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Entrevistas

ESTÁ NO WATTPAD – ‘HOLLEN ANJO CAÍDO’

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Utilizando mitologia angelical, contextos bíblicos e um texto muito bem escrito, o autor Fernando Raposo conseguiu se destacar na rede social Wattpad com a história “Hollen Anjo Caído”. O livro conta a história de Hollen, um dos muitos anjos que, sob o comando de Lúcifer, se rebelaram contra Deus após Ele ter realizado sua mais importante criação: o homem. Após a guerra celestial, que resultou na derrota dos rebeldes, o grupo foi exilado no inferno e Lúcifer, sedento por vingança, começa a interferir no plano terreno, criando desavenças entre os homens. E, nesse contexto, Hollen vai, aos poucos, se arrependendo de ter se voltado contra Deus e desejando regressar aos braços divinos.

A saga do anjo caído tem um texto muito bem trabalhado e escrito, com batalhas velozes e ricas em detalhes, além de personagens secundários interessantes, como uma feiticeira que tem o poder de criar e controlar seres elementais e o anjo negro sem asas Moratus. O sentimento de arrependimento do personagem Hollen e sua busca por redenção consegue aproximar o leitor da história, cria empatia, e facilita a inserção do leitor em uma mitologia não tão recorrente em nossa cultura como é a angelical.

“Hollen não chega a ser um vilão ou um anti-herói, mas sim alguém que persegue algo que todos nós buscamos: aceitação. De uma forma ou de outra procuramos nossa redenção diariamente. Isso é um aspecto bem humano. Acho que o que mais atrai o público são os conflitos do herói. De uma maneira ou outra o leitor se identifica, se não consigo, com a conjuntura que se vive nos dias de hoje”, comentou Raposo.

Na batalha entre céu e inferno de “Hollen Anjo Caído”, certamente quem ganha é o leitor. Confira abaixo a entrevista que fizemos com Fernando Raposo.

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ENTREVISTA

Cinema&Pipoca – Olá Fernando, obrigado por ter aceitado nosso convite.
Fernando Raposo – Eu que agradeço.

CP – Há quanto tempo você está no Wattpad e qual sua opinião a respeito desta rede social?
FR – Estou utilizando o Wattpad há 7 meses e até o momento estou satisfeito. Precisava de uma plataforma para divulgar o livro e receber retorno dos leitores. Felizmente tenho recebido muitas mensagens positivas. Em minha opinião, o aplicativo está aprovado!

CP – Você desenvolveu métodos de divulgação diferenciados além dos tradicionais, como a fanpage e o booktrailer. Qual a repercussão dessas novas ferramentas?
FR – Uma das primeiras coisas que imaginei para o meu livro era uma capa profissional. Contratei um amigo diretor de arte que tem um acabamento altamente diferenciado. Apresentei o rascunho de como queria e o resultado me agradou muito. Esse foi o primeiro passo no processo de divulgação, precisava de uma imagem acachapante para chamar a atenção do público. Utilizo atualmente as redes sociais como o Facebook e o Twitter e também os formadores de opinião, como os sites e blogs literários. A internet é uma ferramenta poderosa e pretendo usar seus recursos incansavelmente para divulgar o meu livro.

CP – Percebe-se, ao ler o livro, a afinidade que você tem com a mitologia angelical. Por que optou por uma história com esse tema e como foi a pesquisa desse universo?
FR – Sempre me interessei por história e mitologia. Cresci jogando RPG com os amigos e lendo quadrinhos. A religião também sempre esteve bem próxima. Minha mãe sempre me levava à Igreja e a curiosidade em torno dos anjos começou a ganhar força quando descobri que Deus também era conhecido como o “Senhor dos Exércitos”. Imaginei logo um amalgama de mitologia com quadrinhos e religião. Mas a cereja do bolo foi o filme “Anjos Rebeldes”. Tudo mudou depois daquilo, pois houve uma desconstrução da imagem tradicional dos seres angelicais, multiplicando as expectativas em torno desses seres de luz. A Bíblia foi a base de tudo.

