Mickey 17 | Vale a pena assistir?
Robert Pattinson se junta ao diretor Bong Joon-ho na ficção científica malucona chamada Mickey 17. Vale lembrar que o roteiro foi tirado do livro de Edward Ashton, chamado Mickey 7, ou seja, por aí vemos que haverão mudanças entre ambos. Além de Pattinson, o elenco estelar ainda tem Steven Yeun (de Treta), Naomi Ackie (Pisque Duas Vezes), Mark Ruffalo (o Hulk dos Vingadores) e Toni Collette (Hereditário).
Quem acompanha a filmografia de Joon-ho, deve estar acostumado a ver críticas ácidas, seja em relação ao descaso com o meio ambiente, com O Hospedeiro, à divisão de classes e ao capitalismo com O Expresso do Amanhã e Parasita ou os maus-tratos com os animais em Okja. Todos, de uma forma ou de outra, se complementam e nesta nova obra, toda a sagacidade e tom sarcástico são colocadas à prova.
Mickey 17 mostra como a ganância de empresas multimilionárias pode afetar o presente e o futuro daqueles que, como eu e você, somos apenas a base de uma pirâmide totalmente desigual. Ver a canastrice de Ruffalo como o político Kenneth Marshall e não se lembrar de George W. Bush, Elon Musk e, principalmente, de Trump, é impossível.
Warner Bros e sua aposta de US$ 118 milhões em Mickey 17
Ao todo, foram US$ 118 milhões de orçamento para criar um universo distópico… algo que podemos dizer que é até corajoso pelos lados da Warner Bros. As 2h17 poderiam ser reduzidas em, pelo menos, 20 minutos, mas nada que tire essa imersão. Há também, certo estranhamento quando inserem aquela espécie alienígena. Contudo, era exatamente isso que queriam, pois é um amálgama dessa parte da sociedade que é hipócrita, desumana e cruel de hoje em dia.
Essa obra não irá agradar todo mundo, mas se você entrar na brincadeira e buscar nas entrelinhas o que Bong Joon-ho quer dizer, terá um entretenimento de qualidade. Ao se entregar de corpo e alma, Pattinson prova que tem talento suficiente para caminhar pelos terrenos dos blockbusters, como The Batman e por outros mais ‘diferentões’, como The Rover – A Caçada, Cosmópolis, Life – Um Retrato de James Dean. Mickey 17 está no meio do caminho e, ainda assim, é bem legal!
Onde assistir Mickey 17?
O filme está nos cinemas de todo Brasil.
Sinopse de Mickey 17
Irmãos gêmeos encontram um misterioso macaco de corda. Após a descoberta, uma série de mortes absurdas destroça a família. Muitos anos depois, o macaco inicia uma nova onda de assassinatos, forçando os irmãos a enfrentar o brinquedo amaldiçoado.
Nota Cinema e Séries: ★★★★
Título Original: Mickey 17
Ano Lançamento: 2025 (Estados Unidos | Coréia do Sul)
Dir: Bong Joon Ho
Elenco: Robert Pattinson, Steven Yeun, Michael Monroe, Milo James, Naomi Ackie, Daniel Henshall, Mark Ruffalo, Toni Collette
Curiosidades de Mickey 17
- Mickey 17 custou US$ 118 milhões
- O diretor pediu que Pattinson gravasse algumas cenas sem saber qual versão de Mickey ele estava interpretando até momentos antes da filmagem, para capturar a confusão e a angústia existencial de um clone.
- O planeta no filme se chama Niflheim, que, na mitologia nórdica, é um reino eterno de inverno, um lugar para aqueles que não morrem de maneira heroica.
- O clássico grito Wilhelm pode ser ouvido por volta de 1:16:30, quando uma porta de compartimento se fecha sobre o personagem Pigeon Man.
- Sabet Choudhury faz uma participação como o repórter de notícias falando sobre a missão para Niflheim. Na vida real, ele é apresentador de notícias e co-apresenta o ITV West Country.
- O filme conta com três indicados ao Oscar: Toni Collette, Mark Ruffalo e Steven Yeun.
- Este é o segundo trabalho de Steven Yeun com o diretor Bong Joon-ho, após Okja (2017).
- O trailer de Mickey 17 foi dirigido por Marios Hamboulides.
- Essa é a terceira parte de uma trilogia temática que Bong Joon-ho começou com Okja e continuou com Parasita, explorando questões de classe e identidade.
- A trilha sonora e o design de som foram pensados para aumentar a tensão e a sensação de isolamento no planeta Niflheim.
- O filme também explora a ideia de múltiplas realidades e mundos paralelos, utilizando o conceito da clonagem para criar um enredo que questiona a existência e a percepção da realidade.
