JUAN DOS MORTOS

A situação econômica de Cuba reflete totalmente nesta empreitada do diretor Alejandro Brugués, pois antes mesmo dos zumbis aparecerem, a fotografia é decadente, cada esquina filmada está em total abandono e as pessoas parecem não ter o que vestir ou comer.

‘Juan dos Mortos’ fez certo burburinho na época em que estreou e realmente tem momentos com excelentes sacadas – como quando o personagem principal e um zumbi que quer comê-lo, fazem uma espécie de valsa–, sem contar que a trupe de ‘heróis’ é tão deslocada e estranha que ganha a empatia do público na primeira cena.

Mas o problema aparece no segundo e terceiro atos, onde a infestação já está avançada e Brugués vai perdendo o fôlego, levando o espectador a ver sequências repetitivas e explorando mal toda ambientação proposta no início. Alexis Diaz de Villegas é ótimo ator e faz de Juan uma espécie de Che Guevara do Dia Z, carregando o filme nas costas.

Havana é devastada por um vírus que transforma os infectados em zumbis, sedentos por carne humana. Em questão de dias, apenas alguns sobreviventes ainda lutam, é o caso de Juan e seus amigos, que vêem uma boa oportunidade para ganhar dinheiro, quando decidem fazer o ‘trabalho sujo’ para quem os pedirem.

Projeto cubano feito na raça, com efeitos especiais bastante interessantes e um suspiro de novidade para este sub-gênero tão defasado ultimamente. Ao subirem os créditos finais, há uma pequena animação que só agrega, e pensar numa continuação não seria nenhuma loucura. Pegue seu remo e seus chachos e vamos matar zumbis.

Título Original: Juan de los Muertos
Ano de Lançamento: 2012 (Cuba)
Dir: Alejandro Brugués
Elenco: Alexis Díaz de Villegas, Andrea Duro, Andros Perugorría, Antonio Dechent, Blanco Rosa Blanco, Eliecer Ramírez, Jazz Vilá

ORÇAMENTO: —
NOTA: 6,5

Por Éder de Oliveira