O que Pelé, Zidane, Ronaldo, Maradona, Orson Welles, Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick tem em comum? São gênios em duas vertentes diferentes. Os 4 primeiros dominaram a arte dos gols, dos dribles, das jogadas desconcertantes. Os 3 últimos, dominaram a 7ª arte, dando ao espectador momentos sublimes, geniais e desconcertantes. O Cinema e o Futebol, duas paixões enraizadas na cultura popular, que abrem discussões em rodas de bares e que, no fim das contas, todos nós achamos que sabemos muito, quando não sabemos nada. Mas daí vem a questão do por quê, haver tão poucos filmes sobre futebol nos cinemas.
Tirando os muitos documentários interessantes como Pelé Eterno, Zidane – Um Retrato do Século e Todas as Paixões do Mundo, só para citar alguns, é raro encontrar um roteiro ficcional para o tema! Mas saiba você que existem razões para esta escassez, pois ao contrário do beisebol ou basquete, por exemplo, é quase impossível coreografar uma jogada no futebol sem que ela perca a naturalidade. Uma das saídas encontradas, foi mesclar os atores nos sets de filmagens com jogadores em partidas reais, mas mesmo esta ferramenta não foi eficaz para levar os torcedores para dentro do cinema e raramente as bilheterias conseguem ser satisfatórias. Tocando neste assunto, é quase obrigatório falarmos sobre o Canal 100, produzido entre 1959 e 1986 e que conta com imagens que deixam os fanáticos por futebol emocionados e maravilhados!
Em terras gringas podemos citar diversos títulos, como El Portero (2000, de Gonzalo Suárez), Días de Fútbol (2003, de David Serrano), Febre de Bola (1997, de David Evans), A Copa (1999, de Khyentse Norbu), Driblando o Destino (2002, de Gurinder Chadha), a trilogia Gol (2005, 2007, 2009, respectivamente) e Kung Fu Futebol Clube (2001, de Stephen Chow), sobre alguns mestres de artes marciais jogando futebol. Além disso, Fuga para a Vitória se destaca por trazer no elenco Sylvester Stallone, Michael Caine e Pelé.
No Brasil, muitos foram os artistas que homenagearam o esporte. Desde Mazzaroppi com O Corintiano (1966, de Milton Amaral), passando por Didi e sua turma com Os Trapalhões e o Rei do Futebol (1986, de Carlos Manga), até chegar aos dias atuais com Cao Hamburguer e o seu O Dia em que Meus Pais Saíram de Férias.
Na minha modesta opinião, nenhum retratou com tanto entusiasmo, carinho e amor o futebol nacional quanto Boleiros – Era uma Vez o Futebol. Pois Ugo Giorgetti insere em seu roteiro jogadores aposentados, sentados num bar e contando histórias da época em que eram profissionais. A sensação de nostalgia é evidente e consegue fazer rir e emocionar.
Para quem se interessou sobre o tema, aqui vão outros filmes que valem a pena uma olhada: À Procura de Eric, Maldito Futebol Clube, Linha de Passe, O Milagre de Berna e Hooligans. Existe o livro Fome de Bola, da extinta editora Imprensa Oficial, escrito por Luiz Zanin Oricchio que é sensacional.
E entre o Cinema e o Futebol, qual seu favorito? Comente conosco!