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Janaxpacha, primeiro curta nacional em 3D

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primeiro curta nacional em 3D topo

Janaxpacha, primeiro curta nacional em 3D, é uma obra surrealista filmada nas surpreendentes paisagens do Salar do Uyuni, maior e mais alto deserto de sal do mundo. O roteiro narra, por meio da dança, a história de Inti, um viajante atormentado que se aventura no deserto onde encontra Thunupa, a guardiã do salar. Durante sua jornada, é capturado por ela, que o coloca à prova ao transformá-lo em um novo homem. Desprovido de memórias, Inti precisa resgatar sua identidade.

Para quem se perguntou o significado do título, a diretora comenta que “significa céu na terra na língua Quecha. Quechua é um dos idiomas locais indígena, tradicionais da região do Uyuni. Quando estive na Bolívia me encantei muito com a força e a beleza singela da cultura local, que fala da natureza para explicar sua mitologia e sua simbologia: por exemplo a lua significa o feminino e o sol o masculino, o que pareceu uma sabedoria ancestral elucidativa”.

O curta já acumula prêmios como Melhor Curta Experimental no Festival FeSanCor (Chile); melhor filme eleito pelo júri estudantil no Festival Courant 3D (França) e melhor filme experimental e melhor Cinematografia no Festival Vacif (Canadá).

Confira nosso bate papo com Katherina Tsirakis sobre o processo para tirar o primeiro curta nacional em 3D do papel.

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Cinema e Pipoca: Como surgiu a ideia do filme e qual o significado do título?

Katherina Tsirakis: Surgiu em 2008, quando passeava por lá e tive uma experiência desafiadora. O carro turístico que me levava para passear pelo deserto quebrou e a operação de resgate foi bastante desajeitada. Fora a dificuldade de chegar lá e as condições do lugar, que por ser muito alto cria uma dificuldade respiratória pelo ar ser rarefeito. Eu, que já dançava desde os 3 anos de idade, fui embora emocionada pela experiência de sobrevivência, e pensava “eu vou vencer essa imensidão com a minha dança um dia”.

Cinema e Pipoca: Por que uma história passada no Salar do Uyuni? E em quantos dias foram feitas as filmagens por lá?

Katherina Tsirakis: A historia se passa no Salar do Uyuni porque quando eu fui passear por lá em 2008, fiquei muito tocada com a cultura e a paisagem. Logo compreendi com os Bolivianos que aquele era um lugar mágico e muito especial no mundo. No entanto o acesso era muito difícil. É um deserto ermo e enquanto passeávamos nosso carro turístico quebrou e eu passei por algumas horas de pânico no deserto.

Fora isso a altitude do lugar torna impossível para pessoas com pressão alta chegarem lá. Eu tenho uma avó muito animada com seus 80 anos, que adora passear, mas eu entendi que ela, por exemplo, pela condição da pressão alta não poderia chegar ali. Assim nasceu em mim a vontade de levar pessoas para lá de outra forma – através do filme, e de um filme 3D para incrementar a sensação de estar lá.

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Tudo isso ficou comigo anos, e um belo dia quando fui oferecida pelo meu pai a oportunidade ($) de investir em um projeto pessoal eu escolhi esse, sem titubear. A filmagem foi feita em oito dias imersos no deserto. Nós percorremos entre as diversas locações mais de 2 mil quilômetros. Foi uma viagem desafiadora fisicamente para a equipe e principalmente para os interpretes. Gratificante no seu resultado, e no reconhecimento agora conquistado por essa maravilhosa equipe no mundo!

primeiro curta nacional em 3D

Trecho do curta Janaxpacha

Cinema e Pipoca: Houve algum episódio interessante, curioso ou tenso que a equipe passou no Salar e que poderiam nos contar?

Katherina Tsirakis: Após o primeiro dia de filmagem no deserto de sal nós estávamos no pé do vulcão Thunupa, num albergue para nossa pernoite. Foi quando os motoristas nos informaram que a Bolívia estava em greve em apoio ao presidente Evo Morales. Eles tranquilamente nos avisaram que, por apoiarem a causa da greve, não iriam mais nos levar a lugar algum. Poderíamos voltar outra hora para filmar. Eles não sabiam que quem estava pagando a viagem e o filme era eu mesma até então, e o que isso significava para mim. Eu tentei explicar mas eles pareceram pouco se importar. Discutimos por algum tempo com a equipe inteira o que fazer e não chegamos a resultados. Por um lado nosso desejo de seguir por outro a impossibilidade colocada por Faustino, o líder dos nossos motoristas.

