ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER

Pôster de Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica

Normalmente a segunda parte de uma trilogia é a mais fraca e com ‘Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver’, que continua bem no ponto onde ‘À Meia Noite Levarei a sua Alma’ terminou, não foi diferente.

Por conta de um orçamento maior, fica evidente a qualidade e o apuro técnico mais elaborado do diretor e protagonista José Mojica Marins – a cena das aranhas comprova bem isso –, mas ele também se perde em soluções pouco inventivas, como na anti-climática sequência em que joga poker no bar.

O estudo do personagem Josefel Zanatas se intensifica aqui, pois a tendência óbvia de querer ser o ditador de seu próprio universo e levar seu súdito Bruno e as mulheres que sequestrou para este mesmo inferno vão crescendo no decorrer da projeção. Aliás, é no inferno e nas suas cores vivas que vemos a força e o poder criativo do diretor.

Ao tratar o espectador como um voyeur sádico, ou seja, ao criar esta aproximação entre Zé do Caixão e nós – que assistimos a tudo aquilo como forma de entretenimento –, Mojica quer evidenciar a linha tênue existente entre a razão e a loucura.

Zé do Caixão continua sua saga em busca da mulher que dará o filho perfeito. Agora, o coveiro sequestra algumas jovens e as submete a diversas torturas. Ao matar uma das moças, a população do vilarejo se revolta e sai à caça de Josefel.

Infelizmente a longa duração, o fato de ter envelhecido muito mal, a tentativa de um apelo mais dramático e a falta de bons coadjuvantes fazem com que ‘Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver’ retroceda um passo na franquia. Depois disso, ninguém poderia imaginar a penúria para conseguirem finalizar ‘Encarnação do Demônio’ e fechar a trilogia com chave de ouro.

Título Original: Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver
Ano Lançamento: 1967 (Brasil)
Dir: José Mojica Marins
Elenco: José Mojica Marins, Tina Wohlers, Nádia Freitas, José Lobo, Antônio Fracari

ORÇAMENTO: 12 mil Reais
NOTA: 5,0

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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