A animação de Mogli – O Menino Lobo, de 1967, foi o último trabalho do mestre Walt Disney antes de sua morte, ou seja, há um grau nostálgico e poético neste título e é com este cuidado e apuro visual que Jon Favreau (diretor de ‘Homem de Ferro‘) molda esta aventura, meclando a fofura com um grau de perigo presentes em poucos filmes do estúdio.
O pequeno Neel Sethi segura as pontas e distribui um carisma sem igual, sem contar que consegue agir com naturalidade num cenário onde só ele é ‘real’. Aliás há aqui um show de computação gráfica, que ficou a cargo de famosa Weta e todos os animais, sem exceção, tem não só as feições necessárias para cresmos que eles estão falando como também o tempo necessário para cada um se tornar importante para a trama – e a utilização do fogo como outro personagem é muito inteligente.
Mogli é, para o espectador, uma espécie de guia de turismo e nos apresenta cada centímetro da floresta. O elenco de vozes é invejável e escolhido a dedo, como por exemplo, Bill Murray, que faz o urso Baloo (sim, eles cantam ‘Necessário, somente o necessário’), Idris Elba como o vilão Shere Khan e Scarlett Johansson que empresta a voz para a cobra Kaa.
Mogli é um garoto que foi criado por lobos, mas agora que o tigre Shere Khan está ameaçando sua família e todos que estiverem em seu caminho, não se sente seguro na floreta. Então ele sai numa jornada junto com a pantera Bagheera e o urso Baloo, para encontrarem os humanos e viver com eles, mas será que o garoto conseguirá ficar longe de sua verdadeira família?
Este Mogli – O Menino Lobo é uma experiência que deve ser visto em 3D – infelizmente não consegui ir no cinema assisti-lo, mas na TV também deve ficar incrível – e ainda renova no quesito aventura, mesmo que seu roteiro não tenha a coragem de ir além do que já havia sido feito no original. Mas o segundo filme está aí e quem sabe Favreau não consiga maior liberdade para ir a novos lugares e nos apresentar personagens tão bons quanto estes.
Título Original: The Jungle Book
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos)
Dir: Jon Favreau
Elenco e Vozes: Neel Sethi, Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Lupita Nyong’o, Scarlett Johansson, Giancarlo Esposito, Christopher Walken
ORÇAMENTO: 175 Milhões de Dólares
NOTA: 8,0
Indicações ao Oscar: Melhores Efeitos Visuais
PIPER – DESCOBRINDO O MUNDO
A Pixar como sempre chega para nos emocionar e ‘Piper – Descobrindo o Mundo’ é um curta em animação – apresentado no cinema antes do filme ‘Procurando Dory‘ – que trata de descobertas, medos e do quanto a natureza pode estar a nosso favor. Piper é um jovem pássaro que está fazendo a transição para a vida adulta e agora deverá encontrar alimentos por conta própria e sem a ajuda da mãe.
Alan Barillaro, diretor e roteirista que faz seu primeiro trabalho aqui, dá as características necessárias para que os pássaros tenham bastante fofura, até porque são eles que nos levarão para esta jornada em apenas 6 minutos, ou seja, deverão nos tocar logo nos primeiros segundos de projeção. A questão estética, onde tudo é trabalhado de maneira primorosa está lá e o pôr do sol e o movimento dos pássaros deixará qualquer espectador boquiaberto.
Por fim, além de falar sobre filhos, trata a questão de como e quando os pais deverão tirá-los debaixo de suas asas e deixarem descobrir o mundo por conta própria, principalmente se formos pensar que estamos diante da famosa geração ‘nem-nem’. Você encontra o curta com muita facilidade na internet e prestem atenção também na trilha sonora, assinado com primor por Adrian Belew. Não tem como perder o Oscar!
Título Original: Piper
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos)
Dir: Alan Barillaro
ORÇAMENTO: —
NOTA: 9,0
Por Éder de Oliveira
Indicações ao Oscar: Melhor Curta em Animação
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