ENTREVISTA COM A AUTORA DO LIVRO ‘CÓDIGO DOS MARES’

codigo dos mares

A autora do livro ‘Código dos Mares – Os Contos do Tempo‘, Suzy Hekamiah, bate um papo descontraído com o Cinema e Pipoca e conta como foi o processo de desenvolvimento e criação.

Cinema e Pipoca: Conte-nos um pouco sobre sua carreira até chegar ao momento em que decidiu escrever o livro ‘Código dos Mares – Os Contos do Tempo’.

Suzy Hekamiah: Eu sempre fui muito ligada às artes desde criança. Eu gostava de pintar, de filmes, de música e de ler. E logo que entrei na escola, peguei o gosto pela escrita como passatempo. Muito dos meus recreios foram na biblioteca. Como já precisava me expressar de alguma forma, acabei usando a arte de escrever para isso, escrevendo textos, poemas e criando personagens. Talvez eu tivesse ido para a música. Na escola, eu escrevia
roteiros para peças já com 10 anos e quase dois anos depois, ao escrever uma redação com plano de fundo sobre a guerra do Afeganistão, uma professora argumentou que eu seria uma escritora por causa da minha narrativa. A partir daquele dia levei meu lado escritora mais profissional e sonhei com a possibilidade de publicar minhas histórias. Aos quinze anos fui atrás de editoras locais para me informar sobre o mercado editorial; aos 17 escrevi meu primeiro roteiro audiovisual para um projeto de uma série na internet chamada Vídeos Perdidos e comecei a divulgar meu blog em fóruns e foi quando, em um desses fóruns em 2009, que fiquei sabendo de seleção de contos para antologias. Eu mandei dois contos para uma antologia chamada “O Grimoire dos Vampiros” e os dois foram selecionados. Isso me abriu portas para o que tenho hoje. Depois de já ter publicado em várias antologias e ter ido a diversos eventos, a maioria em São Paulo, eu comecei a me preparar para mandar um material (um romance gótico) que tinha pronto para as editoras, mas nesse meio tempo, entre 2009 e 2011, eu a tive ideia da história do projeto Código dos Mares e isso acabou tomando muito conta de mim e decidi que deveria ser meu primeiro trabalho publicado, foi uma intuição que deveria ser o carro chefe da minha carreira solo e assim engavetei o outro romance pronto. Enquanto escrevia Código dos Mares (ainda sem esse título), em 2012, um editor ( da Literata) entrou em contato comigo por causa da visibilidade dos meus trabalhos em antologias e apresentou uma proposta para eu publicar com ele, pediu se eu tinha algum material e eu apresentei Código dos Mares, que seria em um volume único. O editor gostou, mas pelo número de páginas, gênero e meu desejo que ele fosse trabalhado em salas de aula, acabou sugerindo que o livro fosse separado em 3 volumes menores. O primeiro volume, “Código dos Mares – Os Contos do Tempo” saiu ano passado e desde 2009, eu participei de mais de 25 livros como contista e poetista.

C&P: Quais suas grandes influências, tanto no cinema, nas HQs e etc., para compôr o universo do livro?

SH: Eu me inspirei mais na música e em pinturas do William Turner do que em obras escritas, na verdade o que me inspirou de obras escritas foram textos sobre seres mitológicos. No mais, todo o clima de Fantasia do livro veio das minhas influências musicais como Nightwish, HIM, Hanz Zimmer e música em geral.. Para mim, esses músicos possuem composições, literalmente, fantásticas muito fortes, na qual me inspiraram e ajudaram a eu transcrever e elaborar o cenário completamente como algo poético, fantástico e épico, que é meu estilo.

C&P: Como surgiu a ideia de escrever o livro e quanto tempo durou todo o processo de pesquisa, esboço e finalização?

