Lançamentos da MUBI no mês de agosto 2025
Aqui você confere os principais lançamentos da MUBI no mês de agosto 2025 e, entre eles, a Trilogia das Cores: Azul (1993), Branco (1994) e Vermelho (1994). Este é um dos exemplares mais poéticos do cinema europeu moderno. Inspirada nos ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade), a obra de Krzysztof Kieślowski não oferece respostas fáceis, mas escancara as contradições humanas com sensibilidade quase mística.
- Em A Liberdade é Azul, Juliette Binoche é Julie, uma mulher tentando escapar da dor após perder o marido e a filha. O filme é uma elegia sobre o luto e a ilusão da liberdade como desligamento emocional.
- Em A Igualdade é Branca, Julie Delpy se vê envolvida em uma trama de vingança afetiva, onde a igualdade parece mais ligada ao ressentimento do que à justiça. Um conto cruel, quase cômico, sobre o fim do amor e o início de algo ainda mais perturbador.
- Já A Fraternidade é Vermelha reúne Irène Jacob e Jean-Louis Trintignant em uma história que colide o acaso e o destino, culminando em um final que fecha a trilogia de maneira circular, melancólica e absolutamente arrebatadora.
Outros lançamentos da MUBI no mês de agosto 2025
Near Orouët e a magia do tempo perdido
Você lembra do que é estar de férias? Near Orouët (1971), de Jacques Rozier, não deixa você esquecer. Um filme perdido da Nouvelle Vague que agora ressurge em 4K, com uma ternura absurda.
Três mulheres jovens fogem do calor sufocante de Paris e encontram no litoral atlântico um verão infinito, cheio de encontros, pequenos conflitos, amores não correspondidos e conversas sem fim. Não há urgência. Só uma contemplação encantadora do tempo, das amizades e da juventude que escorre como areia entre os dedos.
Rozier faz da leveza um manifesto. E o filme, exibido discretamente em Cannes e no FIDMarseille, é um lembrete de que o cinema pode, sim, ser uma forma de suspender a realidade.
Exclusivos MUBI
April (Dea Kulumbegashvili, 2024)
Prepare-se para um soco silencioso. April é um retrato incômodo da mulher contemporânea sufocada por culpa, rumores e pressões sociais. Nina, interpretada de forma assombrosa por Ia Sukhitashvili, é uma obstetra acusada de envolvimento em abortos ilegais após a morte de um recém-nascido.
Com uma câmera imóvel que parece espionar a alma dos personagens, Kulumbegashvili constrói um filme atmosférico, cruel e necessário. Vencedor em Veneza e presente nos maiores festivais do circuito, April é mais do que cinema – é denúncia, é tensão moral, é poesia gélida.
Eight Postcards From Utopia (Radu Jude e Christian Ferencz-Flatz, 2024)
Radu Jude não brinca em serviço. Ao lado do filósofo Christian Ferencz-Flatz, ele cria uma colagem provocadora a partir de comerciais de TV da Romênia dos anos 90 e 2000. O resultado? Uma crítica mordaz ao capitalismo que prometia o paraíso e entregou um shopping vazio de esperança.
Com ironia e melancolia, Eight Postcards From Utopia expõe como os sonhos de modernidade foram vendidos como produtos de prateleira. O filme navega entre o absurdo e o documental, desafiando o espectador a rir – e depois engasgar com a verdade.
A Colheita (Athina Rachel Tsangari, 2024)
Se você acha que dramas históricos não têm mais o que dizer, A Colheita vai te deixar de queixo caído. Tsangari entrega uma obra radical que mistura realismo mágico e estranhamento total. Uma comunidade agrária está prestes a desaparecer, engolida pelo progresso – ou pelo esquecimento.
Caleb Landry Jones e Harry Melling estão assombrosos em um filme que é ao mesmo tempo um funeral e um renascimento. Não há nada fácil em A Colheita, mas há tudo de necessário.
Beating Hearts (Gilles Lellouche, 2024)
Imagine um filme que mistura musical, drama criminal e romance trágico. Agora imagine que ele funciona. Beating Hearts é tudo isso e mais. Uma história de amor impossível que atravessa uma década de desigualdade social, crime e redenção.
Com Adèle Exarchopoulos e François Civil em performances viscerais, o filme explora o desejo como força destrutiva e transformadora. Selecionado para Cannes e indicado a 13 prêmios César, é a prova de que o cinema francês ainda sabe como emocionar com fúria e estilo.
Hot Milk (Rebecca Lenkiewicz, 2025)
Baseado no aclamado romance de Deborah Levy, Hot Milk é uma jornada sensorial pelo desejo feminino e suas ambivalências. Emma Mackey (de Sex Education) brilha como a jovem que, em um verão andaluz tórrido, tenta se libertar do controle sufocante da mãe.
Com Vicky Krieps e Fiona Shaw completando o elenco, o filme é uma aula de tensão emocional, corpos em ebulição e relações que queimam lentamente. Sob o sol, tudo parece mais bonito – até doer.
VICE Is Broke (Eddie Huang, 2024)
Quer um documentário que destrua ilusões? VICE Is Broke é um estudo brutal sobre o colapso de um império midiático que prometeu mudar o mundo e terminou atolado em dívidas e escândalos.
Com arquivos inacreditáveis, depoimentos de bastidores e a acidez afiada de Eddie Huang, o filme é um epitáfio irreverente para a geração que cresceu acreditando que jornalismo podia ser punk rock. É engraçado, devastador e extremamente necessário.
Quais destes filmes da MUBI você quer ver?