A Avenida Paulista, em São Paulo, sempre foi palco de transformações culturais e comerciais, e entre seus pontos mais emblemáticos está a galeria onde, por muitos anos, funcionou a Paulista Video Club, uma locadora especializada em filmes japoneses, localizada no Condomínio Edifício Patrimônio. Ela foi um refúgio para quem buscava filmes e animações daquele país e que, na época, eram , raros e difíceis de encontrar. Hoje, o que restou dela é um mistério guardado atrás das portas de vidro fechadas, na mesma via da tradicional livraria Martins Fontes.
Durante um passeio recente pela região, tentei acessar esse emblemático local, mas me deparei com um bloqueio de acesso. Conversando com um segurança da galeria, fui informado de que, devido a questões jurídicas, apenas pessoas autorizadas podem descer para o andar em questão.
Mistério sobre o fechamento da Paulista Video Club
Há quem diga que, na época da pandemia, o proprietário simplesmente desapareceu, deixando tudo para trás. Outros rumores indicam que a locadora havia fechado muito antes, após o falecimento dos donos, o que teria levado o espaço a essa decadente condição.
Em postagens na internet, li comentários sobre um aviso colado na porta, mencionando que estavam sob mandado de segurança há mais de 20 anos. Em imagens antigas, que consegui nos vídeos de Ricardo Cruz (assista AQUI) e no Reditt do Sopa de Molho Shoyu (veja AQUI), nota-se que ainda há estantes abarrotadas de fitas VHS, que ao longo do tempo, foram se deteriorando. As fitas, que no auge de sua existência eram preciosidades do cinema japonês, hoje podem estar mofadas e perdidas.
Uma foto de 2016, postada por Renan Ferrari no Google, mostra o espaço ainda aberto. Aquela imagem é, provavelmente, a última lembrança do que foi a Paulista Video Club. A locadora, hoje abandonada, serve como um reflexo da transformação cultural e comercial da cidade, e um lembrete do quanto esses pequenos espaços, por mais singelos que sejam, podem carregar a memória de um tempo que já se foi.
O ideal seria que todo esse acervo fosse cuidadosamente preservado e, quem sabe, levado para um museu ou instituição como a Japan House, garantindo que as preciosidades contidas ali não se percam para sempre.