Mike Klafke é uma dessas pessoas apaixonadas por cinema, mas ao contrário de muitos, ele colocou a ‘mão na massa’, criou sua produtora Klafke Filmes e começou a gravar curtas-metragens independentes e feitos na raça com seus amigos. A empreitada vem dando certo e agora, estão prestes a lançar a paródia Duro de Gravar, que trás o próprio Mike como Bruto Willis, a versão tupiniquim do ator. Confira o bate papo com ele.
Cinema e Pipoca: Fale um pouco sobre sua carreira até chegar em ‘Duro de Gravar’.
Mike Klafke: Primeiro começamos com versões trash de filmes como ‘Pânico’, até antes mesmo de ‘Todo Mundo em Pânico’, o Chucky até aparecia nesses filmes, como não tínhamos o boneco, usamos um Fofão e modificamos seu rosto. Passamos por tudo quanto é tupo de filme, desde animações como ‘Tosco e Fofão’ até filme de ninjas como ‘Freelance Ninjas’.
Mike como “Bruto Willis” em uma versão com cabelo dos anos 80.
CP: Qual a maior dificuldade de se tirar esses projetos do papel?
MK: A maior dificuldade é tempo e disponibilidade dos atores. Todos trabalham, inclusive eu (risos!) e têm afazeres nos finais de semana, com as famílias e etc.
CP: Existe algum tipo de ajuda nos orçamentos dos filmes da produtora?
MK: Nenhuma ajuda, nenhum patrocínio, tudo do bolso do papai aqui (risos!). Só o curta ‘Boonies’ de 2005 teve patrocínio dos figurões de Ilha Grande e da Secretaria de Turismo. Fomos pagos para fazer esse filme para exibição em um festival que rolou na época, em Ilha Grande.
Além de terroristas e traficantes, Bruto Willis enfrenta até a Yakuza.
CP: Como surgiu a ideia do roteiro e em quanto tempo foi escrito?
MK: A ideia surgiu de fatos verídicos, das dificuldades que temos em gravar um curta de baixo orçamento e problemas como a namorada de algum ator, que fica enciumada com uma atriz bonita da Klafke e, por conta disso, o cara começa a furar as gravações. Outro fato curioso de ‘Duro de Gravar’ é que os vilões do filme, meio que existiram. A tal Kafta Filmes da ficção existiu e o cara me peitou quando neguei filmar o roteiro dele, ele queria um trabalho escravo, tipo 0800 mesmo. Era um cara de pau.
CP: Assim como em ‘Tropa Zumbite’, você planeja fazer continuações de ‘Duro de Gravar’?
MK: Pretendemos fazer ‘Duro de Gravar 2’, mas tudo está dependendo do dublador do Bruce Willis fechar com a gente novamente. Porque neste primeiro filme, ele me dubla quando interpreto Willis. Ele é muito bom, um dublador das antigas, que dublou Ikki de Fênix em Cavaleiros do Zodíaco e atualmente dublou o ator americano em ‘Red – Aposentados e Perigosos’, ‘Os Mercenários’ e ‘Sin City – A Dama Fatal’. É muito bom tê-lo no filme.
Extremistas islâmicos que agem no Brasil são os vilões do filme.
CP: Como você enxerga este cinema mais independente e feito na raça aqui no país? Há espaço para eles nos dias de hoje? E quais os grandes preconceitos sofridos?
MK: Enxergo que é um gênero que, aos pouquinhos, está caindo na graça do público. Um exemplo disso são os filmes do colega Rodrigo Aragão, que passam no canal fechado Space. Os preconceitos vem de longe, até porque se até nos filmes de maior orçamento feitos aqui já existe esse tipo de reação, imagina no cinema de baixo orçamento? Nunca foi pelo dinheiro, mas sim pela diversão e admiração à Sétima Arte.
CP: Tem novos projetos a caminho? Poderia falar deles pra gente?
MK: Vamos fazer um reboot de ‘Tosco e Fosco’, também com dubladores consagrados como Orlando Drummond, que já dublou a animação e, claro, fechar a trilogia ‘Freelance Ninjas’.
Crédito das fotos: Ximenne Freitas