Quando os soldados saem dos barcos, são recebidos com saraivadas dos fuzis inimigos. Corpos caem, pedaços destes jovens voam, após as explosões das bombas e os espectadores parecem sentir o cheiro intimidador de sangue pairando no ar.
São minutos agonizantes, tensos e nervosos, numa cena que redefine o gênero. Dali para frente, temos duas horas nervosas de O Resgate do Soldado Ryan, épico comandado pelo minimalista Steven Spielberg (A Lista de Schindler).
Lá pelas tantas, o projeto cai numa patriotada frenética, mas isso é mero detalhe. Principalmente porque, a fotografia, a montagem e a recriação dos cenários aparecem sempre de maneira grandiosa. Sem contar outros requisitos técnicos, invocam um realismo impressionante e que há tempos não víamos. A câmera documental, que deixa o espectador em estado de nervos, é claro exemplo disso.
Caso fosse outro diretor, tudo soaria demagogo. Porém, Spielberg atinge o nervo do espectador sem deixá-lo irritado ou entediado. Obra prima do mestre, com algumas das sequências iniciais mais torturantes do cinema moderno.
NOTA: 10
ORÇAMENTO: —