Destaque
ENTREVISTA COM O DIRETOR DE ‘A HISTÓRIA DA ETERNIDADE’

Nome promissor do cinema nacional, Camilo Cavalcante é o diretor do excelente drama ‘A História da Eternidade’, e ele contou um para o Cinema e Pipoca sobre o processo de criação, desenvolvimento do roteiro e seus projetos futuros e muito mais. Veja a entrevista na íntegra logo abaixo:
Cinema e Pipoca: Fale um pouco sobre sua carreira, até chegar em ‘A História da Eternidade’.
Camilo Cavalcante: Ainda criança eu já pensava em trabalhar com cinema. Nasci em Recife, mas cresci no interior do Piauí e da Paraíba, Mas com 10 anos fui morar no Rio de Janeiro. Meus pais são médicos do serviço público e viviam constantemente sendo transferidos. Quando tinha 12 anos, voltamos para Recife. Estudei Jornalismo na UFPE e em 1995 realizei meu primeiro curta, Cálice, sobre um caso de suicídio na Casa do Estudante. Em 1996 fui para Cuba estudar roteiro cinematográfico na EICTV, Depois disso realizei várias experiências em VHS, SVHS e outros formatos da época sem nenhum tipo de recurso financeiro, como HAMBRE HOMBRE; Alma Cega; Os Dois Velhinhos (1997); Matarás; Leviatã (1999). Com esses curtas participei de diversos festivais e mostras de cinema. Em 2000, tive a oportunidade de fazer O Velho, O Mar e O Lago o primeiro curta que teve mais estrutura graças ao prêmio do Ministério da Cultura. Realizei ainda o curta em plano sequencia A História da Eternidade (2003) e Ave Maria ou Mãe dos Oprimidos. Em 2005, realizei Rapsódia para Um Homem Comum, ficção que se passa nos anos 70, na ditadura militar. Em 2007, dirigi O Presidente dos Estados Unidos, inspirado no conto homônimo de Ignacio de Loyola Brandão. Realizei ainda Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos (2009) e My Way (2010). Esses curtas receberam mais de 120 prêmios em festivais no Brasil e no exterior.
C&P: Como surgiu a ideia do roteiro do filme?
CC: As idéias vem na minha cabeça de forma muito não linear. Podem ser despertadas através de uma música, um poema, uma pintura ou alguma situação real.
No caso de A História da Eternidade, o filme foi sendo construindo aos poucos, através de uma relação íntima que construi com o sertão, com o interior desde a infância. São estórias que estão enraizadas no meu imaginário de uma maneira profunda. Sou um ser melancólico e sentimental. Inevitável que esses elementos apareçam no filme de forma lírica em alguns momentos e em outras vezes de forma dolorosa.
C&P: Existem dificuldades de colocá-lo em circuito nacional, por não ser um filme feito nos grandes centros como São Paulo ou Rio de Janeiro?
CC: Sem dúvida está cada vez mais difícil distribuir um filme independente e artístico no cenário do cinema nacional. Existe um bloqueio econômico que impõe uma grade de filmes banais e medíocres ao público e impede o acesso às obras autorais. O cinema de arte está sendo esmagado pela indústria. Mas, temos que encontrar uma forma criativa de fazer com que nossos filmes encontrem o público. Esse é o grande desafio.

CC: Foi muito demorado captar os recursos para a produção do filme. Durante quase dez anos inscrevi o projeto nos editais. Só recebia negações. Mas continuava insistindo porque acreditava muito na poesia do filme. Até que em 2010 o projeto foi premiado no concurso de Baixo Orçamento no MINC. Em 2011, ganhamos o FUNCULTURA, do governo do Estado de Pernambuco. Esses dois editais possibilitaram a realização das filmagens, que aconteceram entre junho e agosto de 2012.
C&P: Onde foram feitas as locações e como decidiram que ali seria o local ideal para as filmagens?
CC: Fizemos uma ampla e minuciosa pesquisa por todo o Sertão de Pernambuco. A produtora já havia me falado sobre Santa Fé. Mas, antes de chegarmos lá, passamos em diversas comunidades. Quando chegamos a Santa Fé, que fica a 60 km de Petrolina, o que me chamou atenção, além de ter um visual muito marcante e semelhante ao descrito no roteiro, foi uma igreja secular que existe no meio da comunidade ao lado do grande cemitério tornando o pequeno povoado um lugar que tem mais gente morta do que viva. Além disso, lá não pega sinal de celular. Só existe um telefone público (orelhão) que é a única forma de comunicação com o mundo exterior. Realmente, é um lugar que tem uma relação muito peculiar com o tempo e o espaço, como o roteiro exigia. Todos os figurantes e elenco de apoio foram da região. Houve um grande entrosamento de respeito e amizade entre a equipe e a comunidade.