Foi então que eu resolvi tirar da minha mala a tal da oferenda. Convoquei a todos da equipe para se juntarem a mim nesse ritual. Quando Faustino viu eu montado a cerimônia ele me perguntou sério, “Você sabe o que você está fazendo?” ao qual eu respondi “Não, você sabe o que eu estou fazendo?” ao qual Faustino respondeu “sim” então eu pedi que ele então me guiasse e fosse meu mestre de cerimônias. Ele então, montou nosso ritual, pediu para que a equipe fizesse uma roda em volta da oferenda e pediu que eu dissesse o porque do filme e da oferenda, e pediu que cada um da equipe enunciasse uma intenção pro filme. Foi um momento lindo. O fogo levou nossas intenções pro ar e na sequencia Faustino contou a história do vulcão Thunupa que para eles é uma Deusa, padroeira da Bolivia. Foi um momento muito emocionante.

No dia seguinte pela manhã Faustino nos trouxe a noticia: “Nós vamos furar a greve por causa de vocês, nós vamos seguir e vocês vão fazer o filme de vocês”. E assim sem mais, seguimos e conseguimos concretizar um sonho de longa data.

No último dia de filmagem nós fomos perseguidos por homens armados que estavam fechando as estradas, e eles ficaram bravos de serem contrariados na sua greve. Os nossos motoristas fugiram conosco dentro do carro enquanto de uma perseguição na estrada. Era o último dia de filmagem e eu estava toda pintada de azul por causa de um plano rodado naquele dia. Esperei azul, literalmente, na calçada a todos os carros chegarem seguros daquele evento surreal de perseguição.

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Nós escapamos chegando sãos e salvos ao hotel, não houve troca de tiros graças a Deus, mas eles nos explicaram “são nossos primos, que estão lutando com Evo pelos nossos direitos, nós devíamos estar com eles na greve, mas depois a gente explica pra eles o porque de não termos aderido à greve.” Eu só tenho a agradecer a Thunupa por ter nos permitido filmar no seu território, e ter nos devolvido em segurança.

Cinema e Pipoca: Janaxpacha foi pensado desde o início em ser um curta em 3D? Há muitas diferenças para um diretor em comparação com o 2D?

Katherina Tsirakis: Não foi sempre pensado como um filme 3D. A vontade surgiu no processo conforme eu fui explicando pra equipe essa questão da dificuldade do acesso à região. O quanto estar lá é duro no corpo. Foi então que Dimitre Lucho sugeriu realizarmos em 3D já na etapa de ensaio e roteirização. E é bastante diferente; a montagem das câmeras num rig demora, e torna a câmera muito mais frágil e pesada. Isso dificultou usos de movimentação de câmera, nós nos garantimos pois o conceito do filme já vinha das artes visuais, das pinturas surrealistas então combinou com o nosso conceito de um 3D suave e agradável para o olhar essa limitação. Mas no geral é duplamente mais difícil gravar em 3D.

O resultado no entanto vale a pela, porque cumprimos nossa missão de transportar o espectador para o Salar do Uyuni num clima de contemplação. No entanto no festival Courant3D que tive a oportunidade de frequentar esse ano que passou com o Janaxpacha, festival aonde fomos premiados “Melhor filme”. Pude observar o quanto realmente Renato Falcão arrasou no seu trabalho, pois o uso do 3D nem sempre é totalmente confortável aos olhos, tem que saber usa-lo muito bem e essa experiencia ele já trazia dos seus trabalhos anteriores.

Cinema e Pipoca: Como foi o processo de escolha do elenco?

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Katherina Tsirakis: O processo de escolha do elenco foi muito fácil. Antes mesmo de ter um co-diretor, o Dimitre Lucho, eu já estava ensaiando o roteiro com Eros Valério, então meu colega de apartamento. Nós éramos muito amigos, já havíamos trabalhado juntos antes em mais de uma situação, estávamos morando juntos e ele foi o primeiro a acreditar na ideia e me ajudar a desenvolve-la. Quando Dimitre Lucho entrou na equipe ele queria muito trabalhar com Daniel Oliveira, que é um amigo dele.

