DISTRITO 9

SaladaCultural.com.br distrito 9 cartazHoje em dia descobriram nos cinemas, a artimanha de filmar produções menores como se fossem documentários, pois com isso consegue-se driblar algumas falhas na parte técnica. Apesar disso não aparecer em ‘Distrito 9’, que tem efeitos especiais competentes ao extremo, o que poderá incomodar os espectadores é o modo extremamente diferente como são tratados o primeiro e o segundo ato.

Troque os extraterrestres por iraquianos, palestinos, negros ou qualquer outro povo segregado, humilhado, marginalizado e torturado física e psicologicamente por aqueles que ‘tem o poder’. Troque a favela, cercada por muros e grades, pela visão soturna do apartheid, onde negros e brancos não se misturavam e troque o descaso e a indiferença dos governos para com este tipo de ‘ser’, e a visão crítica estará estampada no seu rosto sem sutilezas.

O estreante diretor Neill Blomkamp joga violência estilizada, com direito a sangue espirrando nas câmeras, corpos sendo mutilados e tudo mais. Daí o engajamento politizado é deixado em segundo plano, mas nesta altura, já fomos pegos pelo roteiro otimamente escrito pelo próprio Blomkamp e por Terri Tatchell – a produção fica a cargo de Peter Jackson (‘O Senhor dos Anéis’).

Na história, uma nave alienígena para sobre Johanesburgo e fica 3 meses inalterável. Decidem então invadi-la e ao fazerem isso, descobrem milhares de seres desnutridos, famintos e desesperados. Criam uma área para ‘ajudá-los’, mas 20 anos depois, os aliens se proliferaram desgovernadamente, o local virou uma grande favela, com direito a contrabando de comida, prostituição entre raças e mortes. Pressionado, o governo tenta mudá-los, mas para isso precisam de uma ordem de despejo, que acarretará em mais desentendimentos e violência.

Sharlto Copley, que interpreta o funcionário público Wikus Van de Merwe, vai ganhando nossa empatia aos poucos, mas são nos momentos de tensão que ele explode e nos mostra ser um grande ator. A junção poderia ser mais sutil, mas é uma ficção científica rigorosamente real e bem construída. Vale todo alarde de público e crítica.

NOTA: 8,5
ORÇAMENTO: 30 Milhões de Dólares

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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