o papel como um dos mais desafiadores de sua carreira.
- Para ajudar na ambientação, a equipe de filmagem utilizou de equipamentos originais dos anos 70 na filmagem do longa.
- O roteiro de O Agente Secreto foi desenvolvido ao longo de três anos.
- Kleber Mendonça Filho revelou que se inspirou em relatos de exilados e perseguidos da ditadura para a composição de sua obra.
Críticas
Frankenstein (2025) | Resenha | Vale a pena assistir?
Eu fiquei extremamente feliz quando soube que Guillermo Del Toro estaria no comando de Frankenstein (2025) para a Netflix. Essa história clássica que, ao longo das décadas, recebeu uma variedade gigantesca de filmes – que vão desde o clássico de 1931, passando pela comédia O Jovem Frankenstein (1974), de Mel Brooks, pelo interessante Frankenstein de Mary Shelley (1994), dirigido por Kenneth Branagh e o ensosso Van Helsing (2004) – merecia uma revisitada.
Lembrando que o histórico do diretor ia a favor dele, já que criou monstros icônicos, como em Hellboy, O Labirinto do Fauno e A Forma da Água, só para citar alguns, ou seja, não teria como errar na criatura, certo? Bem… vamos por partes, pois falaremos disso mais para frente.
Com orçamento de mais de US$ 100 milhões, não só o figurino, como as locações estão perfeitas – tanto a parte de dentro do navio, quanto o laboratório de Victor Frankenstein são reais, ou seja, nada de computação gráfica. Contudo, quando ela chega, seja no ataque dos lobos ou nos planos abertos da cidade e da geleira, temos um deleite visual.
O elenco e o monstro em Frankenstein (2025)
Além de Jacob Elordi como o monstro, vemos Oscar Isaac como o doutor Victor, que se entrega ao papel, Mia Goth, que tem uma personagem que alterna entre momentos densos e outros pouco inspirados – muito por conta do roteiro -, Christoph Waltz, como Henrich Harlander e sua riqueza interminável para apoiar o cientista, algo descabido e pouquíssimo aproveitado no decorrer da história e Felix Kammerer, como o irmão mais novo de Victor.
E você não vai falar do monstro? Se essa interrogação passou pela sua mente, eu comentarei a partir de agora. Andrew Garfield foi o primeiro nome cotado para vivê-lo, mas por conta de sua agenda, precisou declinar, dando espaço para Elordi. Ele, que é um dos atuais galãs de Hollywood, até se esforça e tem boa dinâmica e fisicalidade. Porém, se em diversos trechos Del Toro expõe uma violência crua, na criação deste ícone da cultura ele deixa a desejar. Se Frankenstein é tido como uma criatura horripilante, onde está isso na tela? Ele tem feições belas… e isso me incomodou muito. Faltou coragem para impactar não só a população daquele local, mas também o espectador.
Frankenstein (2025), ao longo de suas extensas duas horas e vinte e nove minutos, é como o personagem criado por Victor, um remendo de coisas interessantes e outras aleatórias, que pode até andar por conta própria, mas faz isso de forma desajeitada e esquisitona.
Onde assistir Frankenstein (2025)?
Sinopse de Frankenstein (2025):
Um cientista brilhante, mas egocêntrico, dá vida a uma criatura em um experimento monstruoso que acaba levando à destruição do criador e de sua trágica criação.
Nota: ★★★
Título Original: Frankenstein
Ano Lançamento: 2025 (EUA)
Dir.: Guillermo del Toro
Elenco: Oscar Isaac, Christian Convery, Jacob Elordi, Mia Goth, Felix Kammerer, Lars Mikkelsen, Christoph Waltz
Curiosidades de Frankenstein (2025)
O laboratório de Frankenstein e o navio do Capitão Anderson foram construídos fisicamente, sem uso de CGI.
Jacob Elordi estudou a dança japonesa butoh e o canto gutural mongol para capturar os movimentos e a presença do Monstro.
Elordi passava até 10 horas na cadeira de maquiagem. Às vezes, chegava às 22h e ficava acordado a noite toda para começar a filmar.
O diretor de Frankenstein (2025), Guillermo del Toro, afirmou que Elordi parecia “sobre-humano”, pois nunca reclamou, mesmo em dias de 20 horas de trabalho.
Andrew Garfield foi inicialmente escalado como o Monstro, mas deixou o projeto por conflitos de agenda. O papel passou para Jacob Elordi.
