Tropa de Elite, uma obra prima nacional!

É engraçado, mas sem este descaso tremendo do nosso governo, não teríamos obras primas do quilate de Tropa de Elite. José Padilha (Ônibus 174) mostra a vergonhosa falta de caráter (apesar de ainda existirem os honestos no meio desta corja toda) e despreparo dos nossos Policiais Militares (instituição esquecida e falida por aqueles em Brasília).

Não prolongaremos o assunto pirataria, mas ressaltaremos a arte cinematográfica, que vem acima disto tudo. Antes do filme estrear já haviam sido vendidas em torno de 1 milhão de cópias falsificadas.

Wagner Moura (Cidade Baixa), molda seu personagem envolto em revoltas e tristezas. Os outros coadjuvantes (Caio Junqueira e o novato André Ramiro) não ficam atrás, provando a verdadeira força desta retomada do cinema no Brasil.

Portanto, dos diálogos sempre seguros, passando pelos dramas pessoais até o desfecho, digno dos melhores filmes de ação norte americanos, Tropa de Elite é uma crítica social ferrenha e mostra a incompetência dos nossos políticos, que pensam primeiro com seus bolsos e depois com a cabeça.

A filmagem quase documental ajuda, principalmente, no entrosamento entre os atores. Desta forma, passagens como aquela em que o BOPE prende os jovens na favela é de gelar a espinha.

Desde Cidade de Deus não presenciava uma produção tupiniquim tão forte, relevante e bem feita. Enfim, o Cinema e Pipoca, em nome dos espectadores, parabeniza todos envolvidos pela coragem de expor o despreparo destes homens corajosos e, por vezes, mal vistos pela sociedade.