O Clã e o incrível cinema argentino

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Assim como aconteceu no Brasil, a ditadura na Argentina também foi extremamente violenta, levou a vida de pessoas inocentes e dizimou famílias inteiras. Pablo Trapero (Elefante Branco) faturou o Urso de Berlim no ano passado, principalmente porque após os créditos finais, você sairá de alma lavada, mesmo notando que nenhuma sentença seria equivalente às torturas e sadismos que os Puccio cometeram.

Por mais que a ambientação das décadas de 70 e 80 sejam impressionantes, assim como a fotografia gélida utilizada, principalmente, quando a família de mafiosos está reunida, é na escolha dos atores que O Clã ganha seus pontos fundamentais. Guillermo Francella, acostumado a participar de comédias, coloca uma falta de expressão assustadora em seu Arquimedes Puccio e Peter Lanzani atenua a fragilidade de Alejandro a todo momento.

Existe um certo ar de novelão e Tropero não sabe quando finalizar sua obra – quinze minutos a menos teria sido o ideal -, mas toda a construção dos planos para os sequestros, o modus operandi e toda a frieza de um lado e desespero do outro, mostra o quanto o cinema argentino continua sendo um exemplo para todos os outros países.

Pode não ter o espírito e o impacto de O Segredo dos seus Olhos, por exemplo, mas é o típico filme que todo o cinéfilo deveria ver. Por fim, O Clã prova o que muitos de nós já sabíamos – mas muitos ainda são influenciáveis demais para perceberem isso -, ou seja, devemos ficar longe de todo tipo de ditadura.

Sinopse de O Clã:

Arquimedes é o patriarca da família Puccio e eles tem como hábito sequestrar pessoas, pedir o resgate e, após receber o dinheiro, matar a vítima. Dois de seus filhos o ajudam nesta prática, mas quando o terceiro chega da Austrália, desentendimentos e tensões são causadas e os planos podem ir por água abaixo a partir deste momento.

Título Original: El Clan
Ano Lançamento:2015 (Argentina)
Dir: Pablo Trapero
Elenco: Guillermo Francella, Peter Lanzani, Lili Popovich, Gastón Cocchiarale, Giselle Motta, Franco Masini, Antonia Bengoechea

ORÇAMENTO: 5 Milhões de Dólares
NOTA: 7,5

Por Éder de Oliveira

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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