Victor Frankenstein, interpretado por Oscar Isaac, foi concebido por del Toro como uma figura com energia de rock star, inspirado em David Bowie, Mick Jagger e Prince.
O design do Monstro é baseado nas ilustrações do artista Bernie Wrightson, amigo pessoal de del Toro. O diretor licenciou as imagens antes da pré-produção.
Para aliviar o clima sombrio de Frankenstein (2025), del Toro e Oscar Isaac trocavam piadas mórbidas em espanhol durante as filmagens.
Ao contrário dos filmes clássicos, Frankenstein (2025) reconhece que Mary Shelley nunca descreve claramente como o Monstro ganha vida, apenas sugere o uso da eletricidade.
Del Toro escolheu Frankenstein como sucessor de Pinóquio (2022), pois enxerga as duas histórias como “duas faces da mesma moeda” — a criação e o criador.
Oscar Isaac foi a única escolha de Guillermo del Toro para interpretar Victor Frankenstein.
Isaac e Elordi decoraram seus espaços pessoais com as ilustrações de Wrightson para se inspirarem e “absorverem” a essência da criatura.
Del Toro chegou a considerar transformar a história em três filmes, focando separadamente em Victor Frankenstein, o Monstro e o Capitão Walton.
O filme contém uma cena idêntica a um enquadramento de Death Stranding (2019), em homenagem ao amigo de del Toro, o criador de jogos Hideo Kojima.
Mia Goth interpreta dois papéis: a mãe de Victor e sua amada, Elizabeth Lavenza, simbolizando a conexão entre o amor materno e o romântico — tema central do filme.
Críticas
Terror em Shelby Oaks | Resenha | Vale a pena assistir?
Há um peso considerável quando um filme de terror vem acompanhado do nome Mike Flanagan, ainda que apenas como produtor. Afinal, Flanagan é sinônimo de horror inteligente, com atmosferas densas e personagens emocionalmente complexos — basta lembrar de A Maldição da Residência Hill e Doutor Sono. No entanto, em Terror em Shelby Oaks, esse selo de qualidade acaba sendo mais um chamariz de marketing do que um reflexo real do resultado final.
O longa, dirigido e escrito por Chris Stuckmann, até começa de forma promissora, mas perde o rumo à medida que tenta conciliar ambição autoral com fórmulas seguras de estúdio.
O primeiro ato de Terror em Shelby Oaks
O primeiro ato é, sem dúvida, o ponto alto da produção. Stuckmann abre a narrativa com uma sequência de found footage que remete diretamente a A Bruxa de Blair. Acompanhamos os últimos momentos de uma personagem desaparecida, e logo a estética muda para um formato quase documental, com entrevistas, depoimentos e materiais de arquivo que constroem o mito em torno dos misteriosos assassinatos de Shelby Oaks, uma pequena cidade americana. Essa abordagem híbrida, misturando realidade e ficção, cria uma aura de mistério. Há um senso de investigação jornalística e paranoia coletiva que prende o espectador — especialmente nos primeiros 40 minutos.
Outro acerto é o design de produção. pois as composições de câmera e a fotografia acinzentada lembram a Pripyat pós-Chernobyl, evocando aquele misto de fascínio e repulsa típico de cidades fantasmas. É um espaço que respira tensão, e o filme acerta ao explorar essa geografia como personagem. A sequência dentro do presídio, filmada em handcam, é um dos melhores momentos — claustrofóbica, imprevisível e angustiante.
E aí vem a metade do filme
Mas o problema é que Terror em Shelby Oaks não consegue sustentar essa força inicial. Quando a narrativa passa a acompanhar Mia Brennan-Walker (interpretada por Camille Sullivan), irmã da garota desaparecida, o roteiro começa a se fragmentar. A personagem até tem motivações compreensíveis — o luto e a culpa a movem —, mas suas atitudes beiram o ilógico. Ela toma decisões tão inconsequentes que acabam rompendo a imersão. O que era para ser uma busca desesperada pela verdade se transforma em uma sequência de escolhas para levar o roteiro adiante.
Esse desequilíbrio é agravado pela direção inexperiente de Stuckmann. Como ex-crítico de cinema, ele demonstra conhecimento teórico de gênero, mas carece de maturidade narrativa. Sabe-se também que, após a Neon comprar os direitos, houve injeção de verba e alterações significativas, incluindo um novo final e o aumento da violência gráfica. Quando ao segundo ponto, acho justíssimo, mas o desfecho é menos ousado, menos autêntico e, em última instância, menos memorável.
