Núcleo Criativo Películas Negras: conheça
Com o objetivo de fortalecer o cinema de gênero e ampliar narrativas negras, a Saturnema Filmes lançou o Núcleo Criativo Películas Negras, um espaço dedicado ao desenvolvimento de projetos audiovisuais liderados por roteiristas negros.
O grupo reúne profissionais da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e até da Espanha, resultando em cinco roteiros: as séries Riacho de Areia e Fúcsia, além dos filmes Icor, O Renascimento de Vênus e O Céu de Belisa. Entre os participantes estão nomes como Aída Esther Bueno, Ariel Cascadura e Claudia Sater, com Larissa Barbosa como assistente de roteiro.
Para Ana do Carmo, sócia da Saturnema e chefe da sala de roteiro, o núcleo representa uma quebra de barreiras raciais e criativas. “Trabalhamos com gêneros como terror, fantasia e ficção científica, espaços historicamente negados a corpos negros. Rejeitamos a ideia de que personagens negros só servem para morrer primeiro ou que nossas histórias não cabem em mundos mágicos“, afirma. Ela destaca a importância de ressignificar narrativas dentro de um contexto afrofuturista, valorizando cosmologias negras e sotaques regionais, como o nordestino, muitas vezes marginalizados.
Resultados do Núcleo Criativo Películas Negras após 10 meses
Rubian Melo, produtora executiva do núcleo, celebra os resultados após dez meses de trabalho. “Criamos um ambiente fértil para projetos que estavam guardados há tempos, além de acolher novas ideias alinhadas à nossa identidade. Estamos construindo universos onde personagens negros têm complexidade e protagonismo, indo além dos estereótipos“, diz. O roteirista Luiz Guilherme Assis, autor de Icor, reforça a importância da troca coletiva: “O núcleo elevou meu projeto a outro patamar, encontrando soluções para questões que ainda precisavam de amadurecimento.“
O processo contou com consultorias especializadas em história, ciência e dramaturgia, ministradas por profissionais como Vanzye Fargom, Rafael Melo e os roteiristas Igor Verde e Jaqueline Souza. Ana do Carmo ressalta que os projetos estão prontos para o mercado nacional e internacional, com materiais em duas línguas e uma abordagem inovadora.
“Queremos que o audiovisual negro seja visto como um oceano de possibilidades, não limitado a nichos“, conclui. O núcleo foi viabilizado pelo Edital Paulo Gustavo Bahia, com apoio do Governo do Estado da Bahia e do Ministério da Cultura. Acompanhe mais detalhes no Instagram.