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Loving e o amor superando adversidades

Em sua grande maioria, filmes que tenham sido indicados ao Oscar de melhor ator ou atriz contam com aquela sequência visceral, lotada de uma explosão de sentimentos, choros incontidos e etc. Loving, por incrível que pareça, não tem nada disso e mesmo assim consegue, até certo ponto, envolver o espectador.

Jeff Nichols (O Abrigo), utiliza a história real de um casal, ele caucasiano e ela negra, que lutou com todas as forças para conseguirem o direito de viverem juntos, já que no ano de 1958 na Virgínia, uma lei estadual proibia o casamento inter-racial e eleva o espírito de comprometimento dos atores a um nível pouco visto hoje em dia.

Ruth Negga (‘12 Anos de Escravidão‘) dá um show e é o equilíbrio fundamental para aquela família e seu rosto de preocupação e tristeza são de cortar o coração. Já Joel Edgerton, mesmo estando um patamar abaixo de Negga e fazendo certas caras e bocas que podem incomodar, se mantém firme no difícil dia a dia em que não sabe se será preso por um crime tão banal.

Loving
Foto: Poster do filme

E quando os créditos sobem, fiquei me questionando, se mesmo com este grito de desespero e após décadas de luta, muitos ainda não aprendemos, de fato, a parar de olhar o outro com indiferença apenas por conta da cor de sua pele, quando o farão?

Loving tem uma tonalidade alaranjada e uma fotografia de momentos íntimos e o diretor mostra isso em longas tomadas silenciosas. Pode não ter os coadjuvantes certos – alguns deixam muito a desejar –, mas é a dose de amor mais próxima ao mundo real que você verá neste Oscar. Pequeno grande filme que merece uma boa olhada.

Título Original: Loving
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos/Reino Unido)
Dir: Jeff Nichols
Elenco: Joel Edgerton, Ruth Negga, Nick Kroll, Michael Shannon, Marton Csokas

ORÇAMENTO: —
NOTA: 7,0

Por Éder de Oliveira

Indicações ao Oscar: Melhor Atriz

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