C&P: Como foram feitas as escolhas dos atores para cada personagem?
CC: Durante todo o tempo em que estavamos em busca de recursos, fiz diversos tratamentos no roteiro. Alguns personagens eu já escrevia pensando no elenco como no caso de Marcélia Cartaxo, Zezita Matos, Claudio Jaborandy e Maxwell Nascimento. O Irandhir Santos foi convidado posteriormente e aceitou prontamente. Leonardo França e Débora Ingrid foram através de testes. O importante é que todo o elenco se doou de corpo e alma. Tivemos um processo de laboratório e imersão na realidade do local e na essência de cada elemento dramático que compõe a alma de cada personagem. Foi um momento lindo e vibrante. Para mim foi um processo profundamente sensível de criação e uma honra poder trabalhar com artistas tão talentosos e seres humanos tão especiais.

CC: No momento, estou finalizando a segunda temporada da série OLHAR, que será exibida em 2015 pelo Canal Brasil. Ano que vem, vou filmar o longa KING KONG EN ASUNCIÓN no Brasil, Paraguai e Bolívia. Pretendo finalizar o documentário BECO, que este ano participou do Carte Blanche do Festival de Locarno. Ainda vamos captar recursos para realizar o longa BETTE DAVIS EYES.
Destaque
8 Filmes que Leonardo DiCaprio merecia o Oscar

Leonardo DiCaprio merecia o Oscar por diversas vezes, tudo porque, ao longo de sua carreira, nos presenteou com personagens inesquecíveis e atuações impecáveis que conquistaram a crítica, o público e, por muitas vezes, foram ignoradas pela Academia. Ele tem uma carreira marcada pela escolha de papéis desafiadores, e a cada novo projeto, ele eleva o nível da interpretação.
Embora finalmente tenha levado para casa o cobiçado prêmio de Melhor Ator com O Regresso (2015), há vários outros momentos espetaculares. E você, concorda com esta lista?
8 Filmes que Leonardo DiCaprio merecia o Oscar
Diário de um Adolescente (1995)
Apesar de ainda ser um jovem ator na época, DiCaprio já demonstrava seu talento em Diário de um Adolescente, um drama psicológico que lida com questões complexas como o vício em drogas e suas consequências devastadoras. O filme, baseado no romance de Jim Carroll, segue o protagonista através de sua difícil jornada pela dependência química e suas degradações físicas e mentais.
DiCaprio não só convence como o adolescente problemático, mas consegue captar a vulnerabilidade e os dilemas internos do personagem de forma brilhante. A performance, intensa e visceral, marca o começo de sua jornada como um dos grandes nomes do cinema, mesmo que a Academia ainda não estivesse pronta para reconhecê-lo.
Titanic (1997)
Com um orçamento colossal e uma direção de James Cameron que se tornaria histórica, Titanic se consagrou como um dos maiores sucessos de todos os tempos, arrecadando 11 Oscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. No entanto, um prêmio ficou de fora: o de Melhor Ator. Mesmo que a performance de DiCaprio como Jack Dawson não seja a mais complexa de sua carreira, é inegável que ele conseguiu criar um dos personagens mais adorados da história do cinema.
Sua química com Kate Winslet, o desfecho épico e a carga emocional que transmite ao público são ingredientes que tornam sua atuação memorável.
Gangues de Nova York (2002)
Em Gangues de Nova York, Martin Scorsese apresenta uma história épica ambientada na Nova York do século XIX, marcada pela violência e pela luta pelo poder nas ruas. DiCaprio contracena com um dos maiores ícones do cinema, Daniel Day-Lewis, que, de fato, roubou a cena com sua interpretação visceral do vilão Bill “The Butcher” Cutting.
Ele consegue equilibrar a vulnerabilidade de seu personagem com a sua sede por justiça e, embora o filme tenha sido reconhecido com várias indicações ao Oscar, DiCaprio não conseguiu ser indicado, o que foi uma grande falha da Academia.
