A carreira de Ben Affleck é tão interessante quanto improvável, pois apareceu para o mundo como um promissor ator e roteirista em ‘Gênio Indomável’, faturando o Oscar e o Globo de Ouro. Depois disso teve momentos ótimos (‘Hollywoodland’ e ‘Medo da Verdade’), medianos (‘A Soma de Todos os Medos’ e ‘Aposta Máxima’) e horrorosos (‘Demolidor’ e ‘Contato de Risco’).
‘O Contador’, suspense investigativo que lembra muito Jason Bourne em suas cenas de ação cruas e intensas, teria tudo para entrar na lista dos ótimos filmes, mas o excesso de flashbacks e diálogos que não levam a lugar nenhum o deixam fora desta lista. Mesmo assim, Gavin O’Connor tira tudo o que pode do roteiro de Bill Buduque.
O primeiro e terceiro atos passam rapidamente, principalmente por conta da movimentação da câmera, sempre frenética e das coreografias de luta. Affleck, que sempre foi um ator inexpressivo, moldou um bom personagem, principalmente porque Christian Wolff tem como principal característica a falta de emoção.
Christian Wolff é um homem com Síndrome de Savant e uma facilidade incrível com números. Tem um escritório de contabilidade de fachada, pois trabalha para perigosas organizações criminosas do mundo. Quando o Departamento Criminal começa a fechar o cerco contra ele, Wolff pega um cliente legítimo, mas descobre um rombo de milhões de dólares e o que era para ser algo rotineiro, coloca sua vida em um risco ainda maior.
Anna Kendrick, J. K. Simmons e companhia acrescentam um tempero para a trama de O Contador, mas Jon Bernthal (o Justiceiro do seriado da Netflix) tem cacoetes que incomodam, além disso, as reviravoltas e surpresas poderão ser compreendidas com bastante antecedência. No fim, não ofende e tem um saldo positivo, vale a tentativa.
Título Original: The Accountant
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos)
Dir: Gavin O’Connor
Elenco: Ben Affleck, Anna Kendrick, J. K. Simmons, Jon Bernthal, Jeffrey Tambor, John Lithgow
ORÇAMENTO: 44 Milhões de Dólares
NOTA: 7,0