Nós então desenvolvemos os personagens para acomodar esses interpretes. Partimos de um processo de criação que é tradicional da dança: nós partimos da fiscalidade do espaço (que eu já conhecia e mostrei minuciosamente através de fotos na internet para os colaboradores) e a fisicalidade das pessoas. Na dança é muito comum partir da fiscalidade para a narrativa, pois há uma narrativa intrínseca à fisicalidade. Fomos inspirados pelos moldes da criação da Pina Bausch. Ela expõe aos intérpretes estímulos de pesquisa a partir dos quais esses trazem uma movimentação para a criação que ela tece em narrativa através do todo.

Quando Daniel Oliveira desistiu por um conflito de agendas, o seu papel já fora criado por nós. Então tivemos que substituí-lo e foi assim que eu chamei um outro colega de trabalho, o Rodrigo Andreolli que eu já conhecia de quando trabalhamos com Zé Celso na Bienal de 2010. Seguimos dançando juntos, Rodrigo Andreolli e eu em companhias e obras de dança. Eu já tinha muita admiração por ele, que já acompanhava o projeto à distância. De repente a oportunidade se fez e ele entrou pro time.

Cinema e Pipoca: Identidade é uma palavra que está bem presente na sinopse. Acredita que o curta pode ser um grito de socorro por conta da falta de identidade de muitos brasileiros hoje em dia (seja identidade na arte, nas questões sociais, políticas e etc)?

Katherina Tsirakis: A identidade é uma questão de busca para todo ser humano. O filme tenta levar justamente essa questão pruma campo de abstração para que o espectador possa levar essa contemplação para suas questões pessoais. No festival do Chile por exemplo um dos curadores me contou a sua formação identitária após o filme eu achei aquilo muito emocionante, ele se identificou na sua busca pessoal. Cada um leva para uma busca identitária diferente, seja no plano pessoal, das artes.

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Eu não faria uma crítica aos Brasileiros, pois me considero uma cidadã do mundo, acredito que essas questões são universais… a busca da identidade. É um grito de socorro no sentido de humanizar e sensibilizar nossa jornada, e principalmente de inspirar essa busca. O aprofundamento nessa busca nunca acaba e ela é sim aplicável a vários níveis da vida.

Teve espectador que achou que era um filme que levanta a bandeira gay. Tudo bem, talvez essa seja a busca e a identidade daquele sujeito. Isso que é maravilhoso da arte, a beleza está nos olhos de quem vê. Nesse sentido entendo que talvez o Brasil esteja pouco sensível, talvez nossos olhos não estejam tão cheios de beleza quanto desejamos; essa é a missão do filme: acordar / inspirar a beleza nos olhos de quem vê!

primeiro curta nacional em 3D

Trecho do curta Janaxpacha

Cinema e Pipoca: A experiência de Renato Falcão como diretor de fotografia de animações, ajudou, de alguma maneira, neste processo?

Katherina Tsirakis: Ajudou muito, não tenho dúvida. Sua experiência como criador de imagens, sua ampla experiencia com semiótica, e sua ampla experiência com 3D fez com que ele tivesse uma montagem minuciosa de cada plano. Foi maravilhoso trabalhar com ele. Ele estava sempre prestando muita atenção aos mínimos detalhes do relevo da paisagem, ao caminho que o sol ia fazer no local. Ele era nossa bússola imagética, junto com Faustino nossa bússola de trajetória.

Trabalhar com Renato Falcão foi um imenso prazer, a ampla experiencia dele serviu pra criar planos maravilhosamente executados, uma calma e confiança nele no Set eram intrínsecas à sua presença. Todos sentiam-se seguros na mão (câmera) do Falcão. Sem contar que ele é um exemplo no set no lido com pessoas. Sem ele o 3D não teria sido possível, integrava a nossa equipe de câmera ele e o Leonardo Maestrelli apenas, eles fizeram tudo possível e devolveram um material lindo demais! Muita gratidão por essa equipe de foto!

 

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Cinema e Pipoca: O espectador brasileiro dificilmente vai atrás de um curta metragem, por exemplo. Acreditam que falta incentivo para que tais produções tenham maior visibilidade?