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CP – Os anjos caídos têm a personalidade mais trabalhada que os celestiais em seu livro. Você acha que personagens vilanescos ou anti-heróis são mais atraentes para o leitor?
FR – De certa forma sim. À bem da verdade, o protagonista começa o livro despedaçado, enfraquecido e ao longo da jornada, vai se redescobrindo. Hollen não chega a ser um vilão ou um anti-heroi, mas sim alguém que persegue algo que todos nós buscamos: aceitação. De uma forma ou de outra procuramos nossa redenção diariamente. Isso é um aspecto bem humano. Acho que o que mais atrai o público são os conflitos do herói. De uma maneira ou outra o leitor se identifica, se não consigo, com a conjuntura que se vive nos dias de hoje.

CP – Quais foram suas principais inspirações para escrever esse livro?
FR – Escrever sempre foi um sonho, mas nunca o coloquei em prática. Dizem que para escrever um livro você precisa saber como ele termina. Com este livro não foi bem assim. Sabia o seu início, mas a trama foi sendo construída aos poucos. Em alguns momentos era tomado por insights e largava tudo que estava fazendo para anotar as ideias. Isso que é o mais legal em escrever, o mistério e as descobertas que você passa a ter ao longo da jornada. O personagem em si já existia em meu universo de quadrinhos. Também sou ilustrador e criei o Hollen há alguns anos. A princípio escreveria outro livro, com uma ideia que vagueia minha mente desde a adolescência e precisava treinar minha escrita e desta forma escrevi o que se tornou a “parte um” do livro. Era um conto isolado. Postei na saudosa “Skynerd”, a antiga rede social do “Jovem Nerd” e ao receber elogios e mensagens de apoio, me perguntei “o que virá depois?”. Seguindo esse raciocínio, escrevi a “parte dois” e tudo começou a ganhar forma.

CP – Além de autor, você também lê livros no Wattpad? Se sim, qual você indica?
FR – Leio sim. Gostaria de ler mais. Um livro que se destacou no Wattpad e que rompeu as barreiras do aplicativo ganhando formas físicas foi a obra “O Penhasco” da Carine Raposo (não somos parentes!). O livro foi publicado pela Editora Cadmo. Outro autor que aprecio é o Daniel Rossi, autor de “Eternidade S.A.”, que também foi publicado pela Editora Deuses, dentre outros. Espero fazer o mesmo caminho, transformando o meu livro virtual em físico. Algumas editoras estão avaliando o meu livro.

CP – Você tem outros livros publicados no Wattpad ou fora dele?
FR – Hollen Anjo Caído é o meu primeiro livro e pretendo escrever uma sequência. Ainda estou definindo o título provisório, mas tenho boa parte do que vai acontecer em minha mente. Escrevi dois contos, ainda inéditos pois não os postei no Wattpad. Em breve pretendo coloca-los por lá. Estou me preparando para escrever um novo conto que serviria como um teaser para um projeto maior. Este seria o tal livro que mencionei anteriormente, que seria escrito antes de Hollen. Vou colocá-lo como conto e medir a aceitação dele diante do grande público. Escrever é um caminho sem volta. Estou apaixonado pelo processo criativo e pretendo fazer isso para o resto da minha vida! Editoras, eu estou aqui!

SOBRE O AUTOR
O autor Fernando Raposo tem 40 anos e mora atualmente em Recife, capital de Pernambuco. Seu livro “Hollen Anjo Caído” possui 507 seguidores, tem quase 42.000 acessos, 1000 likes e mais de 400 comentários. O livro está na lista dos mais populares no gênero fantasia. Raposo pode ser encontrado no Wattpad pelo link http://www.wattpad.com/user/FernandoRaposo.