O Aviador (2004)
Em O Aviador, conhecemos Howard Hughes, o excêntrico magnata do cinema e da aviação, cujos problemas mentais e obsessões se tornam o cerne da história. A direção (mais uma vez) de Martin Scorsese e o elenco de peso, que inclui Cate Blanchett e Alec Baldwin, dão o tom ao filme, mas a verdadeira força do projeto reside na interpretação de DiCaprio.
Ele não apenas traz à vida a complexidade de Hughes, mas faz isso de forma brilhante, explorando o sofrimento mental do personagem e sua constante busca pela perfeição. Mesmo assim, o Oscar foi para Jamie Foxx por sua atuação em Ray, deixando DiCaprio mais uma vez de fora.
Diamante de Sangue (2006)
Em Diamante de Sangue, DiCaprio mergulha no violento mundo do comércio de diamantes durante a guerra civil em Serra Leoa. Interpretando Danny Archer, um contrabandista de diamantes, o ator entrega uma performance poderosa que mistura charme, corrupção e redenção. A complexidade do personagem exigia um grande alcance emocional, e DiCaprio faz um trabalho excepcional, lidando com temas delicados como a exploração e os horrores da guerra. Ao lado de Djimon Hounsou e Jennifer Connelly, ele entrega um desempenho de alto nível, mas a Academia mais uma vez ignorou sua performance em favor de outros nomes naquele ano.
Ilha do Medo (2010)
Em Ilha do Medo, DiCaprio tem a tarefa de encarnar Teddy Daniels, um detetive enviado a um hospital psiquiátrico isolado para investigar o desaparecimento de uma paciente. Dirigido por Martin Scorsese, o filme é um thriller psicológico que mistura mistério e terror psicológico, e DiCaprio brilha ao transmitir a crescente paranoia e a dor emocional de seu personagem.
Sua performance é brilhante, especialmente quando o filme revela suas camadas mais profundas. A tensão criada ao longo da trama, combinada com sua entrega visceral, mas a Academia (mais uma vez) preferiu não reconhecer sua atuação, deixando-o mais uma vez de fora da disputa por um Oscar.
Django Livre (2012)
Embora Django Livre tenha sido dominado pela performance magnética de Christoph Waltz, que levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, a atuação de DiCaprio também é digna de reconhecimento. Interpretando o vilão Calvin Candie, um proprietário de uma plantação cruel e insano, ele está arrebatador, mostrando a capacidade de criar um personagem detestável, mas fascinante. Candie é um homem que encontra prazer na morte e no sofrimento de outros. Sua cena de jantar, em que se corta com uma taça de cristal, é um exemplo perfeito de sua entrega emocional e física.
O Lobo de Wall Street (2013)
Em O Lobo de Wall Street, também entrega uma das performances mais frenéticas e engraçadas de sua carreira, como o corretor da bolsa de valores Jordan Belfort. O filme de Martin Scorsese é uma montanha-russa de excessos, e DiCaprio consegue equilibrar o caos e a decadência de seu personagem com uma energia irresistível.
Uma das atuações mais energéticas de toda sua carreira, mas a estatueta foi para Matthew McConaughey por sua performance em Clube de Compras Dallas (2013). A performance também cheia de camadas, mostrando a ascensão e queda de um homem completamente obcecado por poder e riqueza.
Apesar de todas essas atuações memoráveis, foi apenas em 2016 que DiCaprio finalmente conquistou o Oscar de Melhor Ator por sua performance em O Regresso (2015), um prêmio merecido após uma carreira de desempenhos impecáveis. No entanto, as atuações acima mostraram que ele merecia o reconhecimento muito antes.
E você, acredita que esses são os filmes que ele merecia o Oscar? Ou tem outras atuações que você consideraria dignas do prêmio? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião conosco!
Críticas
Crítica: Morte a Pinochet

Morte a Pinochet é uma produção chilena, dirigida por Juan Ignacio Sabatini e que chegou no Brasil com o selo da A2 Filmes. E assim como tantas obras nacionais como Marighella ou Batismo de Sangue, esta expõe toda a luta de uma pequena parcela que não queria, no futuro, que seus entes queridos passassem pelas mesmas atrocidades que elas. E é um diálogo fundamental nos dias de hoje, ainda mais quando notamos um retrocesso na mentalidade de muitos cidadãos.
Nestes pouco mais de 80 minutos, temos uma entrega sem igual de Daniela Ramírez, que interpreta Tamara, bem como de todos do elenco. Além disso, ficamos diante de cenas de arquivo, com a guerra civil explodindo por todos os cantos. Só senti falta de mais imagens reais ao longo da trama, pois complementaria todo o enredo.
