J.C.V.D.
Atualmente o que está em moda em Hollywood é o retorno dos atores problemáticos como Robert Downey Jr. e Mickey Rourke, por exemplo. O primeiro renasceu após ‘Homem de Ferro’ e o outro foi indicado ao Oscar por ‘O Lutador’, despindo-se das vaidades e moldando personagens que colidem com a própria realidadem, principalmente em relação aos seus vícios.
Jean Claude Van Damme (‘O Grande Dragão Branco’) jamais foi sinônimo de boas atuações e lançava apenas produções menores nos últimos anos. Num tom mais intimista, o astro disseca sua própria imagem, entregando algo tão realista e palpável que espanta qualquer espectador.
Em certa altura, Van Damme expurga os pecados, citando o envolvimento com drogas, a batalha judicial pela filha e etc. A fotografia escurecida, é tão decadente – num bom sentido – quanto o roteiro de Christophe Turpin e, independentemente de alguns coadjuvantes estarem péssimos, ‘J.C.V.D.’ pode até ressuscitar outra carreira que se encontrava no limbo.
Endividado até o pescoço, o astro deixa Hollywood e volta à Bélgica, seu país de origem. Ao entrar num banco, é vítima de sequestro e, por coincidência, a polícia acaba colocando a culpa toda nele. No início, após uma tomada mal feita num novo projeto, ele diz ao diretor: “Já tenho 47 anos e para mim é difícil fazer tudo numa tomada só”, e é por essa sinceridade que, finalmente, ganha empatia dos espectadores.
Simples, sem voadoras e rodado direitinho, merece ser aplaudido pois após vexames como ‘Inferno’, ‘Street Fighter’, ‘A Colônia’ e sua dispensável participação no Programa do Gugu, ele se deu ao luxo de reestrear em Cannes. E agora, o que virá pela frente?
NOTA: 7,5
ORÇAMENTO: —
8 comments