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SOBRE O WATTPAD
A rede social Wattpad possibilita ao internauta compartilhar suas próprias histórias literárias na web em uma plataforma interessante e fácil de usar. Gratuita, o internauta pode fazer o cadastro no próprio site, ou vincular com sua conta do Facebook. Leia mais sobre o aplicativo na coluna Está no Wattpad.
A coluna “Está no Wattpad” é um espaço dedicado a ajudar você a encontrar boas histórias nessa plataforma. Quem sabe seu próprio livro não terá uma matéria exclusiva no Cinema e Pipoca? Para isso, basta entrar em contato comigo pelo próprio Wattpad, através da conta de Danilo Pessoa.

Editor CP

ENTREVISTA E TOP CP – 7 FILMES RECENTES TIRADOS DE LIVROS INFANTIS

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Hoje, dia 02 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro Infantil. O gosto pela leitora começa desde cedo e vale a pena os pais incentivarem sempre seus filhos e lerem juntos as mais variadas obras. Além da lista de filmes, que dá nome à postagem, segue uma entrevista com Christian David, autor de livros juvenis como ‘A Menina que Sonhava com os Pés’

– ONDE VIVEM OS MONSTROS (2009)

ONDE VIVEM OS MONSTROS 2009


Baseado no livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’ é um filme que deve ser redescoberto o quanto antes. Há muito simbolismo para pontuar o rito de passagem da criança para a adolescência, sem contar a forma delicada com que o roteiro nos mostra a solidão e ao mesmo tempo, os subterfúgios criados pela mente da criança. Pequeno grande filme.

Saiba mais da lista e a entrevista especial sobre o Dia Mundial do Livro Infantil
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Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa, que estreia hoje (19), no Globoplay

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Entrevista com Rosane Svartman

A partir de hoje (19), os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de Vicky e a Musa, com a estreia da primeira parte da temporada. Por isso, essa entrevista com Rosane Svartman (criadora e escritora do programa) é mais do que bem vinda!

Com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu. Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, conceitua Rosane.

No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.

Antes da entrevista com Rosane Svartman, vamos conferir a sinopse e o elenco da série!

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Sinopse de Vicky e a Musa

O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky (Cecília Chancez), uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência.

Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.

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Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos.

O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.

Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo.

Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.

Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem. Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil.

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Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra. Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.

É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.

O elenco da série

O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV. Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Então, sem mais delongas, vamos para a entrevista com Rosane Svartman.

Entrevista com Rosane Svartman

Como descreve a série ‘Vicky e a Musa’ e os elementos que funcionam como fio condutor da história?

  • Rosane: ‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia. Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky (Cecilia Chancez) tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor. É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte.

De que forma o gênero musical influencia na escrita da obra?

  • Rosane: Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo. Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa.

O Teatro Parnasus é um dos principais cenários da série. Qual é a importância desse lugar para a trama?

  • Rosane: O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras.

E a última questão da entrevista com Rosane Svartman é: o que o público pode esperar de ‘Vicky e a Musa?

  • Rosane: Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas.

E então, o que achou dessa Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa?

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Entrevista com Ivo Lopes Araújo, diretor de fotografia do longa “Casa Vazia”

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casa vazia Ivo Lopes Araujo credito arquivo pessoal

O Cinema e Pipoca recebeu um material exclusivo, com uma entrevista com Ivo Lopes Araújo, um dos mais aclamados diretores de fotografia da atualidade no país. O cearense ajustou o foco e enquadrou as cenas de recentes sucessos do cinema brasileiro, como GirimunhoTatuagemGreta. Também integrou a equipe do internacionalmente premiado Bacurau

O mais novo trabalho do fotógrafo é o longa-metragem Casa Vazia, que chega aos cinemas neste fim de semana em São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Natal, Palmas e no Rio de Janeiro. Por esse filme, Ivo conquistou um Troféu Redentor, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2021, e um Kikito, no Festival de Gramado no ano passado.  

