Assim como o excelente ‘The Babadook’, o suspense austríaco ‘Goodnight Mommy’ tem como base central o alicerce familiar, suas nuances e o quanto é essencial para a formação da vida de uma criança. A diferença entre os dois filmes, está na forma com que o roteiro é apresentado para o espectador.
A produção austríaca em questão, dirigida e roteirizada por Severin Fiala e Veronika Franz, flerta com o gore em determinadas cenas e trás tortura muitíssimo intensas, mas entrega a principal sacada logo nos quinze minutos iniciais e você não precisa nem prestar tanto atenção nos diálogos prever o desfecho.
Mesmo assim, a dramaticidade encontrada pelos atores e a forma fantasmagórica e amedrontadora da mãe – que, inteligentemente, não tem um nome –, com sua personalidade dúbia, assim como a de seus filhos, prendem nossa atenção.
A fotografia sugere muita coisa durante todos os cem minutos e a câmera lenta e cautelosa cria, ao menos no primeiro ato, uma ambientação angustiante e claustrofóbica. Da metade do filme em diante, tudo é mais corrido, como se precisassem terminar as filmagens o quanto antes.
Em uma casa isolada, os irmãos gêmeos Lukas e Elias vivem com sua mãe, que se recupera de uma cirurgia plástica. Por conta disso, ela precisa de silêncio, mas os garotos necessitam de espaço e diversão. Conforme o tempo passa, eles percebem a rigidez da mulher que, cada vez menos lembra sua mãe.
Voltando para a comparação do primeiro parágrafo, tanto ‘The Babadook’ quanto ‘Goodnight Mommy’ tem coragem para dar aquilo que o espectador espera, portanto, assim como na vida, existem episódios que mudarão radicalmente seu dia a dia, seja para o bem ou para o mal, seja na forma de amor ou na forma de dor.
Título Original: Ich seh, Ich seh
Ano Lançamento: 2014 (Austria)
Dir: Severin Fiala, Veronika Franz
Elenco: Susanne Wuest, Elias Schwarz, Lukas Schwarz
ORÇAMENTO: —
NOTA: 7,5
Por Éder de Oliveira