Para quem não está ligando o nome a pessoa, o diretor Asif Kapadia fez, além deste belo documentário sobre a vida de Amy Whinehouse, a obra prima intitulada ‘Senna’, portanto, ele tinha uma responsabilidade enorme em manter o nível de qualidade altíssimo. E não é que ele consegue novamente!
A estrutura narrativa dos dois projetos são quase iguais e isso continua funcionando muito bem, principalmente porque a cantora parece conversar com o espectador o tempo todo, criando um vínculo e uma aproximação enormes. E se desde pequena, Amy sofria por conta da separação dos pais, foi na adolescência que isso piorou e que sua genialidade musical aflorou.
Kapadia faz questão de conversar com os produtores e antigos empresários, tudo para evidenciar o quão desgastante e estressante pode ser o show business e como as pessoas não estão preparadas para este sucesso repentino. A edição, após determinado momento, conta a história da cantora através de suas próprias canções e isso é tocante.
Mesmo vilanizando o pai dela – com certas sequências e diálogos que dão repulsa – e o ex-namorado Blake Filder-Civil – que a apresentou para drogas mais pesadas como o crack –, o roteiro jamais a coloca como uma santa, ou seja, ela também não teve força suficiente para sair daquela tormenta.
O grande barato é que Whinehouse não fazia esforço para levar sua genialidade musical às alturas quando queria ou estava sóbria, mas o demoniozinho ao pé do seu ouvido falou mais alto, fazendo-a conhecida – em diversos trechos de sua vida – muito mais por seus excessos. Mas nada tira o brilho eterno e incontestável diva do jazz, soul e R&B.
Título Original: Amy
Ano Lançamento: 2015 (Estados Unidos/Reino Unido)
Dir: Asif Kapadia
Elenco: Amy Winehouse, Mos Def, Mark Ronson, Tony Bennett, Pete Doherty, Mitch Winehouse, Blake Fielder-Civil
ORÇAMENTO: —
NOTA: 8,5
Por Éder de Oliveira