AS SESSÕES
O sexo ainda é um tabu para muita gente, sem contar que a religião sempre colocou uma barreira quase intransponível para que seus fieis jamais a ultrapassassem. Sendo assim, abordar tal assunto pode ser perigoso e tendencioso. Por sorte, não é o que acontece nesta maravilhosa obra intitulada ‘As Sessões’.
Quase como uma poesia, o diretor Ben Lewin (‘O Favor, o Relógio e o Peixe muito Grande’) molda este universo e trata a sexualidade com uma sutileza que poucos conseguiriam. Pode não ter um aparato visual tão incrível, mas o roteiro é escorado sem medo no drama, com acertadas doses de humor.
Falando nisso, o humor do protagonista é bastante peculiar, sem contar que John Hawkes (‘Contágio’) se entrega ao papel e some no personagem, que contém uma carga gigantesca de sentimentos e dúvidas. William H. Macy (‘Motoqueiros Selvagens’) e Helen Hunt (‘Náufrago’) têm interpretações contidas e por isso mesmo excelentes.
O protagonista contraiu poliomielite quando criança e por isso perdeu todos os movimentos de seu corpo, com isso fica preso a uma máquina chamada ‘pulmão de aço’. Sentindo-se mal e querendo experimentar uma relação sexual, contrata uma terapeuta – não sem antes pedir conselhos ao padre de sua paróquia – que o estimula num primeiro instante a fazer exercícios de consciência corporal e logo após tenta passar para as relações.
As narrações em off ajudam a dar uma dinâmica maior e é perfeito para fazer o espectador ter uma empatia imediata com Mark desde os momentos iniciais de ‘As Sessões’. Se o mundo da sétima arte fosse justo, concorreria tanto em melhor filme quanto melhor diretor. Pena que raramente a Academia é corajosa o suficiente para tal investida.
Título Original: The Sessions
Ano Lançamento: 2012 (Estados Unidos)
Dir: Ben Lewin
Elenco: John Hawkes, Helen Hunt, William H. Macy, Moon Bloodgood, Annika Marks, W. Earl Brown, Blake Lindsley, Adam Arkin, Ming Lo
ORÇAMENTO: 10 Milhões Dólares
NOTA: 8,5
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