Emma Stone só não está com as duas mãos no Oscar de Melhor Atriz deste ano, pois Natalie Portman também chega forte para a disputa. Jackie, filme em que Portman interpreta Jacqueline Kennedy logo após a morte de seu marido, trazendo um retrato interessante de estudo de personagem e saindo da convencional cinebiografia – prepare-se para desabar quando ela diz que tentou juntar os pedaços do marido e coloca-los de volta para ele sobreviver.
A atriz demora cerca de 20 minutos para entender todas as sutilezas da ex-primeira dama e se soltar – ela trabalha a sutileza no olhar muito bem. Quem a ajuda bastante neste quesito é Peter Sarsgaard (‘Lanterna Verde‘), que transforma seu Robert Kennedy num homem que tem o luto dentreo de si, mas que não perde o controle num momento tão cruel e devastador.
Mesclando imagens reais da época com as filmadas em estúdio, o diretor Pablo Larraín escolhe uma edição cheia de idas e vindas no tempo e por vezes deixa o espectador um tanto perdido. Já a reconstrução da cena do tiro fatal é impressionante – todo mérito para a equipe de maquiagem.
Trazendo os pensamentos mais íntimos e inquietantes para Jacqueline Kennedy, Larraín provoca o espectador. Todo glamour e as tomadas grandiosas evidenciam uma mulher hora frágil, hora manipuladora – a sequência final é prova incontestável disso. O clichê ao utilizar o mito de Camelot poderia ser deixado de lado, mas nada que prejudique o todo. E agora, quem leva a estatueta no dia 26?
Título Original: Jackie
Ano Lançamento: 2017 (Estados Unidos/Chile/França)
Dir: Pablo Larraín
Elenco: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, Greta Gerwig
ORÇAMENTO: 9 Milhões de Dólares
NOTA: 7,0
Por Éder de Oliveira
Indicações ao Oscar: Melhor Atriz / Melhor Figurino / Melhor Trilha Sonora