Moonlight – Sob a Luz do Luar é visceral
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Moonlight – Sob a Luz do Luar é visceral

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Dizer que o cinema consegue, em muitos casos, ultrapassar a barreira das telonas e ter um diálogo total com o espectador é ‘chover no molhado’, mas é justamente isso que ocorre em Moonlight – Sob a Luz do Luar, filme dirigido e roteirizado pelo pouco conhecido Barry Jenkins. A crueza em relação a história e as descobertas do protagonista tocam qualquer ser humano.

Apesar de ter o gueto norte-americano como locação, Jenkins prefere não se aprofundar nesta crítica, mas vai além, criando em três atos divididos por capítulos, dilemas morais e escolhas pelas quais boa parte da sociedade ainda tem dificuldades em aceitar (um homem negro e homossexual são algumas dessas barreiras). A primeira fase da vida de Chiron conta com uma tristeza cortante no olhar do ator Alex R. Hibbert, na adolescência a persona frágil e magra de Ashton Sanders e, por último, como um homem completamente formado fisicamente, mas incompleto psicologicamente, temos Trevante Rhodes.

Indo do coração bondoso de um traficante que decide ser um pai que Chiron nunca teve, passando pela mãe drogada e prostituta que não consegue se desvencilhar do vício, até chegar a Kevin e a cena num restaurante, com uma trilha sonora belíssima, tudo isso prova que aqui, assim como na vida real, ninguém é totalmente bom ou mal e todos procuram uma chance para serem felizes.

Moonlight – Sob a Luz do Luar
Foto: Poster do filme

Com 7 indicações ao Oscar, todas merecidíssimas, principalmente para a dupla Mahershala Ali e Naomie Harris (ator e atriz coadjuvantes, respectivamente), tem na força de seu texto sua virtude e esfrega na cara de Hollywood que há possibilidade de se fazer cinema de qualidade com orçamento bem abaixo do padrão, espero que vire uma tendência.

A câmera fluida e a fotografia extremamente condizente aos sentimentos de cada um dos personagens, provam que Moonlight – Sob a Luz do Luar não é só um projeto passageiro, mas sim, um sério candidato a entrar no hall de um dos raros e mais complexos exemplos de obras primas contemporâneas e como ‘La La Land’, tem um desfecho corajoso e lindo.

Título Original: Moonlight
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos)
Dir: Barry Jenkins
Elenco: Trevante Rhodes, André Holland, Janelle Monáe, Ashton Sanders, Jharrel Jerome, Naomie Harris, Mahershala Ali

ORÇAMENTO: 5 Milhões de Dólares
NOTA: 9,5

Por Éder de Oliveira

Indicações ao Oscar: Melhor Filme / Melhor Diretor / Melhor Ator Coadjuvante / Melhor Atriz Coadjuvante / Melhor Roteiro Adaptado / Melhor Fotografia / Melhor Edição / Melhor Trilha Sonora

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