Apesar das falhas, o longa não é um desastre completo. O uso de câmeras subjetivas e edição de sons cria momentos de verdadeiro desconforto. Há também uma crítica sutil ao sensacionalismo digital, representada pelos “Paranóicos Paranormais”, o canal de YouTube que explora tragédias alheias em busca de audiência. Essa camada metalinguística é interessante e poderia ter rendido mais se o roteiro tivesse coragem de aprofundá-la.
No entanto, esses méritos isolados não salvam o filme de seu principal defeito: a falta de identidade narrativa. Terror em Shelby Oaks tenta ser ao mesmo tempo um mockumentary, um drama sobre trauma familiar e um terror sobrenatural, mas nunca escolhe qual dessas vozes quer seguir. O resultado é uma obra confusa, que perde força a cada tentativa de agradar todos os públicos.
E se Flanagan tivesse dirigido Terror em Shelby Oaks?
Se Mike Flanagan estivesse na direção, talvez o resultado fosse outro — mais coeso, mais emocional, mais maduro. Ainda assim, há talento em potencial, e é possível que Stuckmann, em um futuro projeto com maior liberdade criativa, consiga lapidar o que aqui aparece de forma dispersa.
Se vier uma sequência, será mais por interesse comercial do que por necessidade narrativa. E, sinceramente, talvez fosse melhor deixar Shelby Oaks e seus fantasmas descansarem em paz.
Onde assistir Terror em Shelby Oaks?
Sinopse de Terror em Shelby Oaks:
A busca desesperada de uma mulher por sua irmã há muito tempo perdida torna-se uma obsessão ao perceber que o demônio imaginário de sua infância pode ter sido real.
Nota: ★★½
Título Original: Shelby Oaks
Ano Lançamento: 2025 (EUA | Bélgica)
Dir.: Chris Stuckmann
Elenco: Sarah Durn, Camille Sullivan, Sloane Burkett, Brenna Sherman, Caisey Cole, Anthony Baldasare, Eric Francis Melaragni, Michael Beach, Emily Bennett, Ashleigh Snead
Curiosidades de Terror em Shelby Oaks
A campanha de financiamento coletivo de Terror em Shelby Oaks atingiu sua meta inicial de US$ 250 mil em apenas 24 horas.
Todas as metas estendidas — até US$ 1 milhão — foram alcançados antes do fim da campanha, que terminou com US$ 1.390.845 arrecadados de 14.720 apoiadores, tornando-se o filme de terror mais financiado da história do Kickstarter.
Cerca de oito meses após a Neon adquirir o longa, o estúdio financiou três dias de refilmagens que custaram mais de US$ 1 milhão, incluindo cenas mais violentas que não puderam ser feitas com o orçamento original.
O editor Brett W. Bachman (Mandy, Pig) foi contratado pela Neon para dar a Terror em Shelby Oaks uma edição mais “refinada e polida” após as refilmagens.
Em 2020, Chris Stuckmann citou o filme Caçada e elogiou a atuação de Camille Sullivan em um vídeo de seu canal. Anos depois, ela se tornou a protagonista de Terror em Shelby Oaks — um verdadeiro “momento de ciclo fechado” para o diretor.
As cenas do presídio foram filmadas na Ohio State Reformatory, também conhecida como Mansfield Reformatory, a mesma prisão usada em Um Sonho de Liberdade.
Os portões vistos quando Mia chega à prisão não são os originais — são um cenário remanescente do filme Força Aérea Um (1997), ainda preservado no local.
Em um dos pôsteres promocionais do filme mais de 14 mil pessoas que financiaram a obra foram incluídas como forma de agradecimento.
O termo “succubus” (súcubo) aparece como referência a uma demônia feminina que visita homens durante o sono, imobilizando-os e mantendo relações sexuais — o equivalente masculino é o “incubus”.
A atriz Emily Bennett, que interpreta a diretora do “filme dentro do filme”, é também uma diretora e roteirista de verdade, com trabalhos reconhecidos em festivais.
Apesar das refilmagens financiadas pela Neon, o projeto manteve seu espírito independente, com grande parte da equipe e elenco formada por profissionais que apoiaram o filme desde o início.
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