Acompanhante Perfeita | Crítica
M3gan fez muito barulho – e dinheiro – quando saiu, pois tinha um misto de suspense e comédia que agradou o público. Contudo, o novato diretor Drew Hancock usou de alguns subterfúgios parecidos neste Acompanhante Perfeita, porém, fez de uma maneira que, para mim, gera camadas mais profundas e um tom sarcástico/agressivo que é impressionante.
Já comentei em podcasts e aqui mesmo, no Cinema e Séries, que o terror e o suspense podem gerar medo e agonia e, ao mesmo tempo, ajudar em debates atuais. Veja, por exemplo, Babadook ou Siembamba, que falam nas entrelinhas, sobre depressão pós parto e paranóia e para quem vai desavisado, não consegue encontrar muito sentido em tudo aquilo.
E essa obra que estamos resenhando hoje é assim. Parece um romance que muda para um scifi violento, contudo, debate sobre relacionamento abusivo, toxicidade e uma sociedade machista. Por isso mesmo, os homens são retratados como grandes idiotas – e se você, que estiver lendo, pensar ‘mas eu não sou assim. Para que generalizar?’, é porque tem algo de errado. É hora de repensar esse grau de fragilidade.
Acompanhante Perfeita e seu elenco muito bem escolhido
Acabei de assistir a segunda temporada de Yellowjackets e notei que a personagem Nathy, vivida pela ótima Sophie Tatcher, fica em segundo plano. Mas a atriz já havia demonstrado muito talento! E foi exatamente por isso que fiquei curioso para conferir Acompanhante Perfeita. Há aqui uma mistura de pin-up com as donas de casa da década de 1950 em Iris, a protagonista da obra, que não foi programada para entender que Josh quer usá-la e nada mais.
Essa consciência vai se ampliando com o passar do tempo (como ocorre com T-800 em O Exterminador do Futuro 2), até escalar num terceiro ato divertidíssimo. Jack Quaid, que tem sempre as mesmas caras e bocas, parece ter nascido para este papel, enquanto Lukas Cage, Megan Suri, Harvey Guillén e Rupert Friend são coadjuvantes bem aproveitados. Com 97 minutos, o longa tem suas facilitações e conveniências de roteiro, mas agrega valor, ainda mais se pensarmos no mundo que estamos. Imagine então, uma produção em escala de modelos disruptivos como Iris. Será que você sairia vivo?
Onde assistir Acompanhante Perfeita?
- Nos cinemas de todo Brasil. Verifique horários e sessões AQUI.
Sinopse de Acompanhante Perfeita
Iris e Josh vivem um romance arrebatador, que começa de forma mágica quando se conhecem em um mercado e rapidamente se apaixonam. Em busca de um fim de semana especial, eles partem para uma casa de campo luxuosa com amigos, esperando descanso e diversão. O que parecia ser a escapada perfeita, porém, vira um pesadelo quando uma revelação chocante vem à tona: Iris é, na verdade, um robô.
A descoberta transforma tudo, desencadeando uma sequência de eventos imprevisíveis e caóticos. A tensão aumenta à medida que perseguições e violência tomam conta, enquanto segredos sombrios começam a surgir. O relacionamento deles, até então perfeito, se torna um campo de batalhas emocionais e físicas, enquanto tentam lidar com a verdade e as consequências dessa revelação devastadora.
Nota Cinema e Séries: ★★★★
Título Original: Companion
Ano Lançamento: 2025 (Estados Unidos)
Dir: Drew Hancock
Elenco: Sophie Tatcher, Jack Quaid, Lukas Cage, Megan Suri, Harvey Guillén, Rupert Friend, Marc Menchaca, Jaboukie Young-White
Confira outras resenhas AQUI!
Curiosidades de Acompanhante Perfeita
- Acompanhente Perfeita seria dirigida por Zach Cregger (Noites Brutais).
- Sophie Thatcher tem a habilidade de chorar de um olho de cada vez e isso encantou Drew Hancock.
- O filme teve orçamento de US$ 10 milhões.
- Embora o filme não mencione um ano específico, o celular de Josh mostra “Domingo, 25 de junho”, e esse dia cai em diferentes anos do século 21, como 2028, 2034, 2045, 2056, entre outros.
- A música “Iris” da banda Goo Goo Dolls toca durante uma cena do filme.
- Curiosamente, a mãe de Jack Quaid, Meg Ryan, estrelou Cidade dos Anjos (1998), filme para o qual essa canção foi composta.
- O personagem Patrick foi nomeado em homenagem a Robert Patrick, ator que interpretou o T-1000 em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991).
- Patrick, assim como o T-1000, veste o uniforme e se passa por um policial durante o filme.
- Josh chama repetidamente Iris de “beep boop”, um apelido que remete aos sons de um robô de filme antigo.
- O nome “Iris”, que é a personagem principal do filme, é uma inversão de “Siri”, assistente virtual.
- A trilha sonora foi projetada para aumentar a tensão, combinando músicas melancólicas com momentos de alta ação.
- Durante as filmagens, o elenco foi desafiado a improvisar em algumas cenas para aumentar a autenticidade das reações emocionais.
- As cores e luzes do cenário foram usadas para criar contrastes marcantes entre o mundo “real” e o mundo de tecnologia avançada.
- Até o momento, Acompanhante Perfeita arrecadou US$ 26,9 milhões mundialmente.