Eu sei que não se pode julgar um livro pela capa, ou melhor, não se pode julgar uma série apenas pelo primeiro episódio. Mas The Rain, série dinamarquesa original da Netflix, trouxe algo tão fraco que eu não consegui continuar assistindo. E olha que a ideia central da série, apesar de não trazer nenhuma novidade, parece interessante!
Seis anos após uma chuva que continha algum tipo de vírus que dizimou a população, um casal de irmãos resolve sair da segurança de um bunker pra ver ‘o que tá rolando‘. Depois, pelo que li, o roteiro mostra os conflitos de um grupo de sobreviventes em um mundo pós apocalíptico.
Veja, temos várias séries e filmes com uma história com estes mesmos pontos em comum:
- Alguma coisa causa um apocalipse ou um desastre;
- um personagem que é o salvador;
- alguém que tem a cura;
- um personagem principal que lidera “a resistência”;
- outro que tem um passado ruim e depois se torna uma pessoa melhor.
Isso vem desde Lost até The Walking Dead. Lost, aliás, tem um episódio piloto foda e te deixa extremamente ansioso para o próximo.
Maaas voltando ao assunto do texto, o desenrolar deste primeiro episódio de The Rain mostra os momentos antes da chuva, introduz a história, conta um pouco de como se desenrolou e como as coisas ficaram depois de 6 anos.
Este desenvolvimento me irritou profundamente por ser totalmente previsíveis e sem graça, personagens irritantes, enredo fraco e nada que me prendesse para continuar assistindo os próximos 7 episódios que completam essa primeira temporada.
Vou exemplificar com alguns SPOILERS (leia por sua conta e risco):
- No começo da série, os irmãos Simone e Rasmus fogem de uma tempestade que está se formando com os pais. O moleque é muito chato e fica irritando todo a família no banco de trás do carro. Claro que o pai vira para chamar a atenção dele e acaba batendo o carro. Eles descem e entram no meio da mata, a pé, e encontram um bunker meio do nada. Frederik, pai dos irmãos, é um cientista que trabalha para essa empresa que construiu os bunkers.
- Eles entram no bunker e estão a salvo, mas não, o pai das crianças, Frederik resolve sair sozinho deixando a esposa e os filhos no bunker, não sem antes instruir Simone a proteger o irmão Rasmus, pois ele é a cura do vírus. WTF?
- Depois disso, começam a bater na porta, tentando entrar no bunker. E o que acontece? Eles abrem a porta, a mãe deles morre… e eles ficam presos no lá por, pasmém, 6 anos. P****, sério isso?
- O moleque cresce, a menina não. Eis que o alarme do controle de ar dispara, sinalizando que o oxigênio está se esgotando. Eles saem e se deparam com outros sobreviventes armados.
É basicamente isso. E, para ajudar, as atuações deixam a desejar. Enfim, se alguém teve outras impressões e assistiu a temporada inteira conta aí pra gente! Ah, parece que a série já foi renovada para a segunda temporada. #medo