Katherina Tsirakis: Sim, acredito sim. E acredito também que haja menos espaço ainda para esse tipo de curta, que é assumidamente artístico e experimental, mas que não abandona a narrativa na sua experimentação estética. Ficamos desapontados com a falta de aceitação por aqui em mostras e festivais, e acervos.

Cinema e Pipoca: Existem planos para futuros projetos? Se sim, poderia nos contar um pouco sobre eles?

Katherina Tsirakis: Estou terminando um curta-metragem chamado Rei dos Lobos, que deve ser finalizado em 2018, com a mesma linguagem.

Estou escrevendo um longa-metragem entitulado Cinto DÁgua, que brinca dessa vez brinca com a linguagem clássica do cinema: com a linguagem do musical, para mais uma vez embrenhar a dança na narrativa cinematográfica. Dessa vez trata-se de uma mulher que foi silenciada pelas pressões da vida feminina, assim na busca da sua expressão no mundo ela dança escondida. Musical, tragicômico, com uma forte veia artística que busca mais uma vez sensibilizar o espectador para a dança como linguagem.

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Quero desenvolver Janaxpacha no formato série para TV, algum dia com os devidos recursos para tanto. Como Spike Lee fez com seu filme Ela quer tudo que foi regravado em formato de série.

Fora isso estou desenvolvendo um álbum de músicas que terá um show híbrido entre audiovisual, dança (com bailarinos ao vivo) e show de músicas (de minha composição). Chama-se: Lilith.

Confira o trailer de Janaxpacha, primeiro curta nacional em 3D:

Editor CP

ENTREVISTA E TOP CP – 7 FILMES RECENTES TIRADOS DE LIVROS INFANTIS

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Hoje, dia 02 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro Infantil. O gosto pela leitora começa desde cedo e vale a pena os pais incentivarem sempre seus filhos e lerem juntos as mais variadas obras. Além da lista de filmes, que dá nome à postagem, segue uma entrevista com Christian David, autor de livros juvenis como ‘A Menina que Sonhava com os Pés’

– ONDE VIVEM OS MONSTROS (2009)

ONDE VIVEM OS MONSTROS 2009


Baseado no livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’ é um filme que deve ser redescoberto o quanto antes. Há muito simbolismo para pontuar o rito de passagem da criança para a adolescência, sem contar a forma delicada com que o roteiro nos mostra a solidão e ao mesmo tempo, os subterfúgios criados pela mente da criança. Pequeno grande filme.

Saiba mais da lista e a entrevista especial sobre o Dia Mundial do Livro Infantil
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Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa, que estreia hoje (19), no Globoplay

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Entrevista com Rosane Svartman

A partir de hoje (19), os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de Vicky e a Musa, com a estreia da primeira parte da temporada. Por isso, essa entrevista com Rosane Svartman (criadora e escritora do programa) é mais do que bem vinda!

Com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu. Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, conceitua Rosane.

No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.

Antes da entrevista com Rosane Svartman, vamos conferir a sinopse e o elenco da série!

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Sinopse de Vicky e a Musa

O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky (Cecília Chancez), uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência.

Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.

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Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos.

O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.

Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo.

Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.

Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem. Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil.

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Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra. Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.

É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.

O elenco da série

O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV. Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Então, sem mais delongas, vamos para a entrevista com Rosane Svartman.

Entrevista com Rosane Svartman

Como descreve a série ‘Vicky e a Musa’ e os elementos que funcionam como fio condutor da história?

  • Rosane: ‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia. Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky (Cecilia Chancez) tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor. É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte.

De que forma o gênero musical influencia na escrita da obra?

  • Rosane: Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo. Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa.

O Teatro Parnasus é um dos principais cenários da série. Qual é a importância desse lugar para a trama?

  • Rosane: O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras.

E a última questão da entrevista com Rosane Svartman é: o que o público pode esperar de ‘Vicky e a Musa?

  • Rosane: Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas.

E então, o que achou dessa Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa?

