Um Dia de Cão: um obra à frente de seu tempo
Sedento por uma história visceral e inteligente, Sidney Lumet (Antes que o Diabo saiba que você está Morto) traça em Um Dia de Cão momentos tensos, deixando os espectadores quase sem fôlego e salpicando um humor esquisito, num longa que ainda hoje, 34 anos após seu lançamento, causa forte impacto.
Temos um grande acerto já nos minutos iniciais, onde várias imagens lotadas de contrastes apresentam ao espectador um produto diferenciado. Al Pacino e John Cazale (ambos de O Poderoso Chefão) estão tão naturais que mesmo como supostos vilões, conseguem a empatia imediata do público.
A apresentação dos protagonistas não é convencional e o diretor nos joga, abruptamente, no meio das atitudes intempestivas de Sonny e Sal. O fato de ser filmado em duas ou três locações, facilitaria o processo de causalidade, somando-se à câmera sempre ágil, que mantém o nível de suspense elevado.
Por fim, há a exploração da sexualidade de Sal, numa época onde o tema era praticamente proibido. Um Dia de Cão se transformou, de fato, numa obra prima. Recomendadíssimo.
Sinopse de Um Dia de Cão
No roteiro, um assalto rápido se transforma numa grande atração televisiva, onde a mídia – sempre inescrupulosa – e a polícia se mostram tão despreparadas quanto os criminosos. Quando Sonny sai e é ovacionado pela multidão aglomerada em frente ao banco, prova-se a inversão de valores dentro de uma sociedade tremendamente individualista (ali ele têm seus “15 minutos de fama”).
NOTA: 8,5
ORÇAMENTO: —
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