Rodada em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai), a produção aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais.

Dirigido por Giovani Borba e definido como um neo-western pela revista Variety, o filme explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância.

Entrevista com Ivo Lopes Araújo
Cartaz Casa Vazia

Confira a entrevista com Ivo Lopes Araújo, sobre o longa Casa Vazia

Casa Vazia foi sua estreia em um filme rodado no pampa gaúcho. Como foi essa experiência?

Ivo: Foi a primeira vez que eu filmei nos pampas gaúchos. Foi incrível porque tem uma luz muito suave. Então durava horas do dia aquela luz suave. Tudo fica muito colorido. Os contrastes ficam certinhos, é uma paisagem incrível mesmo. Mas acho que a paisagem é usada a serviço do filme. E aí tem um trabalho que eu acho que é coletivo. Pra mim, foi um privilégio estar filmando nesse lugar, nessa época, e pra contar essa história. Tudo estava casando muito bem.

Como foi transpor para a tela a imensidão dos campos e essa sensação de vazio que permeia toda a trama? 

Ivo: É impressionante como a natureza é forte na imagem. Ela traz tantas sensações. Acho que é nosso inconsciente, nossa memória ancestral que faz com que a gente se relacione com aquilo num lugar muito poderoso. É impressionante como, dependendo da história que se cria, da trama, você pode ter uma sensação de plenitude com a natureza, de solidão. Então, ela amplifica o gesto humano e o que a dramaturgia tá contando. No caso desse personagem silencioso e desse vazio que o filme cria, a natureza é usada para expandir isso, levar para um lugar maior. E funciona muito bem. O que poderia ser uma paisagem bucólica, se torna uma paisagem quase opressora pela sensação de solidão e de vazio que o personagem tá vivendo. É bem interessante o uso da natureza para tornar esse sentimento maior.

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casa vazia Credito Panda Filmes
Crédito: Panda Filmes

Você conquistou um Troféu Redentor e um Kikito com Casa Vazia. Em diversas cenas, a fotografia parece ser a única personagem que dialoga com o protagonista. Essa foi a sua intenção?

Ivo: É bem importante entender que o trabalho de composição da imagem do filme e a forma como ela ajuda na dramaturgia não é um trabalho só do fotógrafo. É um trabalho do diretor de arte, a escolha das locações, o figurino que o ator tá usando numa uma paisagem verde, o próprio ator, a entrega dele, o diretor que tá arquitetando tudo isso. Fico muito lisonjeado com os prêmios de fotografia. Mas é muito importante expandir e entender como essa paisagem natural e essas imagens se tornam poderosas.

É o trabalho de uma equipe toda, a equipe de fotografia, que tá ali junto iluminando, pensando os movimentos, trabalhando o foco, fazendo a imagem se constituir fisicamente mesmo. Não só os elementos de conceito, mas a mão na massa. A câmera estar no lugar certo, os movimentos de câmara, os travellings. Tem um trabalho de botar a mão na massa e materializar a imagem. E que o fotógrafo também não faz sozinho.

E quais são os seus próximos projetos?

Ivo: Tem um filme que foi rodado ano passado na África entre Mauritânia e Guiné Bissau, dirigido por um realizador português, Pedro Pinho. Amanhã será outro dia é um filme enorme, nunca tinha participado de uma produção tão grande. Foram vinte semanas de filmagem, um roteiro muito grande e uma história muito interessante.

Eu tô bem curioso e ansioso pra ver esse filme pronto e na tela. Tô agora em fase de finalização e colorização do filme dirigido pela Clarissa Campolina e pelo Sérgio Borges, que se chama Fera na Selva. Também foi um grande prazer trabalhar de novo com esses realizadores.

E então, o que achou dessa entrevista com Ivo Lopes Araújo? Comente com a gente em nossas redes sociais!

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