Inicialmente, quando Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese se uniram em ‘Gangues de NY’, ninguém imaginava nada além daquilo. Mas depois vieram ‘O Aviador’, o ótimo ‘Os Infiltrados’ e agora ‘A Ilha do Medo’, e é interessante perceber o grau de evolução nesta sintonia entre diretor e ator.
Tirado do livro Shutter Island, do excelente Dennis Lehane, o projeto empolga por inúmeros motivos. Primeiramente pela escolha de uma filmagem que parece tirada dos clássicos dos anos 60 e 70, depois a trilha sonora, que cria o suspense necessário e por fim – bem escancarado no rosto dos espectadores –, referências a gênios como Stanley Kubrick, mas principalmente a Alfred Hitchcock.
Honestamente, trocaria Mark Ruffalo (‘Zodíaco’) por outro ator mais competente, fora isso, o elenco de apoio é genial, com destaque especial aos veteranos Ben Kingsley (‘A Casa de Areia e Névoa’) e Max Von Sydow (‘Robin Hood’). Esta mescla entre realidade e alucinação – que começa lenta e vai aumentando no decorrer dos minutos –, é extremamente bem trabalhada, tanto no roteiro quanto nas cenas que necessitam de ângulos mais amplos e densos (como quando entram na Ala C).
O ano é 1954 e os detetives Teddy Daniels e Chuck Aule vão para o hospital psiquiátrico de Shutter Island, investigar o desaparecimento de uma das pacientes do local, que matou seus três filhos a sangue frio. Surgem boatos de que experiências cruéis são feitas com os doentes, mas quanto mais perto Teddy chega da verdade, pior parece ser o desfecho.
‘A Ilha do Medo’ é, acima de tudo, um pequeno estudo sobre a mente humana e de como traumas passados podem nos afetar. O desfecho é espetacular, rende boas doses de suspense e tensão e nos faz entender a diferença entre gênios como Scorsese e ‘operários padrões’ como Oren Peli.
Título Original: Shutter Island
Ano Lançamento: 2010 (EUA)
Dir.: Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine
ORÇAMENTO: 80 Milhões de Dólares