SH: Como eu sempre gostei de escrever, o que acontece é que tenho fases mais inspiradoras para algo, gosto de ser uma metamorfose. Por isso é difícil eu seguir uma linha reta na Literatura e fico propensa a escrever sobre várias coisas, tipos de textos e gêneros. Como foi o caso de uma época que eu escrevi coisas góticas e em outros momentos mais ficção científica. E nesses momentos eu tinha um livro pronto de romance gótico, o primeiro que
escrevi, que eu queria publicar. Mas com o tempo que fui esperando e conhecendo mais do mercado editorial e alguns sentimentos que eu sempre tive em relação ao mar foram tomando conta dos meus sonhos, durante a meditação, no dia-a-dia, que acabei ficando obcecada de uma hora pra outra por cenários e batalhas marítimas. Foi uma sensação e atração muito forte
com o oceano que floresceu. Então a história surgiu do meu subconsciente que já tinha uma relação muito forte com o mar e aventura desde brincadeiras de caça ao tesouro na infância. As primeiras anotações foram em 2009/2011, escrito em 2012 e só foi finalizado em 2013. Pelo número de páginas, acabou tendo que ser dividido em 3 pequenos volumes. Hoje com o lançamento da HQ no segundo semestre de 2014 o projeto “Código dos Mares”, tem várias esquetes que pretendo levar para o lado audiovisual nos próximos anos.

C&P: Qual a maior dificuldade na hora de publicar um livro?

SH: No meu caso, foi a distribuição. Meu livro demorou para chegar às livrarias ( cerca de quatro meses depois que publiquei). Também o fato de divulgar. Eu larguei meu emprego fixo, abri um negócio e assim tive mais liberdade para viajar e participar de eventos e trabalhar na divulgação dele. Mecanismos existem, mas foi preciso eu me dedicar integralmente ao livro.

C&P: Como você enxerga a literatura fantástica no Brasil hoje em dia?

SH: Eu sempre enxerguei a Literatura Fantástica brasileira com bons olhos, talvez pelo fato de eu ver a Arte como um todo, sem fronteiras e sem julgamentos, cada obra um qual. E é o que eu gosto disso, então não ligo pro lado negativo que pode ter. Acredito que nenhum autor deva nada para outro, seja de qual lugar for e isso o público já percebeu. Mas o fato é que hoje o autor atual tem mais acesso aos leitores e vice-versa, dessa forma ajudou a movimentar mais o mercado literário e criar uma identidade da “nova literatura brasileira”. A Literatura Fantástica vem forte, talvez mais visível pela cibercultura que vivemos. Mas eu me lembro que há cinco anos, quando comecei, eram poucos autores citados por aí e poucas editoras, hoje há espaço não apenas para os que estão em editoras grandes, mas pequenas também, porque o acesso às obras e aos autores é ilimitado. A mídia também está dando um bom espaço para nós. Vejo por mim, que o pessoal me procura para falar de Literatura Fantástica e assim, como outros colegas autores, isso é ótimo, não apenas para o autor e o público, mas para o mercado em geral. A prova disso são editoras que apenas publicam Literatura Fantástica, editoras grandes que abriram selos apenas do gênero e eventos próprios sobre o tema, sem contar as escolas que dificilmente estudam Literatura Fantástica, mas gostam de chamar autores do meio para conversar com os alunos. Tenho certeza que estamos conquistando nosso espaço.

C&P: Você tem planos para escrever outras obras? Poderia nos contar um pouco sobre elas?

SH: Yeah! Tenho que me divertir muito ainda! (rsrsrsrs) Neste ano vou lançar um livro de terror/thriller chamado Demodee (considero meu trabalho mais histórico até hoje), que daqui dois meses divulgarei a capa e a sinopse. Além de que o pessoal pode esperar de mim, para os próximos anos, livros de outros gêneros que gosto muito como Ficção Científica e Drama, não apenas Fantasia. Além, claro, dos próximos volumes de Código dos Mares e roteiros para histórias em quadrinhos. Então, é isso! Não pretendo parar e espero que gostem.

C&P: Para quem quiser adquirir ‘Código dos Mares – Os Contos do Tempo’, pode entrar em contato onde?

SH: Pode comprar pelos links: 
Cultura | Martins Fontes ou pedir na livraria mais próxima para que ela entre em contato com algum distribuidor e minha atual editora, Literata.

Também para quem quiser me convidar para algum evento, ou entrar em contato comigo, é só me procurar nas redes sociais por “Suzy M. Hekamiah” ou mandar um e-mail suzy.hekamiah@gmail.com. Obrigadão pela entrevista!

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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