Talvez por conta do baixo orçamento, Sabatini tenha preferido takes mais fechados para facilitar a reconstrução de época. Contudo, não há um arrojo tão denso na fotografia e há diferenças gritantes, se comparados com o já citado Marighella, de Wagner Moura.
Outros prós e contras de Morte a Pinochet
Certamente, o espectador notará um grande suspense no ar desde os primeiros minutos, e não dá para ser diferente, até porque, o cerne do roteiro é o planejamento do grupo para eliminar o ditador. Apesar disso, a balança moral é colocada em prova poucas vezes, deixando os personagens com uma dubiedade mais amena (o que, neste caso, pesa contra).
Entenda o seguinte: há diálogos pontuais, como quando a protagonista visita seu pai e entrega algumas cartas para ele ou mesmo na narração em off onde diz que “às vezes, a história tem que ser pintada com balas, não para nós, mas para o futuro de nossos filhos“, que valem cada segundo. Mas porque não fazê-los mais vezes?
Se tiver oportunidade, veja Morte a Pinochet, pois o cinema, além de tudo, também educa e molda caráter.
Onde assistir Morte a Pinochet?
É possível adquirir o filme para aluguel ou compra nos seguintes sites: Microsoft Store, Amazon Video, bem como Apple TV e Google Play Movies.
Sinopse do filme
Em setembro de 1986, um grupo de jovens tinha nas mãos a oportunidade de mudar o destino de um país: acabar com a ditadura de Pinochet matando-o. Enquanto o Chile vivia uma das ditaduras mais cruéis de Augusto Pinochet, poucos ousados consideravam o impossível: matar o tirano. O professor de educação física Ramiro, a psicóloga Tamara, e Sasha, nascida na favela, marcam o ataque armado para uma tarde de domingo em 1986.
Ramiro, ex-professor de educação física que se dedicou à luta armada, esquecendo-se das relações pessoais; Sacha, um jovem humilde das favelas de Santiago, um entusiasta do futebol, sem formação política, e Tamara, uma psicóloga atraente que deixou uma família de classe alta para viver na clandestinidade e se tornou a única mulher com posto de comandante na Frente Patriótica: todos eles têm um objetivo comum – matar Pinochet. Baseado na história real de um ataque fracassado lançado por um braço armado do Partido Comunista Chileno.
Nota Cinema e Pipoca: ★★★½
Título Original: Matar a Pinochet
Ano Lançamento: 2022 (Chile)
Dir: Juan Ignacio Sabatini
Elenco: Daniela Ramírez, Cristián Carvajal, Juan Martín Gravina, Gabriel Cañas, Gastón Salgado, Julieta Zylberberg
Destaque
DAVID FINCHER – FILMOGRAFIA

David Fincher, nasceu em 28 de agosto de 1962 em Denver, é um diretor tanto autoral, quanto “industrializável” e consegue o que pouquíssimos diretores alcançaram na Hollywood atual: poder suficiente para tocar seus projetos particulares e liberdade suficiente para inserir suas idéias em produções como o pesado “O Homem que não Amava as Mulheres”.
Aos 18 anos começou a trabalhar na Industrial Light and Magic de George Lucas, onde teve a oportunidade de trabalhar em ‘O Retorno de Jedi’ (1983) e ‘Indiana Jones e o Templo da Perdição’ (1984). Deixou a empresa para se dedicar ao ramo de comerciais publicitários, além de dirigir clips para bandas como Aerosmith, Madonna e etc.
Logo abaixo sua filmografia, pouco extensa, mas com um valor incrível!
Leia mais sobre a filmografia de David Fincher-
Top CP3 anos ago
Assistir Filmes Online Grátis!
-
Cinema2 anos ago
Lançamentos no cinema em fevereiro 2024
-
Top CP3 anos ago
13 Melhores Filmes sobre Formigas
-
Notícias10 meses ago
Onde assistir a trilogia de O Código da Vinci?
-
Top CP11 anos ago
7 Melhores Filmes de Jason Statham
-
Notícias2 anos ago
Onde assistir O Mal Que Nos Habita? | Terror argentino foi aclamado pela crítica
-
Top CP2 anos ago
9 Filmes de terror para 2024 | Lançamentos que farão você ficar com medo
-
Top CP8 anos ago
Filmes de Ouija, dos anos 80 até hoje
You must be logged in to post a comment Login