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Entrevista com Ivo Lopes Araújo, diretor de fotografia do longa “Casa Vazia”

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casa vazia Ivo Lopes Araujo credito arquivo pessoal

O Cinema e Pipoca recebeu um material exclusivo, com uma entrevista com Ivo Lopes Araújo, um dos mais aclamados diretores de fotografia da atualidade no país. O cearense ajustou o foco e enquadrou as cenas de recentes sucessos do cinema brasileiro, como GirimunhoTatuagemGreta. Também integrou a equipe do internacionalmente premiado Bacurau

O mais novo trabalho do fotógrafo é o longa-metragem Casa Vazia, que chega aos cinemas neste fim de semana em São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Natal, Palmas e no Rio de Janeiro. Por esse filme, Ivo conquistou um Troféu Redentor, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2021, e um Kikito, no Festival de Gramado no ano passado.  

Rodada em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai), a produção aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais.

Dirigido por Giovani Borba e definido como um neo-western pela revista Variety, o filme explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância.

Entrevista com Ivo Lopes Araújo
Cartaz Casa Vazia

Confira a entrevista com Ivo Lopes Araújo, sobre o longa Casa Vazia

Casa Vazia foi sua estreia em um filme rodado no pampa gaúcho. Como foi essa experiência?

Ivo: Foi a primeira vez que eu filmei nos pampas gaúchos. Foi incrível porque tem uma luz muito suave. Então durava horas do dia aquela luz suave. Tudo fica muito colorido. Os contrastes ficam certinhos, é uma paisagem incrível mesmo. Mas acho que a paisagem é usada a serviço do filme. E aí tem um trabalho que eu acho que é coletivo. Pra mim, foi um privilégio estar filmando nesse lugar, nessa época, e pra contar essa história. Tudo estava casando muito bem.

Como foi transpor para a tela a imensidão dos campos e essa sensação de vazio que permeia toda a trama? 

Ivo: É impressionante como a natureza é forte na imagem. Ela traz tantas sensações. Acho que é nosso inconsciente, nossa memória ancestral que faz com que a gente se relacione com aquilo num lugar muito poderoso. É impressionante como, dependendo da história que se cria, da trama, você pode ter uma sensação de plenitude com a natureza, de solidão. Então, ela amplifica o gesto humano e o que a dramaturgia tá contando. No caso desse personagem silencioso e desse vazio que o filme cria, a natureza é usada para expandir isso, levar para um lugar maior. E funciona muito bem. O que poderia ser uma paisagem bucólica, se torna uma paisagem quase opressora pela sensação de solidão e de vazio que o personagem tá vivendo. É bem interessante o uso da natureza para tornar esse sentimento maior.

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casa vazia Credito Panda Filmes
Crédito: Panda Filmes

Você conquistou um Troféu Redentor e um Kikito com Casa Vazia. Em diversas cenas, a fotografia parece ser a única personagem que dialoga com o protagonista. Essa foi a sua intenção?

Ivo: É bem importante entender que o trabalho de composição da imagem do filme e a forma como ela ajuda na dramaturgia não é um trabalho só do fotógrafo. É um trabalho do diretor de arte, a escolha das locações, o figurino que o ator tá usando numa uma paisagem verde, o próprio ator, a entrega dele, o diretor que tá arquitetando tudo isso. Fico muito lisonjeado com os prêmios de fotografia. Mas é muito importante expandir e entender como essa paisagem natural e essas imagens se tornam poderosas.

É o trabalho de uma equipe toda, a equipe de fotografia, que tá ali junto iluminando, pensando os movimentos, trabalhando o foco, fazendo a imagem se constituir fisicamente mesmo. Não só os elementos de conceito, mas a mão na massa. A câmera estar no lugar certo, os movimentos de câmara, os travellings. Tem um trabalho de botar a mão na massa e materializar a imagem. E que o fotógrafo também não faz sozinho.

E quais são os seus próximos projetos?

Ivo: Tem um filme que foi rodado ano passado na África entre Mauritânia e Guiné Bissau, dirigido por um realizador português, Pedro Pinho. Amanhã será outro dia é um filme enorme, nunca tinha participado de uma produção tão grande. Foram vinte semanas de filmagem, um roteiro muito grande e uma história muito interessante.

Eu tô bem curioso e ansioso pra ver esse filme pronto e na tela. Tô agora em fase de finalização e colorização do filme dirigido pela Clarissa Campolina e pelo Sérgio Borges, que se chama Fera na Selva. Também foi um grande prazer trabalhar de novo com esses realizadores.

E então, o que achou dessa entrevista com Ivo Lopes Araújo? Comente com a gente em nossas redes sociais!

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