A Mata Negra, terror nacional de Rodrigo Aragão!

entrevista com rodrigo aragao

Rodrigo Aragão é um profissional que há algum tempo bateu um papo conosco a respeito de Mangue Negro e agora trás A Mata Negra, terror nacional estrelado por Jackson Antunes e que conta a história de uma garota, numa floresta do interior do Brasil, que vê sua vida – e de todos ao seu redor – mudar terrivelmente quando encontra o Livro Perdido de Cipriano, cuja Magia Sombria, além de outorgar poder e riqueza a quem o possui, é capaz de
libertar um terrível mal sobre a terra.

Confira o bate papo, onde o diretor comenta sobre o amadurecimento de seu trabalho, sobre o atual governo versus a cultura no país, os próximos projetos e muito mais!

Cinema e Pipoca: Se compararmos Mangue Negro com este seu novo projeto, A Mata Negra, em quais pontos você diria que mais amadureceu como diretor?

Rodrigo Aragão: Acredito que nada substitua a experiência, Mangue Negro foi um filme feito por paixão, gravado literalmente no quintal de casa. Em algumas diárias a equipe técnica se resumia a duas pessoas! Dez anos depois estávamos nas gravações de A Mata Negra, nosso quinto longa e o primeiro com apoio oficial da ANCINE, FSA E BRDE. Onde pude estar à frente de uma equipe de vinte cinco pessoas, manipulando um equipamento bastante profissional. Mesmo assim, é um filme cheio de soluções criativas, já que filmar uma produção com tantas cenas complexas em meio a uma floresta não é nada fácil.

Cinema e Pipoca: Como surgiu a ideia do roteiro e quantos tratamentos foram feitos até chegar no formato final?

Rodrigo Aragão: O desejo de me aprofundar na lenda do livro de Cipriano é antiga e o roteiro de A Mata Negra começou a nascer ainda nos bastidores de Mar Negro, já que alguns personagens estão nos dois filmes. Foram três anos com o projeto passando por vários editais sem sucesso. Mas, a cada derrota, voltávamos para a mesa e fazíamos um novo tratamento, analisando tudo que poderia se melhorado. O resultado disso é meu filme mais enxuto e comercial.

A Mata Negra, terror nacional
Crédito: Pedro Medeiros

Cinema e Pipoca: Como foram feitas as escolhas das locações? E quanto tempo duraram as filmagens?

Rodrigo Aragão: Rodamos A Mata Negra em um sitio de minha família, onde já havíamos feito A Noite do Chupacabras e algumas cenas de Mar Negro. Em um total de oito semanas com todas as dificuldades possíveis que filmar cenas noturnas em uma floresta fechada pode trazer. Apesar disso, a produção foi extremamente profissional, mantendo um cronograma em dia e o orçamento absolutamente dentro do planejado.

Cinema e Pipoca: Acredito que Jackson Antunes é o nome mais conhecido do elenco, correto? Como o ator entrou para o time de A Mata Negra?

Rodrigo Aragão: Flerto em trabalhar com Jackson Antunes há alguns anos, ele ia fazer uma participação em Mar Negro, mas, por problemas com a agenda, não aconteceu. Acho que tudo na vida tem seu momento certo e Jackson sempre se mostrou extremamente solícito e um verdadeiro apoiador de produções que fogem do lugar comum. Posso dizer, sem sombra de duvida, que trabalhar com ele foi uma das experiências mais transformadoras e gratificantes que tive na vida, o considero um modelo de talento, humildade e profissionalismo.

A Mata Negra, terror nacional
Crédito: Pedro Medeiros

Cinema e Pipoca: A Mata Negra se tornou um dos filmes de terror nacionais mais aguardados do ano. Como você lida com esta responsabilidade?

Rodrigo Aragão: É claro que ao colocar um filme tão diferente no circuito comercial temos que estar preparados para todo tipo de critica, mas acho que A Mata Negra vai agradar aos fãs do gênero por ser um filme repleto de situações assustadoras com bonitas criaturas em um ambiente brasileiro-tropical.

Cinema e Pipoca: Hoje em dia, para você que se transformou num diretor conhecido e prestigiado do terror nacional, acaba sendo mais fácil para tirar os projetos do papel? Quais as dificuldades continua sentindo?

Rodrigo Aragão: As dificuldades são muitas, a medida que os orçamentos crescem também aumentam todos os custos como: equipe, locações de equipamentos,assim como a responsabilidade de estar entrando na indústria e precisarmos de ter um retorno a altura do investimento, esse é o maior desafio de todos.

Cinema e Pipoca: É o melhor momento de todos os tempos do cinema de terror nacional? Tanto na questão de quantidade, quanto de qualidade das produções?

Rodrigo Aragão: Sem a menor duvida estamos em um momento sem precedentes, de acordo com o pesquisador Carlos Primati tivemos 37 produções de terror este ano no Brasil, isso é maravilhoso e a variedade de estilos mostra todo o talento dessa nova geração de diretores.

A industria do terror é uma fatia bilionária da industria internacional e já estava na hora do mercado Brasileiro acordar para isso.

Cinema e Pipoca: O novo Presidente da República está juntando diversos ministérios (como foi o caso do Ministério da Cultura), como você acha que isso irá impactar o cinema nacional?

Rodrigo Aragão: Historicamente um povo sem cultura é um povo com baixa auto-estima e, consequentemente, fácil de ser enganado e dominado. O mais assustador é que existe uma crescente demonização sobre a classe artística, então estamos diante de um futuro incerto e mais sombrio do que meus roteiros.

A Mata Negra, terror nacional
Crédito: Pedro Medeiros

Cinema e Pipoca: O que esperar do futuro deste universo? Existirão continuações?

Rodrigo Aragão: Terminamos as filmagens de O Cemitério das Almas Perdidas, nossa maior produção. Um épico repleto de batalhas, envolvendo jesuítas, bandeirantes, índios canibais e vampiros, em uma trama que conta como o livro de Cipriano veio parar no Brasil. O filme deve ser lançado no ano que vem. Também estou finalizando o roteiro de Terra Negra, o ultimo capítulo dessa saga sobre o livro de Cipriano, onde personagens de vários filmes meus se reúnem para enfrentar um mal literalmente gigantesco.

E você, já conhecia A Mata Negra, terror nacional dirigido por Rodrigo Aragão? E já viu outros filmes do diretor?

Confira o trailer de A Mata Negra, terror nacional com Jackson Antunes:

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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